Ação pedagógica inclusiva na educação infantil: o indiciarismo como princípio

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/1518-2924.2022.e89923

Palabras clave:

Educação Infantil, Inclusão, Paradigma indiciário

Resumen

Ante a presença de crianças que sinalizam algum tipo de impasse na aprendizagem, deficiência ou autismo, a educação infantil é convocada a reinventar suas formas de fazer. O recorte apresentado, fragmento de uma cena compartilha o trabalho de uma professora com um menino identificado como autista. O paradigma indiciário propõe a observação de detalhes e acontecimentos pouco evidentes no cotidiano de creches e pré-escolas, mas constitutivos da possibilidade de reconhecer as múltiplas formas de habitar a instituição educativa e fazer-se criança.

Biografía del autor/a

André Luís de Souza Lima , Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Doutor e Mestre em Educação pela UFRGS, Licenciado em Filosofia pela mesma universidade. Consultor Técnico em projeto UNESCO/MEC na área de atendimento educacional especializado: deficiência intelectual. Professor Substituto da Faculdade de Educação da UFRGS no Departamento de Estudos Básicos (DEBAS) de abril 2019 a abril 2021. Defendeu uma tese intitulada "Educação Especial, Conhecimento e Capacitismo: a Persistência da Exclusão no Brasil Contemporâneo", acerca das bases epistemológicas da educação especial e suas relações com os processos de exclusão de pessoas com deficiência âmbito escolar brasileiro, considerando os efeitos da desconsideração de questões interseccionais. Atuou em formação de professores na área de educação especial no âmbito do atendimento educacional especializado (AEE) e na formação inicial de professores de área. Trabalhou na educação profissionalizante de pessoas identificadas como tendo deficiência intelectual e autismo. Tem experiência na área editorial com obras de ciências humanas, psicologia e psiquiatria. Editou um livro sobre psicanálise e educação especial. Seus principais interesses são: educação inclusiva, educação especial, filosofia da educação, deficiência, formação de professores, psicanálise e processos editoriais. Vinculado ao Núcleo de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Cultura (NUPPEC/UFRGS) e à Rede Internacional de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Políticas (RIPPEP).

Carla Karoppi Vasques , Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Possui doutorado e mestrado em Educação pela UFRGS e graduação em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil. É professora do Departamento de Estudos Básicos, na área de educação especial e inclusão escolar, e do Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No período de 2016-2020, atuou na Comissão de Pós-graduação do PPGEDU. Coordena o Eixo 1 - Educação especial, psicanálise e experiência formativa do Núcleo de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Cultura (NUPPEC). É membro da Rede Internacional de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Política (RIPPEP). É vice-coordenadora do GT 15 - Educação Especial da ANPED (2019-2020). É Editora Associada da Revista Educação & Realidade. Desenvolve pesquisas e intervenções tendo como foco a interface entre os estudos da deficiência, a psicanálise e a educação.

Luciane Pandini-Simiano, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, Santa Catarina, Brasil

É doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, realizando parte de seu doutoramento na Università degli Studi di Firenze no período de novembro 2013 a maio de 2014, mestre em Educação pela Universidade do Sul de Santa Catarina e graduada em Pedagogia. Atualmente é Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Sul de Santa Catarina. Leciona no referido Programa e, também, nos cursos de Licenciatura da mesma Universidade. É líder do Grupo de Pesquisa Educação, Infância e Cultura GEDIC/ PPGE/UNISUL e pesquisadora da Rede Internacional de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Política (RIPPEP). Atua como Editora Associada da Revista POIÉSIS. É Coordenadora Institucional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID). É membro do grupo gestor do Fórum de Educação Infantil da região Sul de Santa Catarina. Desenvolve pesquisas e intervenções na área da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Infantil, Intercultura, Narrativa e Experiência, Documentação Pedagógica, Prática docente e Formação de professores.

Citas

CAMPBELL, Fiona Kumari. Contours of ableism: the production of disabilities and abledness. Londres: Palgrave Macmillan, 2009.

CIRO, Eulalia Hernadéz. Microhistoria italiana, antropología y archivos judiciales. Historia y sociedad, Medellín, 75, n. 30, enero-junio 2016. 75-104. Disponivel em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6424832>. Acesso em: 1º out. 2020.

COELHO, Clóvis. Carlo Ginzburg: história e indiciarismo. In: RODRIGUES, M. B. F. Exercícios de indiciarismo. Vitória: PPG-His, Universidade Federal do Espírito Santo, 2006. Cap. 3, p. 65-84.

CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics," University of Chicago Legal Forum: Vol. 1989: Iss. 1, Article 8. Available at: http://chicagounbound.uchicago.edu/uclf/vol1989/iss1/8

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Tradução de Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Tradução de Rosa Freire d'Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

GOMES, Roger Marcelo Martins. Micro-História e Psicanálise: Ginzburg discute o caso clínico Homem dos Lobos de Sigmund Freud. Circunscribere: International Journal for the History of Science, São Paulo, 24, n. 0, 30 out. 2019. Disponivel em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/circumhc/article/view/45774/30276>. Acesso em: 25 set. 2020.

LIMA, André Luís de Souza. Formas de conhecer em educação especial: Discurso médico e vida ordinária na escola. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-graduação em Educação, 2018. 75 p. Disponivel em: <https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/178283>.

LIMA, André Luís de Souza. Educação especial, conhecimento e capacitismo: a persistência da exclusão no Brasil contemporâneo. Tese (doutorado). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-graduação em Educação, 2022. 110 p. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/240099.

LIMA, André Luís de Souza; VASQUES, Carla Karnoppi. Epistemologias em jogo na educação especial. Educação especial em debate, Vitória, 2, n. 5, 09 agosto 2018. 60-76. Disponivel em: <https://periodicos.ufes.br/reed/article/view/20982>. Acesso em: 10 janeiro 2020.

MARQUES, Amanda Cristina Lopes. A construção de práticas de registro e documentação no cotidiano do trabalho pedagógico da educação infantil. 170 f. (Doutorado)-Faculdade de Educação Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

MELETTI, Silvia Márcia Ferreira; BUENO, José Geraldo Silveira. O impacto das políticas públicas de escolarização de alunos com deficiência: uma análise dos indicadores sociais no Brasil. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 17, n. 33, p. 367-383, maio/ago. 2011. Disponível em: http://ppeees.ufms.br/wp-content/uploads/2016/02/meletti-bueno-2011-linhas-criticas.pdf

MELETTI, Silvia Márcia Ferreira; RIBEIRO, Karen. Indicadores educacionais sobre a educação especial no Brasil. Cad. Cedes, Campinas, v. 34, n. 93, p. 175-189, maio-ago. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/Y6cVwLpJLsgwsYvzSVhFLQg/?lang=pt&format=pdf

NAESS, Atle. Galileu Galilei: Um revolucionário e seu tempo. Tradução de George Shlesinger. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.

OMODEO, Pietro. Daniel. Hegemony and Science: Epistemological and Historiographical Perspectives. In: OMODEO, P. D. Political Epistemology: The Problem of Ideology in Science Studies. Cham: Springer, 2019. Cap. 6, p. 160.

PANDINI-SIMIANO, Luciane. Colecionando Pequenos Encantamentos...: A documentação Pedagógica como uma narrativa peculiar para e com as crianças bem pequenas. 2015. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

OSTETTO, Luciana. Esmeralda. Observação, registro, documentação: nomear e significar as experiências. In: OSTETTO, Luciana. Esmeralda. (Org.). Educação infantil: saberes e fazeres da formação de professores. Campinas: Papirus, 2008. p. 13-32.

PEREC, George. A vida modo de usar: romances. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

PEREC, George. Aproximações do quê? Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, 12, n. 1, junho 2010. 177-180. Disponivel em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2010000100014>. Acesso em: 10 janeiro 2020.

REALE, Giovanni.; ANTISERI, Dário. História da filosofia: do humanismo a Descartes. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, v. 3, 2004.

RODRIGUES, Márcia Barros Ferreira. Razão e sensibilidade: reflexões em torno do paradigma indiciário. Dimensões - Revista de História da UFES, Vitória, 2005. 213-221. Disponivel em: <http://nei.ufes.br/sites/nei.ufes.br/files/RODRIGUES,%20M%C3%A1rcia%20B.F.%20Raz%C3%A3o%20e%20Sensibilidade.pdf>. Acesso em: 27 janeiro 2020.

TFOUNI, Leda Verdiani; SANTOS, Kátia Alexandra dos Santos; BARTIJOTTO, Juliana; SILVA, Juliana Cristina. O paradigma indiciário e as ciências humanas: psicanálise e análise do discurso. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, 16, n. 4, outubro-dezembro 2016. 1256-1270. Disponivel em: <https://www.redalyc.org/pdf/4518/451855438012.pdf>. Acesso em: 1º outubro 2020.

ZANIN, Carlo. Alexander. A noção de prova na obra de Carlo Ginzburg: desdobramentos teóricos. Embornal, Fortaleza, janeiro-junho 2018. 175-195. Disponivel em: <https://revistas.uece.br/index.php/embornal/article/view/3157>. Acesso em: 1º out. 2020.

Descargas

Publicado

2022-07-22

Número

Vol. 24 Núm. Especial (2022): Dossiê: Bebês e Crianças com Deficiência na Educação Infantil

Sección

Dossiê: Bebês e Crianças com Deficiência na Educação Infantil

Licencia

Os direitos autorais referentes aos artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.

Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.