Traduzir memória: entre o objeto distribuído e a memória multidirecional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40n3p58

Resumo

A ideia de memória de Alfred Gell, presente em seu “Arte e Agência”, que atravessa a biografia da pessoa (entendida não apenas enquanto humana, mas também como o próprio objeto de arte) é posta em diálogo com estudos contemporâneos sobre memória cultural a fim de se debater o papel da tradução na perpetuação do que se quer lembrar. As ideias de media de memória de Aleida Assmann intermedeiam todo o trabalho, sendo a hipótese de que a tradução é um medium de memória o que traça um caminho entre todo o raciocínio aqui desenvolvido. A tradução é aqui estudada em contato direto com a vida, bios, como parte da construção biográfica da pessoa e da obra de arte, ou, especificamente, literária, a fim de realoca-la nos debates sobre memória cultural.

Biografia do Autor

Hugo Simões, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná,

Doutorando no PPGLetras/UFPR, Mestre em Letras pela UFPR. Bolsista CAPES e membro do species - núcleo de antropologia especulativa.

Referências

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Simões, Hugo. A tradução do que se cala: Paul Celan entre genocídios. Dissertação de mestrado. Curitiba: UFPR, 2018. Acervo digital da Universidade Federal do Paraná. 27/01/2020. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/handle/1884/56126.

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Publicado

11-09-2020

Como Citar

Simões, H. (2020). Traduzir memória: entre o objeto distribuído e a memória multidirecional. Cadernos De Tradução, 40(3), 58–74. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40n3p58

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