Mulheres na Amazônia: lutas em defesa de seus corpos-territórios

Autores

  • Cynthia Mara Miranda
  • Milena Fernandes Barroso

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n292873

Palavras-chave:

Mulheres, Amazônia, Corpo-território, Movimentos, Lutas

Resumo

O artigo busca refletir sobre a organização das mulheres na Amazônia em defesa de seus corpos-territórios. A análise parte do pressuposto de que a exploração da Amazônia segue o mesmo projeto colonizador dos corpos-territórios e que as lutas contra a expropriação da natureza que impacta nas mudanças climáticas são vivenciadas de forma particular pelas mulheres que emergem como a principal força da resistência na atualidade. A partir de pesquisa teórica com análise bibliográfica e de narrativas, refletimos sobre o conceito de corpo-território, dando enfoque na mobilização das mulheres indígenas e quilombolas durante a COP 27. O estudo apontou que esse debate, numa perspectiva feminista, em que se considere o protagonismo dessas lideranças, pode mudar a compreensão das questões ambientais e gerar conscientização sobre a defesa dos corpos-territórios.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BANDEIRA, Heloisa Gomes. “A noção de ‘corpo-território’ em Verónica Gago e a luta pela descriminalização do aborto na Argentina: uma contribuição para as resistências anticoloniais do Sul-Global”. In: 20. CONGRESSO DE SOCIOLOGIA, Anais... UFPA, 2021.

BARROSO, Milena Fernandes. O começo do fim do mundo: violência estrutural contra mulheres no contexto da hidrelétrica de Belo Monte. 2018. 385p. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Serviço Social, Rio de Janeiro, 2018.

BRUM, Eliane. Banzeiro òkòtó: uma viagem à Amazônia Centro do Mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

CABNAL, Lorena. Defender un territorio de la minería sin defender a las mujeres de la violencia sexual es incoherencia. Madrid: Diagonal, maio 2013.

CRUZ HERNÁNDEZ, Delmy Tania. “Una mirada muy otra a los territorios-cuerpos femeninos”. Solar, v. 12, n. 1, p. 35-46, 2017.

FEDERICI, Silvia. O Ponto Zero da Revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2018.

GAGO, Verónica. A potência feminista, ou o desejo de transformar tudo. São Paulo: Elefante, 2019.

HAESBAERT, Rogério. Viver no limite: território e multi/transterritorialidade em tempos de insegurança e contenção. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

JURUNA, Sheyla. “Belo Monte de Violações”. In: OLIVEIRA, João Pacheco de; COHN, Clarice (Orgs.). Belo Monte e a Questão Indígena. Brasília-DF: ABA, 2014.

LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 935-952, 2014.

MENDOZA, Breny. “La epistemología delsur, la colonialidad del género y el feminismo latinoamericano”. In: ESPINOSA MIÑOSO, Yuderkys; OCHOA MUÑOZ, Karina; GÓMEZ CORREAL, Diana Marcela (Orgs.). Tejiendo de otro modo: Feminismo, epistemología y apuestas descoloniales en Abya Yala. Popayán: Editorial Universidad del Cauca, 2014. p. 91-104.

MIRANDA, Cynthia M.; CÔTÉ, Denyse; BARROSO, Milena F.; ESTACIO, Marcos André F. Gênero, Desenvolvimento e Território: novas semânticas e antigas práticas. Manaus: Valer; Editora da Universidade do Estado do Amapá, 2015. v. 1. 318p.

MIRANDA, Ellen Rodrigues da Silva; RODRIGUES, Doriedson do Socorro. “‘Outros’ coletivos femininos: Lutas e Resistências que formam mulheres quilombolas na Amazônia”. Rev. Diálogo Educ., v. 20, n. 67, 2020 [citado 2022-12-24], p. 1862-1886. Epub 31-Dic-2020. ISSN 1981-416X. DOI: 10.7213/1981-416x.20.067.ds16. Disponível em http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-416X2020000401862&lng=es&nrm=iso. Acesso em 20/01/2023.

MUÑOZ, Enara Echart; VILLARREAL, Maria del Carmen. Contexto Internacional, v. 41, n. 2, p. 303-325, 2019.

NASCIMENTO, Beatriz. Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Organização de Alex Ratts. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

NOBRE, Miriam. Violência e desigualdade no Brasil. São Paulo: Sempreviva Organização Feminista, 2017.

OLIVA, Victoria Ferreira. “Do corpo-espaço ao corpo-território: o que a Geografia Feminista tem a dizer?”. Ensaios de Geografia, Niterói, v. 8, n. 17, p. 165-187, jul. 2022.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. “Pela vida, pela dignidade e pelo território: um novo léxico teórico político desde as lutas sociais na América Latina/Abya Yala/Quilombola”. Polis, n. 41, p. 1-12, 2015. Disponível em https://journals.openedition.org/polis/11027. Acesso em 20/01/2023.

SACCH, Ângela. “Mulheres indígenas e participação política: a discussão de gênero nas organizações de mulheres indígenas”. Revista AntHropológicas, v. 14, n. 1+2, set. 2003. ISSN 2525-5223. Disponível em https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaanthropologicas/article/view/23601. Acesso em 25/01/2023.

SCARAMUZZI, Igor. “A resistência dos quilombolas de Oriximiná à mineração”. In: NOBRE, Miriam. Violência e desigualdade no Brasil. São Paulo: Sempreviva Organização Feminista, 2017.

SEGATO, Rita. “Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial”. E-Cadernos CES, Coimbra, v. 18, p. 106-131, 2012.

SILVA, Carmem Silvia Maria da. Feminismo popular e lutas antissistêmicas. Recife: SOS Corpo, 2016.

SILVA, Carmem Silvia Maria da. “Pensar o futuro, bem viver o presente”. Cadernos de Crítica Feminista, Recife, SOS Corpo, ano V, n. 4, dez. 2011.

SILVA, Vitória Régia da. “Na primeira Marcha das Mulheres Indígenas, território, corpo e identidade estão no centro do discurso”. GN, 2019. Disponível em https://www.generonumero.media/reportagens/marcha-mulheres-indigenas/.

ULLOA, Astrid. “Feminismos territoriales en América Latina: defensas de la vida frente a los extractivismos”. Nómadas, Colombia, Universidad Central, v. 45, p. 123-139, 2016.

Downloads

Publicado

2023-12-06

Como Citar

Mara Miranda , C. ., & Fernandes Barroso , M. (2023). Mulheres na Amazônia: lutas em defesa de seus corpos-territórios. Revista Estudos Feministas, 31(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n292873

Edição

Seção

Seção Temática Feminismos: Atuação Em Rede, Crise Democrática E Possibilidades Futuras

Artigos Semelhantes

<< < 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.