Estado do conhecimento sobre as perspectivas de inovações educacionais no âmbito da educação matemática
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e99866Palavras-chave:
Ensino e aprendizagem, Estado do conhecimento, Inovações educacionaisResumo
Os processos de ensinar e aprender vem sendo demarcados por indagações constantes que visam compreender e enfrentar os desafios de uma sociedade complexa permeada de peculiaridades advindas da globalização. Surge, assim, a necessidade de mudanças no âmbito da educação e em seus processos adjacentes, entre as quais estão os modos de teorizar, ser e de fazer a qualidade educativa. Diante disso, este estudo é um recorte de uma pesquisa que teve o objetivo de investigar como as inovações educacionais emergem na produção científica desenvolvida no Brasil na área de Educação Matemática com vistas às possibilidades para o ensino e a aprendizagem da Matemática nos diferentes níveis e espaços formativos. Metodologicamente, constituiu-se em estudo do tipo estado do conhecimento realizado em periódicos da área, observando o período de 2017 a 2022. A partir da análise das produções científicas, enfatiza-se que as inovações educacionais no âmbito da Educação Matemática envolvem metodologias ativas nos processos de ensino e de aprendizagem, que perpassam o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação e a modelagem matemática predominantemente. Essas estratégias didático-metodológicas possibilitam trabalhar de forma colaborativa, participativa, investigativa, instigando o estudante a ser produtor e elaborar hipóteses demandando envolvimento em processo ativo que vai além da construção de conhecimento. As produções científicas refletem inovações educacionais pelo indicativo de transformações nas práticas de ensino e de aprendizagem, pela presença da criatividade e pela ênfase sobre a Matemática crítica na abordagem das possibilidades metodológicas educacionais da Educação Matemática.
Referências
Almeida, M.E. B. De; Valente, J.A. (2012, set/dez). Integração currículo e tecnologias e a produção de narrativas digitais. Currículo sem Fronteiras, v. 12, n. 3, p. 57-82.
Alro, H., Skovsmose, O. (2010). Diálogo e Aprendizagem em Educação Matemática. Tradução de Orlando Figueiredo. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Bardin, J. (1977). L’Ére logique. Paris: Robert Laffont.
Battestin, C.; Nogaro, A. (2016, março). Sentidos e contornos da inovação na educação. Holos, v. 2, n. 32, p.357-372.
Bauman, Z. (2009). Arte da vida. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed.
Bessa, S.; Costa, V.G. Da C. (2019, abril). Apropriação do Conceito de Divisão por meio de Intervenção Pedagógica com Metodologias Ativas. Bolema, Rio Claro (SP), v. 33, n. 63, p. 155-176.
Borba, M. C.; Villarreal, M. E. (2005). Humans-With-Media and the Reorganization of Mathematical Thinking: information and communication technologies, modeling, experimentation and visualization. v. 39, New York: Springer.
Cabral, F.H.M. (2020). Utilização Do Aplicativo Plickers no Ensino da Matemática. Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, [S. l.], v. 1, n. 18.
Chiari, A. S. De S. (2019, fevereiro). Tecnologias Digitais e Educação Matemática: relações possíveis, possibilidades futuras. Perspectivas da Educação Matemática, v. 11, n. 26, p. 351-364.
D'ambrósio, U. (2001). Etnomatemática – elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica.
Enricone, D.; Grilo, M. C. (2007). Construção da Docência. Educação (Porto Alegre), v. 30, p. 231-242.
Flores, C. R. (2006). Registros de representação semiótica em matemática: história, epistemologia, aprendizagem. Bolema. Boletim de Educação Matemática. UNESP, Rio Claro, v. 26, p. 77-102.
Gontijo, C. H. (2007). Relações entre criatividade, criatividade em matemática e motivação em matemática de alunos do ensino médio. 2007. 194 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília.
Gontijo, C. H.; Carvalho, A. T. de; Fonseca, M. G.; Farias, M. P. de. (2019). Criatividade em matemática: conceitos, metodologias e avaliação. Brasília: Editora Universidade de Brasília,122 p.
Homa, A. I. R., Groenwald, C. L. O. (2020). Jogos didáticos e tecnologias digitais: uma integração possível no planejamento didático do professor de Matemática. Revista Do Instituto GeoGebra Internacional De São Paulo, 9(3), 30–45.
Imbernón, F. (2010). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 8. ed. São Paulo: Cortez.
Isaia, S. M. de A.; Bolzan, D. P. V.; Maciel, A. M da R. (2009). Pedagogia universitária: tecendo redes sobre a educação superior. Santa Maria: UFSM. 244 p.
Leite, D. (2011). Identidades da universidade brasileira. In: Leite, D.; Braga, A. M. (Org.). Inovação e avaliação na universidade. Porto Alegre: Editora da UFRGS, v. 01, p. 17-40.
Leite, D.; Genro, M. E. H.; Braga, A. M. E S. (2011). Inovação e pedagogia universitária. Porto Alegre: Ufrgs.
