Para além do Oral e do Escrito: O Caso das Reescritas Koitiria
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2019v39nespp148Resumo
O presente trabalho1 objetiva discutir as relações entre oralidade, escrita e reescritas indígenas, considerando o contexto colonial e os efeitos de sentido produzidos da dicotomização e hierarquização desses modos semióticos. Tendo como referencial a desconstrução derridiana, rompemos com a ideia recalcitrante de que os povos originários eram ágrafos, para então enxergarmos nas reescritas indígenas, sobretudo, na Série Kotiria – coleção de quatro livros que reescrevem narrativas tradicionais povo kotiria (wanano) –, um movimento, que vem se apresentando com maior intensidade a partir da Constituição de 1988, e que possibilita tentativas de superar, por meio de diversas formas de tradução, as dicotomias
e hierarquias impostas pela história contada a partir da perspectiva Ocidental.
Referências
ALCANTARA, Lúcio. Povos Indígenas no Brasil: como vivem nossos contemporâneos. Brasilia (DF): SEEP, 2000.
AUSTIN, John L. Quando Dizer é Fazer. Tradução de Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990 (1962).
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 20 set. 2019.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 20 set. 2019.
BRASIL. Plano Nacional de Educação. Brasília, DF, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/L10172.pdf. Acesso em: 20 set. 2019.
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a El-Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil. Lisboa: Printer Portuguesa e Expo’98, 1997.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007.
DERRIDA, Jacques. Gramatologia. Tradução de Miriam Chnaiderman e Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Perspectiva, 2011 (1967).
DERRIDA, Jacques. Posições. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2001 (1972).
GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. Alfabetização Indígena. Disponível em: http://www.plataformadoletramento.org.br/alfabetizacao-indigena/#. Acesso em: 15 set. 2019.
HUGH-JONES, Stephen; CABALZAR, Aloisio. Verbete Kotiria, Instituto Socioambiental. 2002. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Kotiria. Acesso em: 20 jul. 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E EESTATÍSTICA (IBGE). Censo 2010: população indígena. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo?busca=1&id=3&idnoticia=2194&t=censo-2010-poblacao-indigena-896-9-mil-tem-305-etnias-fala-274&view=noticia. Acesso em: 15 set. 2019.
INSTITUTO SOCIO AMBIENTAL. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Perguntas_frequentes. Acesso em: 15 set. 2019.
LIMA, Amanda Machado Alves. O livro indígena e suas múltiplas grafias. Dissertação de mestrado. Programa de pós-graduação em letras: estudos literários, da FaLe, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/padrao_cms/documentos/eventos/vivavoz/o_livro_indigena_e_suas_multiplas_grafias.pdf. Acesso em : 20 set. 2019.
MENEZES DE SOUZA, Lyn Mário T. “Uma outra história, a escrita indígena no Brasil”. In: Ricardo, Beto; Ricardo, Fany. Povos indígenas no Brasil: 001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006:203- 208.
MUNDURUKU, D. “A escrita e a autoria fortalecendo a identidade”. In: Ricardo, B.; Ricardo, F. Povos indígenas no Brasil: 2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006.
REZENDE, Patrick. (a) “As reescritas indígenas como tentativas de resistência”. PERcursos Linguísticos. Vitória: PPGEL, v.9, n.21, p. 172-198, 2019. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/27267/18396. Acesso em: 20 set. 2019.
REZENDE, Patrick. (b) Tradução como to mpey: tentativas de reparação das histórias, das identidades e das narrativas indígenas. Tese de doutorado. Programa de Pós-graduação em Letras/Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=cat06910a&AN=puc.227777&lang=pt-br&site=eds-live&scope=site. Acesso em: 17 set. 2019.
REZENDE, Patrick; DEPAULA, Lillian. “A tradução como ato performativo: as narrativas indígenas, do descritivo ao tornar-se”. In: GODOY, Helena. (org.) 2º Workshop Internacional de Pragmática. Curitiba, Setor de Ciências Humanas, 2015: 324-336.
SOUZA, Tania C. C. de. “Línguas indígenas: memória, arquivo e oralidade”. Policromias - Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som, 1.2 (2017): 36-55, 2017. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/policromias/article/view/7710/6228. Acesso em: 16 set. 2019.
VIVAS CAROLINE, G. Arte Kusiwa: a inserção do patrimônio indígena no cenário nacional. XIII Encontro de História Anpuh-Rio: Identidades (2008), Seropédica. Anais Eletrônicos. Disponível em: http://encontro2008.rj.anpuh.org/resources/ content/anais/1214604687_ARQUIVO_artigoAnpuh.pdf. Acesso em: 16 set.2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).