Representação e experiência de corpos marginalizados na duologia Semente da Terra, de Octavia E. Butler

Autores

  • Lisiani Coelho Universidade Federal de Pelotas
  • Eduardo Marks de Marques Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2023.e88279

Palavras-chave:

Octavia E. Butler, corpos marginalizados, ficção distópica, Semente da Terra

Resumo

Este artigo apresenta uma leitura crítica dos romances A Parábola do Semeador (2018) e A Parábola dos Talentos (2019) da autora afro-americana Octavia E. Butler, com foco na análise das diferentes representações e experiências de corpos marginalizados nessas produções distópicas. No contexto dessas narrativas, entendem-se corpos marginalizados como aqueles que mais sofrem pelos efeitos de uma exploração capitalista desenfreada, de uma crise climática sem precedentes e da incapacidade de gerência do governo. Nessa categoria, incluem-se corpos de diferentes raças, gêneros, idades, entre outros. O suporte teórico utilizado compreende principalmente noções de corpo expostas nas obras A Sociologia do Corpo, de David Le Breton (2007), Microfísica do Poder, de Michel Foucault (1998) e Changing Bodies in the Fiction of Octavia Butler: Slaves, Aliens, and Vampires, de Gregory Hampton (2010).

Biografia do Autor

Lisiani Coelho, Universidade Federal de Pelotas

Graduada em Licenciatura em Letras (Habilitação Português/Inglês) pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Mestranda na área de Literatura, cultura e tradução pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Bolsista CAPES.

Eduardo Marks de Marques, Universidade Federal de Pelotas

Professor Associado III de Literaturas de Língua Inglesa e Literatura Comparada no Centro de Letras e Comunicação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Referências

BUTLER, Octavia Estelle. A Parábola do Semeador. Tradução: Carolina Caires Coelho. São Paulo: Editora Morro Branco, 2018.

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Publicado

2023-03-02