A crise da razão objetiva, o predomínio da razão subjetiva e o campo da Educação Física

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2023.e96125

Palavras-chave:

Razão objetiva, Razão subjetiva, Educação física, Campo cientifico, Epistemologia

Resumo

O presente estudo trata da crise da razão objetiva, da formalização da razão subjetiva, passando pela crise da razão no ocidente e chegando à crise da racionalidade na Educação Física. Desenvolvemos a ideia de que a razão subjetiva se desenvolveu mediante progressos técnicos e científicos, e a razão objetiva mergulhou em uma narrativa que julga as ações dos sujeitos a partir das circunstâncias. A cada dia há alienação exacerbada e torna os seres humanos marionetes dentro do sistema capitalista de produção de mercadoria. Neste sentido, a Educação Física é apresentada como uma razão objetivista com fundamentos de uma razão subjetiva “sem”, contudo, avançar para uma única matriz de referência epistemológica, mas que nem por isso devemos deixar de repensá-la por outros modos. Defendemos a cultura corporal como objeto de estudo do campo e a necessidade da manutenção das subáreas da biodinâmica, sociocultural e pedagógica para o desenvolvimento do campo, apesar das lutas e disputas em jogo no campo.

Biografia do Autor

Luciano Campos de Amaral, UFG

Possuo graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Goiás (2007). Acadêmico do curso de Ciências Sociais (UFG - 2013). Especialista em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universo. Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás (FEFD 2022). A minha formação está centrada na área de Educação Física, com ênfase nas áreas de Filosofia, Sociologia e Educação. Diretor da Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida no ano de (2015 a 2020). Professor efetivo na Educação Pública do Município de Goiânia. Tenho experiência em docência universitária (UNIP - 2011) com a disciplina Lutas - Judô e Luta Olímpica - ; em projetos de extensão universitária (lutas UEG/ESEFFEGO). Atuo nos seguintes temas: Educação Pública, Educação Superior, Formação, Lutas, Saúde Coletiva, Indústria Cultural, Corpo, Poder, Biopoder e Governamentalidade.

Rosaura Vargas Virgens, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Mestra em Gestão do Patrimônio Cultural. Professora da Rede Estadual de Educação de Goiás - SEDUC.

 

Augusto Cezar Rodrigues Rocha, Universidade Federal de Goiás

Universidade Federal de Goiás. Mestre em Educação Física pela FEFD e Doutorando em ciencias da saúde.

 

Ricardo Lira de Rezende Neves, Universidade Federal de Goiás

Universidade Federal de Goiás. Dr.  em Educação Física pela Universidade Católica de Brasilia, Associado 1 na Faculdade de Educação Física e Dança da UFG. Professor no PPGEF. 

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Publicado

2023-12-20

Como Citar

CAMPOS DE AMARAL, Luciano; VARGAS VIRGENS, Rosaura; RODRIGUES ROCHA, Augusto Cezar; LIRA DE REZENDE NEVES, Ricardo. A crise da razão objetiva, o predomínio da razão subjetiva e o campo da Educação Física. Motrivivência, Florianópolis, v. 35, n. 66, p. 1–15, 2023. DOI: 10.5007/2175-8042.2023.e96125. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/96125. Acesso em: 4 out. 2024.

Edição

Seção

Porta Aberta