Percepções das crianças sobre as relações de gênero a partir das interações vividas entre pares e na companhia de uma professora e um professor na Educação Infantil

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22n42p632

Abstract

O artigo analisa as percepções das crianças de cinco anos sobre as relações de gênero vividas entre si e na companhia de uma professora e de um professor em uma Unidade de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte. O quadro teórico-metodológico agrega os estudos feministas e os estudos de gênero na proposição uma etnografia com 7 meninas e 18 meninos de cinco anos de idade, uma professora e um professor de Educação Infantil. Os instrumentos de produção de dados foram: observação participante, entrevistas e desenhos articulados com as falas das crianças. Identificou-se que as relações de gênero vividas no interior do grupo de pares (relações intrageracionais) e na companhia de um professor e uma professora (relações intergeracionais) eram percebidas pelas crianças. As conclusões do estudo apontam para a urgência de as questões de gênero figurarem nos projetos pedagógicos da Educação Infantil, principalmente quando um professor homem atua junto às crianças.

Autor/innen-Biografien

Sandro Vinicius Sales dos Santos, Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – FIH/UFVJM – Diamantina, Minas Gerais, Brasil.

Professor Adjunto do Curso de Pedagogia da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (Pedagogia/FIH/UFVJM) e pesquisador do quadro de docentes permanentes do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED-UFVJM) e do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas (MPICH-UFVJM). Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação Conhecimento e inclusão social da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (2016); Mestre em educação pelo mesmo Programa (2013); Especialista em Educação Infantil pelo Curso de Especialização Lato Sensu em Docência da Educação Básica (LASEB/FaE/UFMG); Pedagogo pelo Instituto Superior de Educação Anísio Teixeira (2008). Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação infantil, crianças de zero a seis anos, relações de gênero, didática; planejamento e avaliação educacional; formação de professores.

Alexandre Gomes Soares, Universidade Federal de Minas Gerais

Pós-Doutorando em Educação pela UFMG, Doutor em Educação (USP),Mestre em Educação Tecnológica (CEFET/MG), Pós-graduado em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela UNIFEI, Pós-graduado em Planejamento, Implementação e Gestão de Educação a Distância pela UFF,Pós-graduado em História e Culturas Políticas pela UFMG, Pós-graduado em Educação Empreendedora pela UFSJ, Pós-graduado em Educação Profissional Integ. a Ed. Bás. na Educação de Jovens e Adultos (CEFET-MG), Licenciado em Pedagogia pela UNINOVE, Bacharel Licenciado em História pela PUC-Minas. Membro do Grupo de Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual (EdGES) credenciado no CNPq.Possuo experiência nas áreas de gestão em saúde, docência e formação de professores (temas em Educação: Gênero, Sexualidade/Diversidade, Currículo, Formação Docente). Atua como Professor Adjunto na Faculdade Única de Contagem e Coordenador Pedagógico no 1º e 2º Ciclo na Prefeitura de Belo Horizonte. E-mail : prof.alexhis@gmail.com

Denise da Silva Braga, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM.

Professora Adjunta da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Coordenadora do curso de Licenciatura em Pedagogia - UFVJM. Docente nos cursos de Licenciatura em Pedagogia e Bacharelado em Humanidades. Docente do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Educação. É doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, com estágio na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto/Portugal (2012). Possui Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2004) e graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2000) . Tem experiência na Educação Básica e no Ensino Superior. Pesquisadora do campo do currículo com ênfase nas questões da diferença, das sexualidades e gêneros, sobretudo das identidades LGBT. Autora do livro "Corpos estranhos se tornam matéria: identidades LGBT no currículo da escola".

Literaturhinweise

ANYON, Jean. Interseções de gênero e classe: acomodação e resistência de mulheres e meninas às ideologias de papéis sexuais. Cadernos de Pesquisa. 1990; (73): 13- 25.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2019: Resumo Técnico. Brasília, 2020.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 20/2009. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2009.

CARVALHO, Marília Pinto de. O conceito de gênero no dia a dia da sala de aula. In: Revista de Educação Pública. Cuiabá, v. 21 n. 46, p. 401-412 maio/ago. 2012.

CARVALHO, Maria Regina Viveiros de. Perfil do professor da educação básica. Série Documental - Relatos de Pesquisa, v. 41, p. 1-67, 2018.

CERISARA, Ana Beatriz. Professoras de Educação Infantil: entre o feminino e o profissional. Coleção Questões da Nossa Época. São Paulo: Cortez, 2002. 120 p.

COHN, Clarice. Antropologia da Criança. São Paulo: Jorge Zahar, 2005.

