Solidão/individualismo na docência da educação infantil: consequência ou projeto?

Autori

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22n41p125

Abstract

A expansão da Educação Infantil encontra-se no bojo das lutas pelo direito à educação. O processo de ampliação da oferta dessa etapa da Educação Básica tem-se dado, entretanto, de forma complexa e desafiadora, não acompanhado, na maioria das vezes, de investimentos efetivos que promovam condições adequadas para uma educação de qualidade. Nesse sentido, este artigo discute as condições do trabalho docente na Educação Infantil. O estudo, de natureza qualitativa, realizado por meio de entrevistas individuais e grupo focal, aborda o sentimento de solidão e abandono percebido por professoras de Educação Infantil em um município de Santa Catarina. As discussões permeiam eixos temáticos como a fragilidade no suporte pedagógico, a ausência de trabalho coletivo e a precariedade na formação inicial dos Pedagogos. Os principais resultados indicam que o isolamento profissional tem sua origem em como as organizações estruturam seus espaços e suas práticas, o tempo de atendimento e a necessidade da construção de estratégias e políticas que apoiem os diversos segmentos profissionais que atuam nessa etapa da Educação Básica.

Biografie autore

Graziella Souza Santos, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Formada em Pedagogia. Mestre e Doutora em Educação pela UFRGS. Professora do Centro de Ciências da Educação da UFSC.

Sandra Cristina Vanzuita da Silva, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Doutora em Educação

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Itajaí, SC, Brasil

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Curso de pedagogia

 

Wagner Eduardo Estácio de Paula, Centro Universitário de Brusque –Unifebe Rede Municipal de Balneário Camboriú

Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho

Professor no Centro Universitário de Brusque –Unifebe -Brusque, SC, Brasil

Professor efetivo da Rede municipal de Educação de Balneário Camboriú

Riferimenti bibliografici

BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 248, p. 27833-27841, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 30/01/2020.

BRASIL. Lei Nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 65, p. 1-2, 5 abr. 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12796.htm. Acesso em 30/01/2020.

BRASIL. Censo da Educação Superior: 2018 – Resumo Técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2018. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2019/censo_da_educacao_superior_2018-notas_estatisticas.pdf. Acesso em 30/01/2020.

BUJES, Maria Isabel Edelweiss. Infância e risco. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 157-174, set./dez. 2010. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/13079/10272. Acesso em 30/01/2020.

CAMPOS, Rosânia; BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Obrigatoriedade de matrícula aos quatro anos: ampliação ou recuo do direito? Textura, Canoas, v. 18, n. 36, p. 66-86, jan./abr. 2016. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/txra/article/view/1627/1454. Acesso em 30/01/2020.

CAMPOS, Maria Malta; FÜLLGRAF, Jodete; WIGGERS, Verena A Qualidade da Educação Infantil Brasileira: alguns resultados de pesquisa. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 127, p. 87-128, jan./abr. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v36n127/a0536127.pdf. Acesso em 30/01/2020.

CERISARA, Ana Beatriz. Professoras de Educação Infantil: entre o feminino e o profissional. São Paulo: Cortez, 2002.

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber às práticas educativas. São Paulo: Cortez, 2014.

FERREIRA, Valéria Silva. A expansão da Educação Infantil e prováveis implicações. In: REUNIÃO CIENTÍFICA REGIONAL DA ANPED, 11., 2016, Curitiba. Anais eletrônicos [...]. Curitiba: UFPR, 2016. Disponível em: http://www.anpedsul2016.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2015/11/Eixo-5-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Inf%C3%A2ncia.pdf. Acesso em: 20 maio 2019.

GATTI, Bernardete Angelina; BARRETTO, Elba Siqueira de Sá.; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo de Afonso. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO, 2011.

HYPOLITO, Álvaro Moreira. Políticas curriculares, estado e regulação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1337-1354, out./dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v31n113/15.pdf. Acesso em 30/01/2020.

HYPOLITO, Álvaro Moreira; VIEIRA, Jarbas dos Santos; LEITE, Maria Cecília Lorea. Currículo, gestão e trabalho docente. e-Curriculum, São Paulo, v. 8 n. 2, ago. 2012. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/10989/8109. Acesso em 30/01/2020.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. 2011. Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm. Acesso em: 4 mar. 2018.

MELO, Márcia Maria de Oliveira. Pedagogia e curso de Pedagogia: riscos e possibilidades epistemológicas face ao debate e às novas Diretrizes Nacionais sobre esse curso. In: SILVA, Aida Maria Monteiro et al. (orgs.). Novas subjetividades, currículo, docência e questões pedagógicas na perspectiva da inclusão social. Recife: ENDIPE, 2006. p. 213-241.

PANIZZI, Wrana Maria. Universidade pública, gratuita e de qualidade. Porto Alegre: UFRGS, 2004.

SACRISTÁN, José Gimeno. O Currículo: Uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SACRISTÁN, José Gimeno. Educar e conviver na cultura global: exigências da cidadania. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

SANTOS, Graziella Souza dos. Recontextualizações curriculares: uma análise sobre os processos curriculares no âmbito do planejamento e das práticas pedagógicas de ensino dos professores. 2017. 294 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/168886. Acesso em 30/01/2020.

SÃO PAULO (Estado). Mapa do Ensino Superior no Estado de São Paulo. Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo. São Paulo: SEMESP, 2012.

SILVA, Sandra Cristina Vanzuita da. Mercantilização da Formação de Pedagogos no Brasil. 2015. 160 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2015.

VAILLANT, Denise. Atraer y retener buenos profesionales en la profesión docente: políticas en Lationoamérica. Revista Educación, n. 340, p. 117-140, 2006.

VALE, Andrea Araújo do. (Re)Formatando o consenso: As instituições privadas de Educação Superior preparam novo avanço sobre fundo público. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL “GRAMSCI E OS MOVIMENTOS POPULARES”, 1., 2010, Niterói. Anais eletrônicos [...]. Niterói: Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, 2010. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/read/12528298. Acesso em: 10 fev. 2019.

VALE, Andrea Araújo do. As faculdades privadas não fazem pesquisa porque não querem jogar dinheiro fora: a trajetória da Estácio de Sá da filantropia ao mercado financeiro. 2011. 446 f. Tese (Doutorado em Políticas Públicas e Formação Humana) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.

##submission.downloads##

Pubblicato

2020-04-24

Fascicolo

Sezione

Artigos Demanda Contínua