O papel da familiaridade dos falantes de inglês L1 com o inglês com sotaque brasileiro (L2) na inteligibilidade dos alunos brasileiros de inglês (L2): uma discussão sobre inteligibilidade na perspectiva de sistemas dinâmicos complexos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2020v73n1p339

Resumo

O objetivo deste estudo é investigar o efeito da familiaridade com o inglês com sotaque brasileiro (L2) na inteligibilidade de amostras de fala quando julgadas por ouvintes nativos de inglês. Amostras de fala foram coletadas de cinco indivíduos portugueses nativos do sul do Brasil, com um nível pré-intermediário de proficiência em inglês. Após uma conta Complex Dynamic Systems (De Bot et al., 2007), este é um estudo longitudinal no qual um grupo de quatro ouvintes britânicos participou de tarefas semanais de transcrição de inteligibilidade, administradas ao longo de cinco semanas. Esse grupo era formado por indivíduos que haviam chegado recentemente ao Brasil. Os resultados sugerem que a familiaridade com L1 e L2 acentuado de um interlocutor afeta a inteligibilidade do que é ouvido. Da perspectiva de sistemas dinâmicos complexos, argumentamos que há uma alteração na percepção de um ouvinte de seu próprio sistema de linguagem devido à exposição a ele como um L2.
     

Biografia do Autor

Déborah Salves, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Graduate student in the Psycholinguistics program at Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.

Paolla Wanglon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Graduate student in the Psycholinguistics program at Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.

Ubiratã Kickhöfel Alves, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professor in the Psycholinguistics program at Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. Researcher at Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Referências

Alves, U. K.(2018). Teoria dos Sistemas Dinâmicos e desenvolvimento fonético-fonológico em uma nova língua. In: Ortiz-Preuss, E. & Finger, I. (orgs.). Um conceito e duas línguas: a dinâmica do processamento bilíngue. Campinas: Pontes Editores.

Alves, U. K., Brisolara, L., da Rosa, L. C., & Buske, A. C. (2019). Efeitos da duração do vozeamento da fricativa [z] na identificação, por brasileiros, de pares mínimos produzidos por hispânicos. Diacrítica, 32(2), 29. https://doi.org/10.21814/diacritica.449

Beckner, C. (2009), et al. Language is a Complex Adaptive System – Position Paper. Language Learning, 59(1), 1-26.

Bondaruk, P. Albuquerque, J. & Alves, U. (2018). AEPI [computer software]. Retrieved from: http://aepi.e-pi.co/

Cruz, N. C. & Pereira, M. de A. (2006). Pronúncia de aprendizes brasileiros de inglês e inteligibilidade: um estudo com dois grupos de ouvintes. Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, 4(7), 1-26.

De Bot, K., Lowie, W. & Verspoor, M. (2007). A Dynamic Systems Theory approach to second language acquisition. Bilingualism: Language & Cognition, 10(1), 7-21.

De Bot, K., Lowie, W. & Thorne, S. (2013). Dynamic Systems Theory as a comprehensive theory of second language development. In Mayo, M. P. G., Mangado, M. J. G. & Adrián, M. M. (Eds.), Contemporary Approaches to Second Language Acquisition (pp. 167-189). John Benjamins Publishing Company.

Derwing, T.; Munro, M. (2015). Pronunciation Fundamentals: Evidence-based perspective for L2 Teaching and Research. Amsterdam: John Benjamins Publishing Co.

Gonçalves, A. R. & Silveira, R. (2014). In search of speech intelligibility: the case of English high front vowels produced by Brazilian learners. Linguagem & Ensino, 17(2), 361-90.

Larsen-Freeman, D. & Anderson, M. (2011). Techniques & Principles in Language Teaching (3rd ed.). Oxford: Oxford University Press.

Larsen-Freeman, D. (2015). Complexity Theory. In Van Patten, B. & Williams, J. (Eds.). Theories in Second Language Acquisition – an Introduction (pp. 227-244). New York: Routledge.

Levis, J. (2018). Intelligibility, Oral Communication, and the Teaching of Pronunciation. Cambridge: Cambridge University Press.

Lowie, W. & Verspoor, M. (2015). Variability and variation in Second Language Acquisition orders: a dynamic reevaluation. Language Learning, 65(1), 63-88.

Lowie, W. & Verspoor, M. (2019). Individual Differences and the Ergodicity Problem. Language Learning, 69, 184-206. doi:10.1111/lang.12324

Miyake, A. & Shah, P. (1999). Toward Unified Theories of Working Memory: Emerging General Consensus, Unresolved Theoretical Issues, and Future Research Directions. In Miyake, A. & Shah, P. (Eds.), Models of Working Memory: Mechanisms of Active Maintenance and Executive Control (pp. 442-482). Cambridge: Cambridge University Press.

Munro, M. & Derwing, T. (2006). The functional load principle in ESL pronunciation instruction: an exploratory study. System, 34, 520–531.

Munro, M. & Derwing, T. (2015). Intelligibility in Research and Practice: Teaching Priorities. In Reed, M. & Levis, J. The Handbook of English Pronunciation (pp. 375-396). Blackwell.

Ricker, T. J., Aubuchon, A. M. & Cowan, N. (2010). Working memory. Advanced Review, 1(4), 573-585.

Scholl, A. P. & Finger, I. (2013). Elaboração de um questionário de histórico da linguagem para pesquisas com bilíngues. Nonada: Letras em Revista, 2(21), 689-699.

Schwarzhaupt, B. M. (2015) Testing intelligibility in English: the effects of Positive VOT and contextual information in a sentence-transcription task. (Master Dissertation). Retrieved from: http://hdl.handle.net/10183/131639

Publicado

2020-01-31