Tradução como iniciação

Autores

  • Evelyn Martina Schuler Zea UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2016v36n3p192

Resumo

De forma cada vez mais notória, a tradução aparece como processo, dispositivo ou configuração não limitada à dimensão textual, mas inserida no âmbito mais amplo de trocas rituais, sociais e técnicas. Eis um momento de transbordamento ou expansão da tradução que demanda uma atenção específica. Tal acontecer extratextual da tradução é tomado aqui como motivo para repensar a prática e a conceituação da tradução sob a figura da iniciação xamânica. Concretamente, se trata de elaborar articulações do evento da iniciação xamânica narrada em A queda do céu (Kopenawa & Albert, 2010, 2013, 2015), destacando questões do acesso à alteridade, a interlocução com ela e as vias da transformação que atravessam o duplo campo da antropologia e da tradução. 

Biografia do Autor

Evelyn Martina Schuler Zea, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Professora do Departamento de Antropologia, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) e no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PGET) da Universidade Federal de Santa Catarina.

Referências

AGAMBEN, G. 1993. A comunidade que vem. Tradução de Antonio Guerreiro. Lisboa: Editorial Presença.

AGAMBEN, G. 1999. Potentialities. Collected Essays in Philosophy. Edited and translated by Daniel Heller-Roazen. Stanford University Press.

BENJAMIN, W. 2010. "A tarefa-renúncia do tradutor". Tradução de Susana Kampff Lages. In: Heidermann, W. (org): Clássicos da Teoria da Tradução. Volume 1: Alemão-Português. 2a edição, revisada e ampliada. Florianópolis: UFSC/Núcleo de Pesquisas em Literatura e Tradução.

DERRIDA, J. 1985. The Ear of the Other. Otobiography, Transference, Translation. Translated by Peggy Kamuf and edited by Christie McDonald and Claude Levesque. Lincoln and London: University of Nebraska Press.

EAGLETON, T. 2003. Figures of Dissent. London: Verso.

HANKS, W. 2014. "The space of translation". In: Hau: Journal of Ethnographic Theory, Vol 4, No 4. (available at: http://www.haujournal.org/index.php/hau/issue/view/hau4.2)

HANKS, W. & SEVERI, C. (eds). 2015. Translating Worlds - The epistemological space of translation. Chicago: The University of Chicago Press.

KOPENAWA, D. & ALBERT, B. 2010. La chute du ciel. Paroles d‘un chaman yanomani, préface de Jean Malaurie. Paris: Plon.

KOPENAWA, D. & ALBERT, B. 2013. The falling sky: words of a Yanomami shaman. Translated by N. Elliot & A. Dundy. Massachusets-London: Belknap Press.

KOPENAWA, D. & ALBERT, B. 2015. A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés, prefácio de Eduardo Viveiros de Castro. São Paulo: Companhia das Letras.

MEILLASSOUX, Q. 2006. Après la finitude : essai sur la nécessite de la contingence, Paris: Seuil.

SEVERI, C. 2014. "Transmutating beings: A proposal for an anthropology of thought". In: Hau: Journal of Ethnographic Theory, Vol 4, No 4. (available at: http://www.haujournal.org/index.php/hau/issue/view/hau4.2)

SEVERI, C. & HANKS, W. 2014. "Translating Worlds: The epistemological space of translation". In: Hau: Journal of Ethnographic Theory, Vol 4, No 4. (available at: http://www.haujournal.org/index.php/hau/issue/view/hau4.2)

VALÉRY, P. 1996. Eupalinos ou o Arquiteto. Tradução de Olga Reggiani. Edição bilíngüe francês/português. Rio de Janeiro: Ed. 34.

Downloads

Publicado

06-09-2016

Como Citar

Schuler Zea, E. M. (2016). Tradução como iniciação. Cadernos De Tradução, 36(3), 192–212. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2016v36n3p192

Edição

Seção

Artigos