Colonial heritage confronted: reflections about South Africa, Brazil and the United States

Authors

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n366960

Abstract

On March 9, 2015 hundreds of students began a movement at the prestigious University of Cape Town (UCT) for the campus retreat of the statue of Cecil Rhodes, representative of English colonialism in the nineteenth century. That same year, in November, Princeton University students occupied the rectory demanding that the name of Woodrow Wilson, a defender of black segregation in the southern US, was removed from one of the campus buildings. In May of that year, the Federal University of Goiás (UFG) was the first university to implement vacancies reserved for indigenous, afro-descendants and disabled people in postgraduate courses. The objective of this article is to understand and analyze the strength of these phenomena, which are understood in this reflection as decolonial demands with global and local dimensions.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Paulo Sérgio da Costa Neves, Universidade Federal do ABC

Com formação doutoral em Sociologia e Ciências Sociais na Université Lumière Lyon2, é bolsista produtividade CNPq e Professor Titular na Universidade Federal do ABC, onde é docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanss e Sociais. É também docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe.

Laura Moutinho, Universidade de São Paulo

Professora Associada (Livre-Docente) do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAS) ambos da USP e Doutora em Antropologia Cultural pela UFRJ. Realizou Pós-Doutorado na Universidade de Princeton, é bolsista produtividade nível 1 D do CNPq, Editora da Revista de Antropologia e Coordenadora da Comissão Projeto Editorial da Associação Brasileira de Antropologia (ABA).

Lilia Katri Moritz Schwarcz, Universidade de São Paulo

Possui graduação em História pela USP (1980), mestrado em Antropologia Social pela Unicamp (1986), doutorado em Antropologia Social pela USP (1993), livre-docência em Antropologia Social pela USP (1998) Titular em Antropologia Social, USP (2005). Atualmente é professora Titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (2005), global scholar e professora visitante em Princeton (desde 2011), editora da Companhia das Letras e bolsista produtividade CNPq.

References

AHMED, Kayum. “#RhodesMustFall: Decolonization, Praxis and Disruption”. Journal of Comparative & International Higher Education, n. 9, p. 8-13, 2017.

ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas: Reflexões sobre a origem e a difusão do Nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

APPADURAI, Arjun. Modernity at Large. Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1996.

BECK, Ulrich. The Cosmopolitan Vision. Cambridge: Cambridge Polity Press, 2006.

BHABHA, Homi. O Local da Cultura. Belo Horizonte: EDUFMG, 1998.

BORGES, Bianca. “OPINIÃO: Cotas na USP: o que mudou e quais os próximos desafios?”. UEE – União Estadual dos Estudantes de São Paulo, 2018. Disponível em https://ueesp.org.br/opiniao-cotas-nausp-o-que-mudou-e-quais-os-proximos-desafios/. Acesso em 05/01/2019.

BRAIT, Ellen. “Princeton students demand removal of Woodrow Wilson’s name from buildings”. The Guardian, 23/11/2015. Disponível em https://www.theguardian.com/education/2015/nov/23/princeton-woodrow-wilson-racism-students-remove-name.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, 2003. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm.

BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, 2008. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm.

BRASIL. Plano Nacional de Implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana. Brasília: MEC, 2004. Disponível em http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/diretrizes_curric_educ_etnicoraciais.pdf.

CARGILL, Jenny. Trick or Treat: rethinking black economic empowerment. Johannesburg: Jacana Media, 2010.

DAS, Veena. Life and Words: Violence and the descent into the ordinary. Berkeley: University of California Press, 2006.

FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

FERES JÚNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto; DAFLON, Verônica Tostle; VENTURINI, Ana. Ação afirmativa: conceito, história e debates. 1. ed. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2018.

FRASER, Nancy. Scales of Justice. Reimagining Political Space in a Globalizing World. New York: Columbia University Press, 2009.

FRY, Peter; CARRARA, Sérgio. “’Se oriente, rapaz!’: Onde ficam os antropólogos em relação a pastores, geneticistas e tantos ‘outros’ na controvérsia sobre as causas da homossexualidade?”. Revista de Antropologia, v. 59, n. 1, p. 258-280, 2016. Disponível em https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2016.116920.

GOLDBERG, Barbara. “Despite race views, Princeton to keep President Wilson’s name”, Reuters, 04/04/2016. Disponível em https://www.reuters.com/article/us-usa-race-princeton-idUSKCN0X11J5.

HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Editora Vértice, 1990.

HOBSBAWN, Eric. “Introdução”. In: HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence (Orgs.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. p. 9-23.

HOLLAND-MUTER, Susan. “Making place, making home: lesbian queer world-making in Cape Town”. Revista Estudos Feministas, v. 27, n. 3, 2019.

HONNETH, Axel. Disrespect: the Normative Foundations of Critical Theory. Malden: Polity Press, 2008.

LEMON, Anthony. “‘Rhodes Must Fall’: The Dangers of Re-writing History”. The Round Table, v. 105, n. 2, p. 217-219, 2016.

LOPES, Pedro. “Deficiência como categoria do Sul Global: primeiras aproximações com a África do Sul”. Revista Estudos Feministas, v. 27, n. 3, 2019.

LOPES, Pedro; MOUTINHO, Laura. “Uma Nação de Onze Línguas? Diversidade social e linguística nas novas configurações de poder na África do Sul”. Tomo, UFS, v. 20, p. 27-57, 2012.

