Narrativas de professores que ensinam matemática: rumos e movimentos de pesquisa
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e97121Palavras-chave:
Narrativas, Educação Matemática, Formação de ProfessoresResumo
O presente estudo teve como objetivo identificar o cenário da produção científica sobre as narrativas de professores que ensinam Matemática. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, considerando o período de 2012 a 2022. A pesquisa possui abordagem qualitativa e o corpus de dados está composto por dezesseis trabalhos selecionados, analisados à luz da espiral de Creswell (2014). As discussões contemplam estudos teóricos e empíricos escritos em língua portuguesa, com foco em professores que ensinam Matemática em formação inicial ou continuada, que utilizaram narrativas como instrumento de produção de dados. Os resultados revelaram que a História Oral e a Pesquisa Narrativa foram as metodologias mais utilizadas pelos pesquisadores da Educação Matemática. A Análise Narrativa também se destacou como uma opção analítica comumente empregada. As entrevistas, em suas diversas formas, foram os instrumentos mais adotados para a produção de dados. Com base nas evidências encontradas, conclui-se que as narrativas de professores que ensinam Matemática, no contexto da pesquisa científica, desempenham um papel importante na promoção da autonomia docente e no aprimoramento da prática pedagógica. O uso de narrativas como recurso de pesquisa contribui para uma compreensão mais aprofundada das experiências dos professores e para o desenvolvimento do campo da Educação Matemática.
Referências
Almeida, A. R. de. (2017). Aprendizagem e desenvolvimento profissional do professor que ensina matemática na infância: Um Olhar Para o Contexto Colaborativo (Tese de Doutorado em Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática). Instituto de Física, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP.
Caporale, S. M. M. (2016). Escrever e compartilhar histórias de vida como práticas de (auto) formação de futuros professores e professoras de matemática. (Tese de Doutorado em Educação). Universidade São Francisco, Itatiba/SP.
Clandinin. D. J., & Connely, F. M. (2015). Pesquisa Narrativa: experiências e histórias na pesquisa qualitativa. 2 ed. Uberlândia: EDUFU.
Coelho, I. M. W. S. (2022). Desenvolvimento de pesquisas educacionais: implicações teórico-metodológicas, propostas e desafios da gestão de dados científicos. Revista Exitus, 12 (1), 1-25. doi: https://doi.org/10.24065/2237-9460.2022v12n1ID1762
Coelho, I. M. W. S. (2023). Métodos sistemáticos de revisão de literatura científica: apontamentos para o desenvolvimento e publicação de pesquisas educacionais. Educitec - Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico, 9, 1-23. doi: https://doi.org/10.31417/educitec.v9.2165
Costa, E. X. da (2016). Narrativas de professores alfabetizadores sobre o PNAIC de alfabetização matemática. (Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemática). Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Creswell, J. W. (2014). Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3 ed. Porto Alegre: Penso.
Cruz, S. P. S. (2017). Professor polivalente: profissionalidade docente em análise. Curitiba: Appris.
Cunha, M. I. (1997). Conta-me agora!: as narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no ensino. Revista da Faculdade de Educação. 23 (1-2). doi: https://doi.org/10.1590/S0102-25551997000100010
Delory-Momberger, C. (2006) Formação e socialização: os ateliês biográficos de projeto. Educação e Pesquisa, 32 (2), 359-371, ago.
Dominicé, P. (2014). O processo de formação e alguns dos seus componentes relacionais. In A. Nóvoa & M. Finger. (Eds.), O método (auto)biográfico e a formação. 2 ed. Natal, RN: EDUFRN.
Ferrarotti, F. (2014). Sobre a autonomia do método biográfico. In A. Nóvoa & M. Finger. (Eds.), O método (auto)biográfico e a formação. 2 ed. Natal, RN: EDUFRN.
Figueirêdo, M. de F. C. de. (2020). Memórias de pedagogas no ensino de Matemática: Repensando saberes e fazeres na prática docente. (Dissertação de Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande.
Fiorentini, D. & Lorenzato, S. (2006). Investigação em Educação Matemática: percursos teóricos e metodológicos. Campinas: Autores Associados.
Flugge, F. C. G. (2015). Potencialidades das narrativas para a formação inicial de professores que ensinam matemática. (Dissertação de Mestrado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro.
Fonseca, F. C. L. (2022). Narrativas de formação e de docência de professoras que ensinam matemática nos anos iniciais. (Dissertação de Mestrado em Educação Matemática). Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
Foucault, M. (2008). A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Freitas, L. M., & Ghedin, L. E. (2015). Narrativas de formação: origens, significados e usos na pesquisa-formação de professores. Revista Contemporânea de Educação, 10 (19), 111-131. doi: https://doi.org/10.20500/rce.v10i19.1929
Freitas, M. T. M., & Fiorentini, D. (2007). As possibilidades formativas e investigativas da narrativa em educação matemática. Horizontes, 25 (1), 63-71.
Gallicchio Neto, D. (2016). Influências de um processo formativo nas crenças e nos saberes de professores dos anos iniciais sobre ensinar e aprender matemática. (Dissertação de Mestrado em Educação). Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Pontifícia Universidade Católica, Campinas.
Garnica, A. V. M. (2007). História Oral em Educação Matemática: outros usos, outros abusos. Guarapuava: SBHMat.
