v. 2 n. 32 (2021): n 32

Nas últimas décadas, a centralidade do conceito de arquivo tornou-se inegável. Claro, trata-se de uma centralidade excêntrica, se assim pudermos dizer, já que situa e vincula, a um só tempo, a ausência e a presença, a epistemologia e a ontologia, a dispersão e a consignação, a fragmentação e a combinação, de maneira que os mais dissímeis fenômenos da cultura e, no limite, os sujeitos e a história mesma, tornam-se legíveis ou são obliterados em razão de um funcionamento aporético incontornável, funcionamento que é próprio do logos a-lógico do arquivo.