MARCUS, George. “Ethnography in/of the World System: The Emergence of Multi-Sited Ethnography”. Annual Review of Anthropology, n. 24, p. 95-117, 1995.

MATEBENI, Zethu. “Perspectivas do Sul sobre relações de gênero e sexualidades: uma intervenção queer”. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 60, n. 3, p. 26-44, dez. 2017.

MBEMBE, Achille et al. (Eds.). UCT Rhodes Must Fall Mission Statement. The Johannesburg Salon, v. 9, 2015. Disponível em http://www.jwtc.org.za/resources/docs/salon-volume-9/FINAL_FINAL_Vol9_Book.pdf.

McCLINTOCK, Anne. Couro Imperial: Raça, Gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: EDUnicamp, 2010.

MOUTINHO, Laura “The other side? Das implicações morais de certos horizontes imaginativos na África do Sul”. Anuário Antropológico, Brasília, UnB, v. 40, n. 2, p. 77-97, 2015.

MOUTINHO, Laura. “Sobre danos, dores e reparações: The Moral Regeneration Movement – controvérsias morais e tensões religiosas na ordem democrática sul-africana”. In: TRAJANO FILHO, Wilson (Org.). Travessias antropológicas: estudos em contextos africanos. Brasília: ABA, 2012. p. 10-36.

MOUTINHO, Laura. Des braves gens qui s’aiment de détester ensemble. São Paulo, Tese de Livre Docência, Universidade de São Paulo, 2017a.

MOUTINHO, Laura. Razão, “Cor” e Desejo: uma análise comparativa sobre relacionamentos afetivosexuais “inter-raciais” no Brasil e na África do Sul. São Paulo: EDUNESP, 2004.

MOUTINHO, Laura; LOPES, Pedro; ZAMBONI, Marcio; RIBAS, Mario; SALO, Elaine. “Retóricas Ambivalentes: ressentimentos e negociações em contextos de sociabilidade juvenil na Cidade do Cabo (África do Sul)”. Cadernos Pagu, n. 35, p. 139-176, 2010.

MOUTINHO, Laura; TRAJANO FILHO, Wilson; LOBO, Andréa. “Dossiê Olhares Cruzados para a África: Trânsitos e mediações – Algumas reflexões”. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 60, n. 3, p. 7-25, dec. 2017b.

NEVES, Paulo Sérgio da Costa. “Luta anti-racista: entre reconhecimento e redistribuição”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 20, n. 59, p. 81-96, 2005.

NEVES, Paulo Sérgio da Costa. “Reconhecimento ou Redistribuição: O que o debate entre Honneth e Fraser diz das lutas sociais e vice-versa”. Política & Sociedade, v. 17, p. 234-257, 2019.

NEVES, Paulo Sérgio da Costa; DE SOUZA, Luiz Gustavo da Cunha. “Redistribuição ou reconhecimento, 15 anos depois”. Política & Sociedade, v. 17, p. 7-20, 2019.

NORA, Pierre. “Entre Memória e História: a problemática dos lugares”. Projeto História, São Paulo, PUC-SP, n. 10, p. 12, 1993.

PITT, Christina. “UCT dinner for people of colour only, organisers remain unapologetic”. News24, 22/06/2018. Disponível em https://www.news24.com/SouthAfrica/News/uct-dinner-for-people-of-colouronly-organisers-remain-unapologetic-20180622.

PRICE, Max. “In defence of race-based policy”. Mail & Guardian, 26/01/2012. Disponível em https://mg.co.za/article/2012-01-06-in-defence-of-racebased-policy.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: EDUnicamp, 2007.

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como Invenção do Ocidente. São Paulo: Cia. das Letras, 1990.

SCHWARCZ, Lilia. “Ser ou Não Ser; Estátua ou Monumento”. Nexo Jornal, 28/08/2017. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2017/Ser-ou-n%C3%A3o-ser-est%C3%A1tua-oumonumento. Acesso em 02/02/2019.

SOUZA LIMA, Antonio Carlos de (Org.). Gestar e Gerir: Estudos para uma antropologia da administração pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

SPREEN, Carol A.; VALLY, Salim. “Education Rights, Education Policies and Inequalities in South Africa”. International Journal of Educational Development, n. 26, p. 352-362, 2006.

TAYLOR, Charles. Multiculturalism and “The Politics of Recognition”. Princeton: Princeton University Press, 1992.

TIRIBA, Thais. “Sugar relationships: sexo, afeto e consumo na África do Sul e no Brasil”. Revista Estudos Feministas, v. 27, n. 3, 2019.

VIANNA, Adriana. “Violência, Estado e Gênero: considerações sobre corpus e corpus entrecruzados”. In: SOUZA LIMA, Antonio Carlos de; GARCIA-ACOSTA, Virginia (Orgs.). Margens da violência. Subsídios ao estudo do problema da violência nos contextos mexicanos e brasileiros. Brasília: ABA, 2014. p. 209-237.

YELLIN, Eric. Racism in the Nation’s Service: Government Workers and the Color Line in Woodrow Wilson’s America. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2013.

Published

2019-12-20

How to Cite

Neves, P. S. da C., Moutinho, L., & Schwarcz, L. K. M. (2019). Colonial heritage confronted: reflections about South Africa, Brazil and the United States. Revista Estudos Feministas, 27(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n366960

Issue

Section

Seção Temática Nações e Memórias em Transe: Moçambique, África do Sul e Brasil