Analfabetismo no Brasil: desconceitos e políticas de exclusão

Autores

  • Alceu Ravanello Ferraro UNILASALLE - São Leopoldo - RS

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

Este trabalho articula duas perspectivas de análise do analfabetismo no Brasil, intimamente relacionadas. A primeira resgata toda uma sucessão de desconceitos (ignorância, cegueira, preguiça, doença, erva daninha, incapacidade,
periculosidade etc.) que têm marcado a abordagem do  fenômeno, desde o período da reforma eleitoral no final do  Império (a Lei Saraiva,de 1881), quando o analfabetismo  emergiu como questão nacional, até os dias atuais. A segunda  focaliza o debate, que se estendeu por mais de um
século, sobre o voto dos analfabetos, questão esta só superada na Constituição de 1988. Conclui-se sustentando que esses desconceitos sobre o problema do analfabetismo têm  servido muito mais para desacreditar e estigmatizar os  analfabetos e para consumar e legitimar a sua exclusão do
direito do voto e da cidadania, do que à causa da universalização da alfabetização no país.

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Publicado

2004-01-01

Como Citar

Ferraro, A. R. (2004). Analfabetismo no Brasil: desconceitos e políticas de exclusão. Perspectiva, 22(1), 111–126. https://doi.org/10.5007/%x