Dança do ventre: imagens contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2024.e95729Palavras-chave:
Dança do ventre, Movimentar-se, FenomenologiaResumo
A história da dança do ventre costuma ser atribuída às práticas ritualísticas da Antiguidade no Oriente Médio. Essa narrativa dificilmente sustenta-se como fato histórico. Entretanto, algumas imagens desempenham papel importante ao gerar sentidos sobre essa dança enquanto manifestação expressiva na atualidade. O objetivo do artigo é investigar os principais fatores relacionados ao movimentar-se presentes na dança do ventre, levando em conta seus aspectos simbólicos e expressivos, de forma a identificar os sentidos desta dança para bailarinas e bailarinos brasileiros. O estudo segue uma orientação fenomenológica que busca descrever as imagens sobre a dança do ventre reveladas em pesquisas de campo. Narrativas associadas ao feminino são recorrentes e sugerem uma elaboração potente, que dialoga com a ancestralidade e se atualiza de forma contemporânea. A dança ganha um sentido existencial e único para quem dança, mas revela um potencial expressivo que é universal.
Referências
ARVIZU, Shannon. The politics of bellydancing in Cairo. The Arab Studies Journal, v. 12/13, n. 2/1, p. 159–181, 2004. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/27933913
Acesso em: 20 jan. 2023.
BACHELARD, Gaston. A filosofia do não; o novo espírito científico; a poética do espaço. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
FREIRE, Ida Mara. Ação política e afirmativa: dança e corpo no discurso educacional sul-africano pós-apartheid. O Teatro Transcende, v. 16, n. 2, p. 30-42. Disponível em: http://dx.doi.org/10.7867/2236-6644.2011v16n2p30-42 . Acesso em: 28 set. 2022.
GIL, José. Metamorfoses do corpo. Lisboa: Relógio D’Água, 1997.
HÁLAK et al. Phenomenology is not phenomenalism. Is there such a thing as phenomenology of sport? Acta Gymnica, v. 44, n. 2, 117–129, 2014. Disponível em: http://www.gymnica.upol.cz/artkey/gym-201402-0006_Phenomenology_is_not_Phenomenalism_Is_there_such_a_thing_as_phenomenology_of_sport.php . Acesso em: 27 jun. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.
KARAM, John Tofik. Belly dancing and the (en)gendering of ethnic sexuality in the “mixed” brazilian nation. Journal of Middle East Women’s Studies, v. 6, n. 2, p. 86–114, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.2979/MEW.2010.6.2.86 . Acesso em: 15 jun. 2023.
KUNZ, Elenor. Esporte: uma abordagem com a fenomenologia. Revista Movimento, v. 6,
n. 12, p. I-XIII, 2007. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/2503 . Acesso em: 27 jun. 2022.
LOPEZ, Shaun T. The dangers of dancing: the media and morality in 1930s Egypt. Comparative Studies of South Asia, Africa and the Middle East, v. 24, n. 1, p. 97–105, 2004. Disponível em: https://read.dukeupress.edu/cssaame/article/24/1/99-108/172 . Acesso em: 15 fev. 2023.
MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Petrópolis: Vozes, 1998.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. São Paulo: Cosac & Naif, 2004.
NASCIMENTO, Marcelo de Maio. Dança e conhecimento: reflexões sobre o corpo vivido. Motrivivência, v. 32, n. 62, p. 1-17, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e65366 . Acesso em: 15 jun. 2023.
PINTO, Paulo Gabriel Hilu da Rocha. El labirinto de espelhos: orientalismos, imigração e discursos sobre a nação no Brasil. Estudios Internacionales Mediterráneos, v. 21, p. 47-57, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.15366/reim2016.21.004 . Acesso em: 10 ago. 2022.
ŞAHIN, Christine. A slippery stage: tensions and solidarities in the Cairo cabaret. Kohl: A Journal for Body and Gender Research, v. 6, n. 1, p. 105–118, 2020. Disponível em: https://kohljournal.press/slippery-stage . Acesso em: 17 mar. 2022.
SAID, Edward. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SALGUEIRO, Roberta da Rocha. “Um longo arabesco” Corpo, subjetividade e transnacionalismo a partir da dança do ventre. 2012. 191 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília, Brasília. 2012.
SAURA, Soraia Chung. Culturas populares, brincar e conhecer-se. In: MEIRELLES, Renata (org.). Território do brincar: diálogo com escolas. São Paulo: Instituto Alana, 2015, p. 51–59.
SAURA, Soraia Chung; ZIMMERMANN, Ana Cristina. Gaston Bachelard: contribuições para os estudos do corpo e do movimento. In: CARDONA, Ana Cecilia Osorio; CAMARGO, Mercedes Rodríguez; MENEZES, Roni Cleber Dias. Red de educación Contemporánea en Latinoamérica tendencias latinoamericanas en investigación: volumen II. Bogotá: Universidad La Gran Colombia, 2018, p. 112-122.
SAURA, Soraia Chung; ZIMMERMANN, Ana Cristina. O espaço, o esporte e o lazer: considerações bachelardianas. In: ROZESTRATEN Artur; BECCARI, Marcos; ALMEIDA, Rogério (Orgs.). Imaginários intempestivos: arquitetura, design, arte e educação. São Paulo: FEUSP, 2019, p. 341-357.
SHAHEEN, Jack George. Reel bad arabs: how hollywood vilifies a people. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, v. 588, p. 171-193, 2003. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1049860 . Acesso em: 10 ago. 2022.
SHAY, Anthony. Dancing across borders: the american fascination with exotic dance forms. Jefferson: McFarland & Company, 2008.
SHAY, Anthony; SELLERS-YOUNG, Barbara (Orgs.). Belly dance: orientalism, transnationalism and harem fantasy. Costa Mesa: Mazda Publishers, 2005.
SHEETS-JOHNSTONE, Maxine. On movement and objects in motion: the phenomenology of the visible in dance. Journal of Aesthetic Education, v. 13, n. 2, p. 33–46, 1979. Disponível em: https://doi.org/10.2307/3331927 . Acesso em: 4 mar. 2022.
SHEETS-JOHNSTONE, Maxine. Thinking in movement. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 39, n. 4, p. 399–407, 1981. Disponível em: https://doi.org/10.2307/430239 . Acesso em 4 mar. 2022.
SOKOLOWSKI, Robert. Introdução à fenomenologia. São Paulo: Edições Loiola, 2004.
THOMAS, Jerry; NELSON, Jack; SILVERMAN, Stephen. Métodos de pesquisa em atividade física. São Paulo: Artmed, 2012.
TREBELS, Andréas Heinrich. Uma concepção dialógica e uma teoria do movimento humano. Perspectiva, v. 21, n. 01, p. 249–267, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/viewFile/10234/9472 . Acesso em 29 out. 2022.
VALÉRY, Paul. Degas dança desenho. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
VALÉRY, Paul. Filosofia da Dança. Tradução de Charles Feitosa. O Percevejo Online, Rio
de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 1-16, ago./dez. 2011. Disponível em: http://seer.unirio.br/opercevejoonline/article/view/1915/1511 . Acesso em: 2 fev. 2022.
WARD, Heather D. Egyptian bellydance in transition: the Raqs Sharqi revolution, 1890-1930. Jefferson: McFarland & Company, 2018.
ZIMMERMANN, Ana Cristina. Ensaio sobre o movimento humano: Jogo e Expressividade. 2010. 199 p. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Florianópolis, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Motrivivência
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).