Entre antropofagias e parangolés: a estética a favor de uma documentação pedagógica à brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2023.e94507Palavras-chave:
Documentação Pedagógica, Educação Infantil, Educação e Arte, Nutrição Estética, DiversidadeResumo
Este ensaio lança-se como uma provocação à estética feita em casa, composta pela diversidade brasileira. Chama atenção para as crianças que insistem em brincar e demandam um adulto-professor desobediente, que encarne a festa, o prazer e o riso, na prática realizada na educação infantil. Através de aportes teóricos conterrâneos e estrangeiros, o texto destaca o caráter autoral, coletivo e comunicativo da documentação pedagógica. A estética, como ingrediente que favorece a formação e a prática docente, com os sabores da aproximação entre Educação e Arte, também é apresentada. Defende-se, por essa via, que alimentar olhares, percepções, pensamentos, contribui para a aprendizagem de observar atentamente, registrar e documentar processos, narrar o vivido, expressar em palavras e imagens, cenários e performances de creches e pré-escolas. Como contribuição ao campo da Pedagogia, o ensaio aposta no potencial subversivo da sensibilidade, da imaginação e das artes, para tornar a documentação, e seus desdobramentos, como práticas provocativas, criativas, éticas e estéticas. E, a um tempo, também saborosas!
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