O que é preciso para ser tradutor?: estudo de caso – Macau (China)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2016v36n2p180Resumo
O presente artigo tem com objectivo reflectir sobre o ensino e a aprendizagem da tradução entre as línguas portuguesa e chinesa, em Macau, e o papel que o Instituto Politécnico de Macau tem desempenhado na formação de tradutores, desde 1991[1] a 2004.
Desde a chegada dos Portugueses, há mais de quatro séculos, a tradução tem sido uma condição essencial para o funcionamento das instituições e da vida social. Os contactos interculturais e interlinguísticos entre os falantes destas duas línguas, actualmente línguas oficiais, obriga a um esforço de tradução, daí que, o ensino desta área de conhecimento seja um importante aspecto a ter em conta pelos investigadores. Com mais de um século de experiência no ensino da tradução, é essencial analisar o mercado da tradução a partir da perspectiva dos próprios profissionais, permitindo identificar as suas características e planear o futuro; esta análise é fundamental para a elaboração de currículos e programas de formação de tradutores, tendo em conta as necessidades dos tradutores.
Partimos para este estudo com as seguintes hipóteses de investigação: (1) o número de tradutores disponíveis no mercado é insuficiente mas, todos os anos, chegam novos licenciados ao mercado; (2) o mercado local procura tradutores e intérpretes com capacidade para traduzir qualquer tipo de texto, de qualquer área do conhecimento, e em ambos os sentidos; (3) a Administração Pública de Macau é o maior empregador de tradutores de chinês-português e, também, o local de trabalho preferido pelos tradutores; (4) existe um número significativo de tradutores que envereda por outra carreira, como por exemplo, advocacia, ou desempenha outras funções não relacionadas com a sua área de estudos.
Nesta investigação, dá-se um especial enfoque à visão dos profissionais da tradução, visto que se pretende identificar os aspectos considerados pelos próprios tradutores como sendo os mais relevantes e que devem ser tomados em conta pelas instituições de ensino superior no design dos curricullum.[1] O ensino superior em Macau foi criado em 1991.
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