A CPMI da Violência Contra a Mulher e a Implementação da Lei Maria Da Penha

Autores

  • Carmen Hein de Campos Universidade de Vila Velha

DOI:

https://doi.org/10.1590/%25x

Resumo

Este artigo analisa as conclusões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência contra a Mulher, criada pelo Congresso Nacional Brasileiro em 2012, no que tange à aplicação da Lei Maria da Penha. Após um ano e meio de trabalho, o relatório da CPMI apontou a fragilidade das políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres e os obstáculos na implementação da Lei Maria da Penha, dentre os quais, destacam-se: a precariedade da rede de serviços e o reduzido número de juizados especializados em atendimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar; o descumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal que proíbe a aplicação da suspensão condicional do processo; a resistência de operadores/as do direito em entender a proposta da nova lei e romper com a lógica familista e o insuficiente orçamento para o desenvolvimento e a manutenção das políticas públicas de enfrentamento a essas situações de violência. A análise do relatório da CPMI permite concluir que os estados brasileiros investem muito pouco em políticas públicas específicas e que a implementação integral da Lei Maria da Penha depende de uma nova compreensão jurídica, da articulação entre os poderes públicos e de uma política orçamentária de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2015-05-26

Como Citar

Campos, C. H. de. (2015). A CPMI da Violência Contra a Mulher e a Implementação da Lei Maria Da Penha. Revista Estudos Feministas, 23(2), 519–531. https://doi.org/10.1590/%x

Edição

Seção

Dossiê