O dístico vernáculo português na tradução poética da carta de Fílis a Demofonte, das Heroides de Ovídio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40n1p147

Resumo

Para verter a parelha elegíaca latina, algumas traduções poéticas metrificadas de obras ovidianas em língua portuguesa têm demonstrado certa preferência pelo dístico vernáculo, engendrado por Péricles Eugênio da Silva Ramos (1964), composto por verso alexandrino sucedido de decassílabo. Seguindo este modelo, apresentamos nossa proposta de transposição criativa para a carta de Fílis a Demofonte (Her. 2), elaborada com base nas considerações de alguns tradutores-poetas que se serviram deste mesmo arranjo e nos pressupostos teórico-metodológicos norteadores da prática da tradução poética, segundo Roman Jakobson (1969), Samuel Levin (1978) e José Paulo Paes (2008).

 

Biografia do Autor

João Victor Leite Melo, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espirito Santo,

João Victor Leite Melo é graduado em Letras (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2016) e Mestre em Letras - Estudos Literários - pela mesma instituição. Atualmente é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo, sob a orientação do Prof. Dr. Raimundo Nonato Barbosa de Carvalho. Seus interesses de pesquisa convergem para o estudo da Literatura Latina e respectivas práticas de tradução poética em português.

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Publicado

22-01-2020

Como Citar

Melo, J. V. L. (2020). O dístico vernáculo português na tradução poética da carta de Fílis a Demofonte, das Heroides de Ovídio. Cadernos De Tradução, 40(1), 147–167. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40n1p147

Edição

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Artigos