Coro D’osun de Davi Ângelo: elementos para pensar o ensino de ciências como devir contra-hegemônico
DOI:
https://doi.org/10.5007/1982-5153.2022.e85308Palavras-chave:
Arte, Ciência, Ensino de biologia, SereiaResumo
Nos últimos anos a conexão entre arte e ciência vem ganhando destaque quanto a sua contribuição para o ensino e divulgação das ciências da natureza. Neste ínterim, o presente texto cria um diálogo entre o pensamento científico e a obra “Coro d'Osun: quimera dos rios intermitentes” de Davi Ângelo, levando a uma discussão Foucaultiana acerca das possibilidades que essa relação pode gerar para o campo do ensino das ciências, com foco para as biológicas. Através de uma análise hermenêutica, Coro d’Osun é descrita e analisada, seguindo-se por uma exposição nos moldes de um ensaio, com sugestões para a abordagem do material na educação básica, no qual se pintam cores de educação contra-hegemônica que prioriza outros saberes, como aqueles presentes no ser encantado. A sereia, criatura mítica materializada na obra, traz o fantástico juntamente com aspectos antropomórficos, deslizando-se entre arte-ciência e potencializando uma transição para uma policromia do saber biológico.
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