Experiências negativas com a matemática

um dos possíveis fios condutores de ansiedade matemática em professores

Autores

  • Maria Dulce Matos Universidade Federal do Pará
  • Tadeu Oliver Gonçalves Universidade Federal do Pará
  • Monica Gonçalves Matos Secretaria Estadual de Educação
  • Soraia Valeria Coelho Lameirão Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2023.e91171

Palavras-chave:

Ansiedade matemática, Formação de professores, Professores que ensinam matemática, Experiências negativas

Resumo

Este artigo provém de uma tese de doutorado em desenvolvimento, no qual apresentamos análises iniciais de um dos fatores geradores de Ansiedade Matemática em professores e/ou futuros professores da educação básica. Nosso objetivo é evidenciar em que termos de pesquisas acadêmicas essas tratam as experiências negativas com a matemática enquanto fator, com potencialidade para desencadear ou aumentar Ansiedade Matemática em professores e/ou futuros professores da educação básica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, no formato de revisão sistemática. Adotamos como aportes teóricos: Dreger e Aiken; Richardson e Suinn, Lyons e Beilock, Carmo e seus colaboradores, entre outros. Os resultados indicam que experiências negativas é um aspecto que necessita ser estudado com maior intensidade, pois são desencadeadores da Ansiedade Matemática e se apresentam em situações envolvendo a aprendizagem desta disciplina, ou seja, contextos de ansiedade sofridos por professores em exercício e/ou futuros professores durante suas trajetórias de vida e formação acadêmica.

Biografia do Autor

Maria Dulce Matos, Universidade Federal do Pará

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM/IEMCI/UFPA). Mestre em Docência em Educação em Ciências e Matemáticas (PPGDOC-MESTRADO), do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), UFPA (2017). Especialista em Informática Educativa PUC- Minas (2001). Licenciatura em Matemática UFPA (1997). Atualmente é professora atuando na Secretaria de Estado de Educação do Pará. Tem experiência na área de Educação Matemática e seu campo de pesquisa tem ênfase na Formação de Formadores e de Professores de Matemática e que ensinam matemática.

Tadeu Oliver Gonçalves, Universidade Federal do Pará

Licenciado em Matemática pela Universidade Federal do Pará (1976), Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (1981) e Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (2000). É professor da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ desde agosto de 1976, situando-se atualmente na categoria de PROFESSOR TITULAR. É docente/pesquisador do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM/IEMCI/UFPA) - Mestrado e Doutorado, desde o seu início, em 2002 (NPADC). Também é docente do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemáticas (REAMEC). Tem experiência na área de Educação Matemática e seu campo de pesquisa tem ênfase na Formação de Formadores e de Professores de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: educação matemática, formação de professores, ensino-aprendizagem, ensino da matemática e neuro.

Monica Gonçalves Matos, Secretaria Estadual de Educação

Doutora em Educação em Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Possui Mestrado na área de Educação Matemática pela UFPA (2009), licenciatura em Matemática pela UFPA (1997). Atualmente é professora de Secretaria de Estado de Educação do Pará. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em formação de professores, ensino de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Concepções de professores formadores, desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática, ensino, aprendizagem e avaliação em Educação Matemática.

Soraia Valeria Coelho Lameirão, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará, mestrado em Ciências Biológicas com ênfase em Neurociências e doutorado em Neurociências e Biologia Celular, ambos Pela Universidade Federal do Pará. Atualmente é professora do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e é vinculada a Faculdade de Educação Matemática e Científica, lotada no curso de Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens. A perspectiva de seu trabalho é sempre de uma atuação multi-interdisciplinar, fazendo uma articulação entre as áreas de Saúde, Educação, Meio Ambiente e Sociedade. Atualmente desempenha as suas atividades de pesquisa e extensão na área da Neuroeducação com ênfase na formação de professores. É líder do NEMCI - Neurociência Aplicada a Educação Matemática e Científica e faz parte do grupo de pesquisa Epilepsia Norte que procura investigar as bases neurais da epilepsia em humanos e em modelos animais.

 

Referências

BARBOSA, G.M. Identidade profissional de educadores matemáticos formadores de professores que ensinam matemática: sobre a relação com o saber e o aprender. 210f. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemática). Universidade Federal do Pará. Belém, 2021.

BAUER, M.W. Análise de conteúdo clássica. In: BAUER.M. W; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto imagem e som: um manual. Tradução de PEDRINHO.A.G. 13ª. ED. Petrópolis, RJ: VOZES, 2015.

BEILOCK, Sian L. GUNDERSON, Elizabeth A. RAMIREZ, Gerardo, LEVINE, Susan C. Female teachers’ math anxiety affects girls’ math achievement. Proceedings of the National Academy of Sciences, vol. 107, nº 5, p. 1860- 1863.

CARMO, J. S. Ansiedade à matemática: identificação, descrição operacional e estratégias de reversão. In: CAPOVILLA, F. C. (Org.). Transtornos de aprendizagem: progressos em avaliação e intervenção preventiva e remediativa. São Paulo: Memnon, 2011. p. 249-255.

CARMO, J. dos S; SIMIONATO, A. M. Reversão de ansiedade à matemática: Alguns dados da literatura. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n. 2, p. 317-327, abr./jun. 2012.

DOWKER, A; SARKER, A; LOOI, Y. C. Mathematics Anxiety: What Have We Learned in 60 Years? 2016. Disponível em https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2016.00508/full. Acesso em 7 /06/2020.

FRANÇA, A.L.B; DORNELES, B.V. Ansiedade Matemática em Professores Brasileiros: retratos iniciais da literatura. Educação Matemática em Revista, v. 26, n. 73, p. 132-150,2021.

FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos. - Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (Coleção formação de professores)

GANLEY, C.M.; SCHOEN, R. C.; VENIA, M. L; TAZAZ, A. M. Construct Validation of the Math Anxiety Scale for Teachers. 2019. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/2332858419839702 Acesso em 20/04/2019.

GRESHAM, G. A study of mathematics anxiety in pre-service teachers. Early Childhood Education Journal, v. 35, n. 2, p. 181–188, 2007. https://doi.org/10.1007/s10643-007-0174-7

GONÇALVES, T. O. Formação e desenvolvimento Profissional de professores: o caso dos professores da matemática da UFPA. 2000. 206 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de Campinas, Campinas, 2000

HARPER, N. W.; DAANE, C. J. Causes and Reduction of Math Anxiety in Preservice Elementary Teachers. Action in Teacher Education, v. 19, n. 4, p. 29–38, 1998. https://doi.org/10.1080/01626620.1998.10462889

HUGHES, P., SWARS AUSLANDER, S., STINSON, D. W., & FORTNER, C. K. Elementary teachers’ mathematical beliefs and mathematics anxiety: How do they shape instructional practices? School Science and Mathematics, v. 119, n. 4, p. 213–222, 2019. https://doi.org/10.1111/ssm.12329

LYONS I.M, BEILOCK S.L. When Math Hurts: Math Anxiety Predicts Pain Network Activation in Anticipation of Doing Math. Plos One, v. 7, n. 10, 2012.

KUCIAN, K; MCCASKEY, U; TUURA R. O; ASTER, M. V. Neurostructural correlate of math anxiety in the Brain of children. 2018. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6288142/ Acesso em 25/11/2019.

MENDES, L.O.R; PEREIRA, A.L. Revisão sistemática na área de Ensino e Educação Matemática: análise do processo e proposição de etapas. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v. 22, n. 3, p. 196-228, 2020.

MENDES, A. C. Ansiedade à matemática: Evidências de Validade de Ferramentas de Avaliação e Intervenção. 2016. (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2016.

MOURA-SILVA, M.G; TORRES- NETO, J.B; GONÇALVES, T.O. Bases Neurais da Ansiedade Matemática: implicações para o processo de ensino-aprendizagem-avaliação. Bolema, v.34, n.66, 2020.

NACARATO, A. M; PASSOS, C.L. B. A Geometria nas séries iniciais: uma análise sob a perspectiva da prática pedagógica e de formação de professores. São Carlos: EdUFSCar, 2003.

OCDE. 10 questões para professores de matemática: e como o PISA pode ajudar a respondê-las. 2018. Disponível em: https://www.sbm.org.br/wp-content/uploads/2018/02/Livro_Dez_Questoes-PISA_2018.pdf

PANTALEON, K. V., JUNIATI, D.; LUKITO, A. The proving skill profile of prospective math teacher with high math ability and high math anxiety. Journal of Physics: Conference Series, v. 1097, n. 1, 2018. https://doi.org/10.1088/1742-6596/1097/1/012154

RAMIREZ, G., HOOPER, S. Y., KERSTING, N. B., FERGUSON, R.;YEAGER, D. Teacher Math Anxiety Relates to Adolescent Students’ Math Achievement. AERA Open, v. 4, n 1, 2018. https://doi.org/10.1177/2332858418756052

REGLIN, G. L. The effects of individualized and cooperative computer assisted instruction on mathematics achievement and mathematics anxiety for prospective teachers. Journal of Research on Computing in Education, v. 22, n. 4, p. 404–412, 1990. https://doi.org/10.1080/08886504.1990.10781930

RICHARDSON, F. C.; SUINN, R. M. The Mathematics Anxiety Rating Scale: psychometric data. Journal of Counseling Psychology, n. 19, p. 551-554, 1972.

SLOAN, T. R. A quantitative and qualitative study of math anxiety among preservice teachers. Educational Forum, v. 74, n. 3, p. 242–256, 2010. https://doi.org/10.1080/00131725.2010.483909

STOEHR, K. Building the wall brick by brick: one prospective teacher’s experiences with mathematics anxiety. Journal of Mathematics Teacher Education, v. 20, n. 2, p. 119–139, 2017. https://doi.org/10.1007/s10857-015-9322-y

UNESCO. Os desafios do ensino de matemática na educação básica. – Brasília: UNESCO; São Carlos: EdUFSCar, 2016.

WILSON, S. Investigating Rural Pre-Service Teachers’ Mathematics Anxiety Using the Revised Mathematics Anxiety Scale (RMARS). Australian and International Journal of Rural Education, v. 23, n. 3, p. 1–11, 2013. http://search.informit.com.au/documentSummary;dn=845622690160105;res=IELHSS

WILSON, S. Understanding Maths Anxiety in Pre-Service Teachers Through a Quality-of-Life Framework. International Journal of Child, Youth and Family Studies, v. 9, n. 4, p. 168–187, 2018. https://doi.org/10.18357/ijcyfs94201818646

YOUNG, C. B.; WU, S. S.; MENON, V. The Neurodevelopmental Basis of Math Anxiety. Psychological Science, v. 23, n. 5, p. 492–501, 2012.

Arquivos adicionais

Publicado

2023-05-22

Edição

v. 16 n. 1 (2023)

Seção

Artigos

Licença

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Direitos Autorais aos artigos da revista são do autor, com direitos de primeira publicação à revista. Devido ao fato de aparecerem neste periódico de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.

Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicações inicial nesta revista.

 Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia. UFSC, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil - - - ISSN 1982-5153 - - - esta obra foi licenciada com uma licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional - CC BY