Infâncias, sementes crioulas e re-existência no chão da educação infantil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2025.e109285

Palavras-chave:

Educação Infantil, Prática Docente, Confluência de saberes, Escuta, Cuidar e Educar

Resumo

Como uma narrativa que documenta e analisa cenas da prática pedagógica de uma professora das infâncias, este artigo propõe uma reflexão-tensionamento de(s)colonial a partir de uma experiência compartilhada com crianças na Educação Infantil, em diálogo com os saberes do mestre quilombola Nego Bispo (Bispo dos Santos, 2022) e do indígena Ailton Krenak (2021), e com as diretrizes legais (Brasil, 2009). Na metáfora do trabalho com as sementes crioulas, o manuscrito discute aspectos que atravessam a prática: escuta, espaço, cuidar-e-educar. Os elementos trazidos à discussão, apresentados como uma proposição pedagógica de reexistência, contribuem para a reflexão sobre a necessidade e a possibilidade de abrir frestas de experiência e criação no contexto da escola pública, que celebrem e afirmem a vida, em confluência com terras, plantas e gentes, como diria Nego Bispo.

Biografia do Autor

Daiane Francisco de Medeiros, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda em Educação na linha de pesquisa Linguagem, Cultura e Processos Formativos pela Universidade Federal Fluminense (desde 2023.2). Mestra em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2021). Licenciada em Pedagogia pela mesma instituição (2018). Atuou como Professora Substituta no Setor de Educação Infantil do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2022-2023). É pesquisadora do Círculo de Estudos e Pesquisa Formação de Professores, Infância e Arte (FIAR) e participante de projetos sociais comunitários voltados à educação. Suas pesquisas evolvem os seguintes temas: Formação de professores, Estudos das infâncias, Estética de(s)colonial, Ancestralidade afrobrasileira e indígenas.

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Publicado

2025-11-26