CONNELL, Robert William. Políticas da masculinidade. In: Educação e Realidade. Vol. 20 (2), jul/dez. 1995, p. 185-206.

CRUZ, Elizabete Franco. “Quem leva o nenê e a bolsa?”: o masculino na creche. In: ARILHA, Margareth; RIDENTI, Sandra Gouretti Unberhaum; MEDRADO, Benedito (Orgs.). Homens e masculinidades: outras palavras. São Paulo: ECOS/Ed. 34, 1998.

DUARTE, Fabiana. Professoras de bebês: as dimensões educativas que constituem a especificidade da ação docente. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

GONÇALVES, Fernanda; ROCHA, Eloisa Acires Candal. Indicativos da produção científica para a educação dos bebês e crianças bem pequenas no contexto da Educação Infantil. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 19, n. 36, p. 397-410, 2017.

GRAUE, Elizabeth & WALSH, Daniel J. Investigação etnográfica com crianças: teoria, métodos e técnicas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

JAEGER, Angelita Alice; JACQUES, Karine. Masculinidades e docência na Educação Infantil. Revista Estudos Feministas, v. 25, n. 2, p. 545-570, 2017.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 8ª ed. – Petrópolis: Vozes, 1997. 159p.

MAGNANI, José Guilherme Cantor. “De perto e de dentro: notas para uma antropologia urbana”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo: SP; 17 (49), 11-31. 2002.

MOLLO-BOUVIER, Suzanne. Transformação dos modos de socialização das crianças: uma abordagem sociológica. Educação & Sociedade. Campinas, vol. 26, n. 91, 2005, p. 391-403.

MONTEIRO, Mariana Kubilius; ALTMANN, Helena. Homens na Educação Infantil: olhares de suspeita e tentativas de segregação. Cadernos de Pesquisa, v. 44, n. 153, p. 720-741, 2014.

MORENO, Montserrat. Como se ensina a ser menina: o sexismo na escola. São Paulo: Moderna, 1999. 80 p.

NILCHOLSON, Linda. Interpretando o gênero. Estudos Feministas, vol. 8, nº 2, 2000. P. 9- 42.

PROUT, Alan; JAMES, Allison. A new paradigm for the Sociology of childhood? Provenance, Promise and Problems. In: JAMES, Allison; PROUT, Alan (Ed.). Constructing and Reconstructing Childhood: Contemporany Issues in the Sociological Study of Childhood. London 1997 (second edition). The Falmer Press. p. 7-34.

RAMOS, Joaquim. Um estudo sobre os professores homens da Educação Infantil e as relações de gênero na rede municipal de Belo Horizonte – MG. Belo Horizonte, 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 139f.

SANTOS, Sandro Vinicius Sales dos. Socialização de gênero na Educação Infantil: continuidades e rupturas vivenciadas pelas crianças na família, na igreja e na escola. Educação (Santa Maria), v. 42, n. 3, set./dez. 2017, pp. 731-750.

SARMENTO, Manuel Jacinto. Sociologia da Infância: correntes e confluências. In: SARMENTO, Manuel Jacinto; GOUVEA, Maria Cristina Soares (orgs). Estudos da Infância: educação e práticas sociais – Petrópolis: Vozes, 2008. p. 17-39.

SAYÃO, Deborah Thomé. Relações de gênero e trabalho docente na Educação Infantil: um estudo de professores em creches. 2005. 273 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Florianópolis.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, vol. 20, (2), jul/dez. 1995.

SILVA, Peterson Rigato da. Não sou tio, nem pai, sou professor! A docência masculina na Educação Infantil – Campinas, SP: 2014. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Estadual de Campinas. 222f.

SILVA, Tomaz Tadeu. Currículo e identidade social: territórios contestados. In: Tomaz Tadeu da Silva. (Org.). Alienígenas na sala de aula. Uma introdução aos estudos culturais em educação. 1ed.Petrópolis: Vozes, 1995, v. 1, p. 190-207.

SOUZA, José Edilmar de. Homem docência com crianças pequenas: um olhar das crianças de um centro de Educação Infantil. 37ª Reunião Nacional da ANPED, 37, 2015, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UFSC, 2015. p. 1-17.

TEIXEIRA, Adla Betsaida Martins. Distinção de gênero e seus reflexos na formação de docentes e discentes. In: Dra. Adla Betsaida Martins Teixeira. (Org.). Temas Atuais em Didática. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009, v. 1, p. 1-12.

THORNE, Berry. Gender Play: girls and boys in schools. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press. 1993.

VIEIRA, Lívia Maria Fraga. Creches no Brasil: de mal necessário a lugar de compensar carências rumo à construção de um projeto educativo. Belo Horizonte, 1986. 347f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Veröffentlicht

2020-11-05