Literatura, arte e ciência
Abstract
Mi vida estuvo hecha de soledad, cuadrantes y esferas armilares, de pura matemática o del amor inaudito por las melodías en fuga que levantan los mundos en su lecho, en este universo al que no obstruyen, digan lo que digan, ni epiciclos ni esferas de cristal. Yo descubrí en los movimientos celestes la naturaleza plena de la armonía, esa desolación que acecha a las elipses y las agita de belleza, pues la hermosura habita en lo perfecto como bulle la sal dentro de los mares. ¿No oís la música de los planetas?, blanca polifonía que hiende el espacio y la desnudez de la noche que esta noche comienza y que es húmeda y es fría, que no tiene ese lugar donde encontrar sosiego.Downloads
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