Experiências de usuários de CAPS com práticas corporais no território: um estudo à luz da reforma psiquiátrica brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2022.e83379Resumo
Estudo qualitativo com objetivo de conhecer e analisar experiências de usuários de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) com práticas corporais no território, no qual emergiram três categorias na Análise de Conteúdo Temática: 1. Território, equipamentos sociais e práticas corporais; 2. Saúde, lazer e práticas corporais; e 3. Apoio social e práticas corporais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais com 24 usuários de quatro CAPS do município de Recife. Informações sobre a existência de equipamentos sociais para práticas corporais, investimentos em processos educativos para profissionais, gestores e usuários dos serviços de saúde, vivências com práticas corporais que podem contribuir para a resistência à normalização do comportamento e o apoio social foram temáticas tratadas no estudo.
Referências
ABIB, Leonardo Trápaga et al. Práticas corporais em cena na saúde mental: potencialidades de uma oficina de futebol em um centro de atenção psicossocial de Porto Alegre. Pensar a Prática, Goiás, v. 13, n. 2, p. 1-15, maio/ago. 2010.
ALMEIDA, Simone Alves; MERHY, Emerson Elias. Micropolítica do trabalho vivo em saúde mental: composição por uma ética antimanicomial em ato. Rev Psicol Polit, v. 20, n. 47, p. 65-75, 2020.
AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.
BALLARIN, Maria Luisa Gazabim Simões; CARVALHO, Fábio Bruno de Carvalho; FERIGATO, Sabrina Helena. Os diferentes sentidos do cuidado: considerações sobre a atenção em saúde mental. O Mundo da Saúde, v. 34, n. 4, p.444-50, 2010. http://dx.doi.org/10.15343/0104-7809.20104444450.
BANKS, Marcus. Dados visuais para pesquisa qualitativa. Tradução J. Fonseca. Porto Alegre: Penso, 2009.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Editora 70, 2011.
BORBA, Letícia de Oliveira et al. Assistência em saúde mental sustentada no modelo psicossocial: narrativas de familiares e pessoas com transtorno mental. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online], v. 46, n. 6 , p. 1406-1414, 2012. https://doi.org/10.1590/S0080-62342012000600018.
BOTTI, Nadja Cristiane Lappann; TORRÉZIO, Michele Cecília Silva. Festival da loucura e a dimensão sociocultural da Reforma Psiquiátrica. Psicologia & Sociedade, [S.L.], v. 26, n. , p. 212-221, 2014. http://dx.doi.org/10.1590/s0102-71822014000500022.
BRASIL. Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília, DF, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, para atendimento público em saúde mental, isto é, pacientes com transtornos mentais severos e persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não-intensivo. Brasília, DF. 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de Janeiro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de estrutura física dos Centros de Atenção Psicossocial e Unidades de Acolhimento: orientações para elaboração de projetos de construção, reforma e ampliação de CAPS e de UA como lugares da atenção psicossocial nos territórios. Brasília, DF, 2013. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/sistemas/sismob/manual_ambientes_caps_ua.pdf
CLEARY, Michelle; LEES, David; SAYERS, Jan. Friendship and Mental Health. Issues In Mental Health Nursing, [S.L.], v. 39, n. 3, p. 279-281, 21 fev. 2018. http://dx.doi.org/10.1080/01612840.2018.1431444.
CRUZ, Nelson Falcão de Oliveira; GONÇALVES, Renata Weber; DELGADO, Pedro Gabriel Godinho. Retrocesso da reforma psiquiátrica: o desmonte da política nacional de saúde mental brasileira de 2016 a 2019. Trabalho, Educação e Saúde, [S.L.], v. 18, n. 3, p. 1-20, 2020. http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00285.
DOMINGUEZ, Bruno. Academias da saúde pública. Radis, n. 109, p. 12-17. set. 2011.https://radis.ensp.fiocruz.br/phocadownload/revista/Radis109_web.pdf.
FERREIRA, Luis Alberto dos Santos; DAMICO, José Geraldo Soares; FRAGA, Alex Branco. Entre a composição e a tarefa: estudo de caso sobre a inserção da educação física em um serviço de saúde mental. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 176-182, jun. 2017.https://doi.org/10.1016/j.rbce.2017.02.002.
FIGUEIREDO, Sara Maria Teles de; OLIVEIRA, Braulio Nogueira de; ESPÍRITO-SANTO, Gianina do. Atuação do profissional de educação física em CAPS representada pelos demais profissionais do serviço. Pensar a Prática, v. 23, 21 jul. 2020. https://doi.org/10.5216/rpp.v23.56378.
FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de conteúdo. Brasília: Plano, 2003.
FURTADO, Juarez Pereira; ODA, Wagner Yoshizaki; BORYSOW, Igor da Costa; KAPP, Silke. A concepção de território na Saúde Mental. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 32, n. 9, p. 1-15, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00059116.
