Infância em tempos de guerra: uma análise comparativa de Menino Mamba-Negra e Muito Longe de Casa: Memórias de um Menino-Soldado
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8026.2024.e99613Palavras-chave:
Poética do refúgio, Trauma, Memória, Nadifa Mohamed, Ishmael BeahResumo
Este artigo tem por objetivo analisar duas obras que têm como protagonistas crianças que, por força das circunstâncias, foram obrigadas a deixar a terra natal, se viram em meio à guerra e tiveram de lutar pela sobrevivência: Menino mamba-negra, de Nadifa Mohamed, e Muito longe de casa: memórias de um menino-soldado, de Ishmael Beah. A primeira é uma narrativa semi-autobiográfica e a segunda um memoir. Em ambas, os protagonistas vivem a experiência do refúgio e se tornam soldados. Partindo dos pressupostos teóricos de Márcio Seligmann-Silva, Walter Benjamin, Paulo Ricoeur, Michael Pollak e Diego Antonello em relação às operações da memória no testemunho do trauma, a análise focalizará em particular as estratégias utilizadas pelos autores ao narrar o impacto da guerra sobre as personagens.
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