Aprender e ensinar a autogestão: espaços/tempos do trabalho de produzir a vida associativamente
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n2p527Resumo
O objetivo do artigo é apresentar questões teórico-metodológicas do campo de pesquisa Trabalho e Educação e, particularmente, sobre produção associada, autogestão e saberes do trabalho associado. Depois de considerar as formas que tem assumido o trabalho no regime de acumulação flexível, especial atenção é dada aos
espaços/tempos do trabalho de produzir a vida associativamente: a) Espaços/tempos revolucionários – quando são produzidas mudanças estruturais na sociedade, verifica-se a dualidade de poderes ou o confronto entre capital e trabalho se manifesta por meio de revoltas e rebeliões; b) Espaços/tempos da atual crise do capital e do trabalho
assalariado, nos quais as estratégias associativas de trabalho se configuram como parte integrante da economia popular solidária; c) Espaços/tempos das culturas milenares das comunidades e povos tradicionais. A partir de produção científica anterior e dos resultados de uma pesquisa em andamento, nos dedicamos ao terceiro espaço/tempo para argumentar que a produção associada é, possivelmente, a principal escola para o aprendizado da autogestão do trabalho e da vida social. Enfatiza-se que, emergindo ou se mantendo em sociedades hegemonizadas pelo capital, essas experiências
implicam no formar-se, individual e coletivamente, em meio à contradição vital entre a sociabilidade do capital e outras formas econômico-culturais marcadas pela valorização do trabalho. A perspectiva do materialismo histórico de E. P. Thompson,
as mediações de primeira e segunda ordem de István Mézsáros e os conceitos de produção associada, autogestão e saberes do trabalho associado, das autoras, sustentam as reflexões apresentadas.
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