FURTADO, Roberto Pereira et al. Desinstitucionalizar o cuidado e institucionalizar parcerias: desafios dos profissionais de Educação Física dos CAPS de Goiânia em intervenções no território. Saude soc., São Paulo, v. 26, n. 1, p. 183-195, mar. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017169101.
GAINO, Loraine Vivian; ALMEIDA, Letícia Yamawaka de; OLIVEIRA, Jaqueline Lemos de; NIEVAS, Andreia Fernanda; SAINT-ARNAULT, Denise; SOUZA, Jacqueline de. O papel do apoio social no adoecimento psíquico de mulheres. Revista Latino-Americana de Enfermagem, [S.L.], v. 27, n. 3157, p. 1-12, jan. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.2877.3157.
LEONIDIO, Ameliane da Conceição Reubens; CARVALHO, Talita Grazielle Pires de; FREITAS, Clara Maria Silvestre Monteiro de. Percepções dos usuários de CAPS acerca da Educação Física na saúde mental. Pensar a Prática, [S. l.], v. 24, 2021. https://doi.org/10.5216/rpp.v24.64571.
LEONIDIO, Ameliane da Conceição Reubens et al. O profissional de Educação Física no Centro de Atenção Psicossocial: percepção dos limites e potencialidades no processo de trabalho. Pesquisas e Práticas Psicossociais – PPP, São João del-Rei, v. 8, n.2, jul/dez. 2013.
LÜDORF, Sílvia Maria Agatti. A caminhada como prática de resistência: uma análise a partir da visão sociológica de David Le Breton. Sociologias [online], v. 23, n. 56, p. 368-394, 2021.https://doi.org/10.1590/15174522-101780.
MACHADO, Vanessa Cristina; SANTOS, Manoel Antônio dos. O apoio familiar na perspectiva do paciente em reinternação psiquiátrica: um estudo qualitativo. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, [S.L.], v. 16, n. 42, p. 793-806, 30 ago. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/s1414-32832012005000036.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.
NASCIMENTO, Yanna Cristina Moraes Lira; BRêDA, Mercia Zeviani; ALBUQUERQUE, Maria Cicera dos Santos de. O adoecimento mental: percepções sobre a identidade da pessoa que sofre. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, [S.L.], v. 19, n. 54, p. 479-490, set. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0194.
PINHEIRO, Maria Carolina da Costa; HYPÓLITO, Álvaro Luiz Moreira; KANTORSKI, Luciane Prado. Educação permanente no processo de trabalho em saúde mental. J. nurs. health, v. 9, n. 2,e199203, 2019.
PRADO, Alessandra Lemes; BRESSAN, Rodrigo Affonseca. O estigma da mente: transformando o medo em conhecimento. Rev. Psicopedagogia. v. 33, n. 100, p. 103-109, 2016.
RECIFE. Decreto no 19.808, de 03 de Abril de 2003. Programa Academia da Cidade. Disponível em: http://www.legiscidade.recife.pe.gov.br/decreto/19808/.
RECIFE. Prefeitura da Cidade do Recife. Portal da transparência, 2021. http://www2.recife.pe.gov.br/index.php.
REUBENS, Ameliane; DIEGO, Abraão; MARCELINO, Rosimar. “Conhecendo minha comunidade”: o cuidado em saúde mental no território das práticas corporais. Anais do XVII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e IV Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Porto Alegre, set. 2011.
REUBENS-LEONIDIO, Ameliane da Conceição; CARVALHO, Talita Grazielle Pires de; SANTOS, Ana Raquel Mendes dos. O fazer do profissional de Educação Física no Centro de Atenção Psicossocial: uma análise do cuidado a partir da política nacional de humanização. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, [S.L.], v. 43, p. 1-7, 2021. http://dx.doi.org/10.1590/rbce.43.e009320.
RIBEIRO, Isabela Cristina Padovez. Criando laços e tecendo redes: a compreensão das redes de apoio social a partir da experiência junto às pessoas que vivenciam o sofrimento psíquico intenso. [dissertação]. Universidade Federal de São Paulo; Santos, 2021.
RODRIGUES, Rogério. Os espaços urbanos, as práticas corporais e a saúde mental. Mental, Barbacena, v. 10, n. 18, p. 109-128, jun. 2012 .
SALLES, Mariana Moraes; BARROS, Sônia. Relações do cotidiano: a pessoa com transtorno mental e sua rede de suporte social. Physis: Revista de Saúde Coletiva, [S.L.], v. 21, n. 2, p. 561-579, 2011. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-73312011000200012.
SANTOS, Fernanda Marsaro dos. Análise de conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, v.6, n. 1, p.383-387, mai. 2012. https://doi.org/10.14244/%2519827199291.
SANTOS, Fernando Teixeira dos; ALBUQUERQUE, Mariana Pelizer. O papel desinstitucionalizador da Educação Física na saúde mental. Motrivivência, [S.L.], v. 26, n. 42, p. 281-292, 16 jun. 2014. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2014v26n42p281
WACHS, Felipe. Educação Física e saúde mental: uma prática de cuidado emergente em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).