Levy, P. (1993). As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34.
Lucarelli, E.; Cunha, M. I. (2009). Inovações pedagógicas e saberes docentes: experiências de investigação e formação que aproximam Argentina e Brasil. In: Isaia, S.M. De A.; Bolzan, D.P.V.; Maciel, A.M.Da R.(Org.). Pedagogia universitária: tecendo redes sobre a educação superior. Santa Maria: Ed. da UFSM, p. 79-92.
Mesquita, M. N.; Ceolim, A. J.; Cibotto, R. A. G. (2021). Modelagem matemática na perspectiva da educação matemática crítica: abordagens na educação básica. Revista Brasileira de Educação, v. 26.
Messina, G. (2001, novembro). Mudança e inovação educacional: notas para reflexão. Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, n.14, p. 225-233.
Moran, J. M. (2000). Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: Moran, J.M.; Masetto, M.T.; Behrens, M. A. (orgs). Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas, SP: Papirus.
Morosini, M. C.; Nascimento, L. M.; Nez, E. (2021). Estado de Conhecimento. A metodologia na prática. Revista Humanidades e Inovação, v. 8, n. 55.
Morosini, M. C.; Fernandes, C. M. B. (2014, jul/dez). Estado do Conhecimento: conceitos, finalidades e interlocuções. Educação Por Escrito, Porto Alegre, v. 2, n. 5, p.154-164.
Mutti, G. De S. L.; Klüber, T. E. (2021, abril). Adoção da Modelagem Matemática: o que se mostra na literatura produzida no âmbito da Educação Matemática. Bolema, Rio Claro (SP), v. 35, n. 69, p. 129-157.
Oliveira, G. P. De; Lima, N. S.M.De. (2018). Estratégias didáticas com tecnologias na formação continuada de professores de Matemática: uma investigação sobre homotetia. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v.20, n.1, pp. 385 – 418.
Oliveira, R. R. de, Oliveira, J. L. de, Paiva, R. E. B., Lima, A. E. O. de. (2021). O software GeoGebra como aporte para o Ensino de Matemática e aplicação em sequências numéricas. Revista Do Instituto GeoGebra Internacional De São Paulo, 10(1), 92–107.
Onuchic, L. De La R. (1999). Ensino-aprendizagem de matemática através da resolução de problemas. In: BICUDO, M. A. V. (Org.) Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, p. 199-218.
Pentado, M.G. (2004). Redes de trabalho: expansão das possibilidades da informática na educação matemática da escola básica. In: BICUDO, M.A.V., BORBA, M.C. (Orgs). Educação Matemática: Pesquisa em Movimento. São Paulo: Cortez, pp. 283-295.
Ponte, J. P; Brocardo, J; Oliveira, H. (2003). Investigações matemáticas na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica.
Pozo, J. I. (2002). Aprendizes e Mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre, RS: Artmed.
Rodrigues, G. M. (2017). Desenvolvimento profissional docente: reflexões sobre as práticas educacionais em matemática com o uso do software GeoGebra. Revista Do Instituto GeoGebra Internacional De São Paulo, 6(1), 03–18.
Schreiber, K. P.; Pereira, E. C.; Machado, E. C.; Porciúncula, M. (2018). Sala de aula invertida no ensino de Matemática: mapeamento de pesquisas científicas na área de Ensino. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v.20, n.2, pp.222-235.
Scherer, S. (2019, fevereiro). A Abordagem Construcionista e o uso de Tecnologias Digitais em Aulas de Matemática: um diálogo sobre pesquisas desenvolvidas no GETECMAT. Perspectivas da Educação Matemática, v. 11, n. 26.
Silva, M. R. Da; Souza Junior, A. J. De. (2020). O uso da robótica na perspectiva da educação matemática inventiva. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 22, n. 2, p. 406–420.
Soares, M., Maciel, F. (2000). Alfabetização – Série Estado do Conhecimento. Brasília: MEC/INEP.
Souza, J. C. S. De; Fonseca, M. G. (2019). Mais que Jogar, Criar: As Contribuições do Desenvolvimento de Jogos no Processo de Ensino-Aprendizagem de Matemática. Perspectivas da Educação Matemática, v. 12, n. 28, p. 1-13.
Skovsmose, O. (2008). Desafios da reflexão em Educação Matemática Crítica. Campinas, SP: Papirus.
Villa-Ochoa, J. A.; Soares, M. R.; Alencar, E. S. de. (2019, nov/dez). A modelagem matemática nos anos iniciais como perspectiva para o ensino de matemática: um panorama de publicações brasileiras em periódicos (de 2009 a 2018). Educar em Revista, Curitiba, Brasil, v. 35, n. 78, p. 47-64.
Wanderer, F.; Bocasanta, D. M. (2022). O uso dos jogos nas aulas de Matemática: problematizando verdades do discurso pedagógico contemporâneo. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 36, n. 77, p. 885–916.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Bárbara Cristina Pasa, Caroline Berto, Denise Knorst da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).