Garnica, A. V. M. (2010). Outras inquisições: apontamentos sobre história oral e história da educação matemática. Zetetiké, 18 (34), 259-300. Recuperado de: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8646686/13588
Gino, A. S. (2013). Um estudo sobre as contribuições de um curso de formação continuada a partir das narrativas de professoras que ensinam Matemática. (Tese de Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Jesus, B. G. de. (2018). De discentes a docentes: narrativas de professores dos anos iniciais sobre as suas experiências em matemática. (Dissertação de Mestrado em Educação). Universidade de Brasília, Brasília.
Josso, M. C. (2004). Experiências de Vida e Formação. São Paulo: Cortez.
Laville, C., & Dionne, J. (1999) A construção do saber: manual de metodologia de pesquisa em Ciências Humanas. Porto Alegre: Artmed.
Lopes, R. I., Negrão, F. C., & Santos, J. D. dos. (2022). Um estudo bibliométrico sobre a formação de professores que ensinam Matemática. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, 10 (1), e22021. doi: https://doi.org/10.26571/reamec.v10i1.13289
Lüdke, M,. & André, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.
Marcondes, L. G. R. (2022). Narrativas (auto)biográficas e a formação matemática de pedagogos no contexto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID: diálogos entrecruzados e pesquisa-formação. (Dissertação de Mestrado em Educação). Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba.
Marques, W. C. (2013). Narrativas sobre a prática de ensino de matemática de professores dos anos iniciais do ensino fundamental. (Dissertação de Mestrado em Educação Matemática). Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro.
Mendonça, L. P. de. (2022). Minhas marcas com a matemática são marcas de amor: afeto e matemática na formação inicial e trajetória profissional de uma pedagoga. (Dissertação de Mestrado em Educação). Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.
Montezuma, L. F. (2016). Entre fios e teias de formação: narrativas de professoras que trabalham com Matemática nos anos iniciais - constituição da docência e os desafios da profissão na educação pública estadual paulista frente aos programas de governo no período de 2012 a 2015. (Tese de Doutorado em Educação). Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP.
Nacarato, A. M. (2018). Uma caminhada pela pesquisa (com)narrativa: a construção colaborativa de um percurso teórico e metodológico por um grupo de pesquisa. In A. M. Nacarato. (Ed.). Pesquisas (com) Narrativas: a produção de sentidos para experiências discentes e docentes. pp. 331-355, São Paulo: Livraria da Física.
Nacarato, A. M., Mengali, B. L. D. S., & Passos, C. L. B. (2009). A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. Belo Horizonte: Autêntica.
Nacarato, A. M., Passos, C. L. B., & Silva, H. da. (2014). Narrativas na pesquisa em Educação Matemática: caleidoscópio teórico e metodológico. Bolema, 28 (49), 701-716. doi: https://doi.org/10.1590/1980-4415v28n49e03
Nóvoa, A. (1992). Os professores e a sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
Nóvoa, A. (2009). Professores: imagens do futuro presente. Lisboa: Educa.
Nóvoa, A. (2014). A formação tem que passar por aqui: as histórias de vida no Projeto Prosalus. In A. Nóvoa & M. Finger. (Eds.), O método (auto)biográfico e a formação. 2 ed. Natal, RN: EDUFRN.
Okoli, C. (2019). Guia para realizar uma Revisão Sistemática de Literatura. EaD em Foco, 9 (1). doi: https://doi.org/10.18264/eadf.v9i1.748
Oliveira, C. B. D., & Silva-Forsberg, M. C. (2020). O uso de narrativas nas pesquisas em formação docente em educação em ciências e matemática. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 22, e14867. https://doi.org/10.1590/21172020210102
Passeggi, M. da C., & Souza, E. C. de. (2017). O Movimento (Auto)Biográfico no Brasil: Esboço de suas Configurações no Campo Educacional. Investigación Cualitativa, 2, (1), p. 6-26.
Silva, A. J. N. da. (2018) Querido diário... o que revelam as narrativas sobre ludicidade, formação e futura prática do professor que ensina(rá) matemática nos anos iniciais. (Tese de Doutorado em Educação). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
Silva, J. M. B. (2022). “Uma dezena de coisinhas à toa que fazem a gente gostar de matemática”: do direito de aprendizagem do PNAIC ao direito de aprendizagem da docência. (Tese de Doutorado em Educação). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora.
Silva, L. A. da. (2016). Matemática na escola: narrativas de professoras sobre o processo de transição da educação infantil para o ensino fundamental. (Dissertação de Mestrado em Educação). Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá.
Silva, V. C. da. (2014). Narrativas de professoras que ensinam Matemática na região de Blumenau (SC): sobre as feiras Catarinenses de Matemática e as práticas e concepções sobre ensino e aprendizagem de matemáticas. (Tese de Doutorado em Educação para a Ciência). Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru.
Souza, E. C. de. (2014). Diálogos cruzados sobre pesquisa (auto)biográfica: análise compreensiva-interpretativa e política de sentido. Educação (UFSM), 39 (1), p. 39-50. Recuperado de: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/11344
Souza, E. C. de. (2010). Pesquisa Narrativa, (auto)Biografias e História Oral: ensino, pesquisa e formação em Educação Matemática. Ciências Humanas e Sociedade em Revista, 32 (2), p. 13-27. Recuperado de: https://xdocz.com.br/doc/1ci-hum-e-soc-v32-n2pesquisa-narrativa-qzo2l2jl698m
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Felipe da Costa Negrão, Iandra Maria Weirich da Silva Coelho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).