Brincar com as mãos: narrativas do brincar simbólico de crianças surdas
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2022.e87104Schlagworte:
Infância. Surdez. Brincar Simbólico. Observações. Perspectiva histórico-cultural.Abstract
O presente trabalho ocupou-se em investigar sobre o brincar simbólico das crianças surdas. A pesquisa está apoiada pelos estudos de Vygotsky (1989) e entende a surdez a partir de suas diferenças linguísticas e culturais (WITCHS, 2019; LOPES, 2013). O material empírico desta pesquisa é fruto de observações de sessões do brincar simbólico, no qual participam crianças surdas de 7 a 13 anos de idade. A partir disso, desdobram-se três categorias de análise: objetos, encontros e reinvenções, na qual se analisa a relação das crianças com os objetos e brinquedos; biculturalidade, presenças e ausências, na qual se olha para a brincadeira das crianças, identificando as marcas da cultura surda e da cultura ouvinte nesse movimento bicultural; e anúncios e narrativas, em que é analisada a relação da linguagem e das narrativas presentes no jogo simbólico. Conclui-se que a linguagem é fundamental para a experiência lúdica, não somente a linguagem no que se refere à “palavra”, mas a linguagem intrínseca nas ações.
Literaturhinweise
ALFLEN, Bianca Maidana. Experiências com o jogo simbólico: uma análise do brincar de crianças surdas. Trabalho de Conclusão de Curso. Pedagogia. São Leopoldo: Unisinos, 2019.
BAGGIO, Maria Auxiliadora; NOVA, Maria da Graça Casa. Libras. Universidade Luterana do Brasil, 2009.
BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Tradução de Marcus Vinícius Mazzari. São Paulo: Editora 34, 2002.
BERNARDINO, Elidéa Lúcia Almeida. O uso de classificadores na língua de sinais brasileira. ReVEL, v. 10, n. 19, 2012. Disponível em: <http://www.revel.inf.br/files/6ecf02602b4f746097e5749734cfd433.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019.
BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. 2006.
BRITES, Isabel; CÁSSIA, Roberta de. Pensamento e linguagem. Rev. Lusófona de Educação, Lisboa, n.22, p.179-184, 2012. Disponível em: <http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-72502012000300011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 30 ago. 2019.
CORSARO, William. Métodos etnográficos no estudo da cultura de pares e das transições iniciais na vida das crianças: diálogos com William Corsaro. In: MULLER, Fernanda; CARVALHO, Ana Maria Almeida (Org). Teoria e prática na pesquisa com crianças. São Paulo: Cortez, 2009, p. 83-103.
CORSINO, Patrícia. As interações como eixo do trabalho pedagógico. Revista Pátio, Educação Infantil, ano 16, n. 54, Porto Alegre: Penso, 2018.
FOCHI, Paulo Sergio. A documentação pedagógica como estratégia para a construção do conhecimento praxiológico: o caso do Observatório da Cultura Infantil − OBECI − Tese Doutorado − Programa de Pós-Graduação Formação, Currículo e Práticas Pedagógicas) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
GALEANO, Eduardo. Os filhos dos dias. Porto Alegre: LP&M, 2012.
GÓES, Maria Cecília Rafael. O brincar de crianças surdas: examinando a linguagem no jogo imaginário. 2005. Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp33.htm>. Acesso em: 30 ago. 2019.
GÓES, Maria Cecília Rafael. Linguagem, surdez e educação. Campinas: Autores Associados, 2012.
GOMES, Marta Quintanilha; REDIN, Marita Martins; FOCHI, Paulo Sergio. Infância e Educação Infantil. São Leopoldo: Editora UNISINOS, 2013.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 2005.
KRAEMER, Marjana Graciele. Identidade e cultura Surda. In: LOPES, Maura Corcini (Org). Cultura surda e Libras. São Leopoldo-RS. Editora Unisinos, 2012.
KRAMER, Sônia. A infância e sua singularidade. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006, p. 13-24.
LABORIT, Emanuelle. O grito da gaivota: biografia de uma surda profunda, do berço ao êxito nos palcos do teatro francês. Alfragide: Editoral Caminho, 1994.
LODI, Ana Claudia Balieiro; LUCIANO, Rosana de Toledo. Desenvolvimento da linguagem de crianças surdas em língua brasileira de sinais. Uma escola, duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre: Mediação, 2009.
LOPES, Maura Corcini. Flashes da história da educação e da escola de surdos: Surdez e Educação. In: LOPES, Maura Corcini. Inclusão e Educação. São Leopoldo, Editora Unisinos, 2013.
QUEIROZ, Norma Lucia Neris de; MACIEL, Diva Albuquerque; BRANCO, Ângela Uchoa. Brincadeira e Desenvolvimento Infantil: um olhar sociocultural construtivista. Paidéia, Brasília, 2006, 16(34), 169-179. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v16n34/v16n34a05.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019.
QUINTAS, Tainá d’Avila et al. Caracterização do jogo simbólico em deficientes auditivos: estudo de casos e controles. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. out-dez. 2009, 21(4), p. 303-308.
SANTANA, Ana Paula; GUARINELLO, Ana Cristina; BERBERIAN, Ana Paula; MASSI, Giselle. O estatuto simbólico dos gestos no contexto da surdez. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 2, p. 297-306, abr./jun. 2008.
SANTANA, Ana Paula; BERGAMO, Alexandre. Cultura e Identidade Surdas: Encruzilhadas de lutas sociais e teóricas. Educação Social, Campinas, v. 26, n. 91, p. 565-582, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v26n91/a13v2691.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019.
SILVA, Daniele Nunes Henrique. Como brincam as crianças surdas. São Paulo: Plexus Editora, 2002.
SILVA, Daniele Nunes Henrique. Surdez e inclusão social: o que as brincadeiras infantis têm a nos dizer sobre esse debate? Cad. CEDES, Campinas, v. 26, n. 69, p.121-139, ago. 2006. Disponível em: <http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622006000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 ago. 2019.
SKLIAR, Carlos. Atualidade da educação bilíngue para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.
SOUZA, Flavia Faissal de; SILVA, Daniele Nunes Henrique. O corpo que brinca: recursos simbólicos na brincadeira de crianças surdas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, núm. 4, out-dez, 2010, p. 705-712.
TURA, Maria de Lourdes Rangel. A observação do cotidiano escola. In. ZAGO, Nadir; CARVALHO, Marília Pinto de; VILELA, Rita Amélia Teixeira (Orgs). Itinerários de pesquisa: perspectivas qualitativas em sociologia da educação. Rio de Janeiro: Lamparina, 2011, p. 183-206.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
WAJSKOP, Gisela. O brinquedo como objeto cultural. Revista Pátio, Educação Infantil, ano v, n. 15, Porto Alegre: Penso, 2008.
WITCHS, Pedro Henrique. Curvar-se à língua: subjetivação de docentes diante da inclusão escolar de surdos. In: LOPES, Maura Corsini. MORGENSTERN, Juliane Marschall (Org.). Inclusão e subjetivação: ferramentas teórico-metodológicas. Curitiba: Appris, 2019, p. 59-74.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Os direitos autorais referentes aos artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.