Crenças religiosas e evolução: um modelo para o diálogo em aula

Autores

  • Pedro Pinheiro Teixeira Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Ralph Levinson University College London

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2018v11n1p195

Resumo

A teoria evolutiva é defendida como eixo organizador do ensino de biologia, porém há várias dificuldades para tal, incluindo conflitos com determinadas orientações religiosas que realizam uma leitura literal da Bíblia, como o pentecostalismo. Nesta pesquisa, procuramos compreender de que maneira o ensino da teoria evolutiva é desenvolvido em contextos de grande presença de estudantes pentecostais. Para isso, investigamos duas escolas com grande número de estudantes pentecostais através de observações, entrevistas e questionários. Os resultados mostram que quando os professores discutem evolução, eles desvalorizam ou mostram receio em relação às ideias religiosas dos alunos ou introduzem suas crenças pessoais. Propomos um modelo de diálogo, baseado na ideia de discurso de Habermas e de espaço de busca de France, no qual bases comuns podem ser encontradas a fim de promover a compreensão da evolução sem o intuito de converter pontos de vista diferentes. Mostramos as possibilidades do modelo aplicadas aos nossos dados e apontamos para desenvolvimentos futuros.

Biografia do Autor

Pedro Pinheiro Teixeira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

É doutor em Ciências Humanas (Educação) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tendo realizado período sanduíche no Institute of Education da University College London (UCL IOE, UK) sob a supervisão do professor Ralph Levinson. É mestre em Educação pela PUC-Rio e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desenvolve pesquisas em Educação e Ensino de Biologia, com foco em evolução, criacionismo, ciência, religião, diversidade e interculturalidade em contextos escolares. É professor do Curso de Especialização Saberes e Práticas na Educação Básica (CESPEB-UFRJ). Atua na educação básica como professor de Biologia e Ciências no Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio de Aplicação da UFRJ e na rede particular.

Ralph Levinson, University College London

é bacharel em Biological Chemistry and Zoology (University of Hull), PGCE (Biology, King’s College) possui mestrado em Education (Open University) e PhD em Education (University of London), University of London é professor de Educação no Instituto de Educação da Universidade de Londres. É diretor  e professor do programa de Mestrado em Educação em Ciências e orientador de teses de doutorado. Atua, ainda, como professor nos programas de formação inicial e continuada de professores. Seus principais interesses de pesquisa são questões sócio-científicas e alfabetização científica, ciência e justiça social, educação científica e criatividade, educação em química e pedagogia em ciências. Coordena projetos de pesquisa para organizações como o Banco Mundial, o Wellcome Trust, a British Academy e faz parte de dois projetos da União Europeia, além de parcerias com pesquisadores em diversos outros países, incluindo o Brasil.

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Publicado

2018-05-21

Edição

Seção

Artigos