Currículo interdisciplinar: contradições, limites e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n2p591Resumo
O presente artigo, organizado no âmbito das pesquisas sobre currículo que vem sendo realizadas, analisam-se as contradições, os limites e as possibilidades que marcam a complexa relação entre currículo e interdisciplinaridade. Com base em referenciais da chamada filosofia da práxis e das abordagens críticas do campo do currículo, apontam-se algumas das contradições marcadamente presentes em projetos que afirmam interdisciplinarizar o currículo pelas vias da orientação didática e metodológica ou por intermédio da prescrição de propostas curriculares no âmbito da oficialidade. Como pressuposto conceitual, assume-se a interdisciplinaridade em duplo sentido: como princípio (imanência) que manifesta o movimento do real, portanto, da gênese da produção histórica do mundo e do conhecimento, e como método (exterioridade) que orienta certa organização do mundo e dos saberes por intermédio das linguagens. Sob esse pressuposto, defende-se que a “interdisciplinaridade curricular” somente se efetiva no âmbito da prática dos sujeitos como atos de aprendizagem e de apropriação mediada do mundo e que, no plano da organização curricular, o que se constrói são formas integradoras de tratamento do conhecimento e da cultura, seja pela integração de conteúdos, pela busca de alternativas didáticas ou pelo estabelecimento de interfaces entre disciplinas curriculares. Defende-se, portanto, que nas configurações curriculares formais – expressões organizativas da formação escolar, ainda que se caminhe no sentido da interdisciplinarização das formas de apropriação dos saberes e da cultura, cinde-se, em alguma medida, a produção da vida, do conhecimento e de sua socialização.
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