Lugares, ações e intenções como possibilidades de análise: discursos sobre a escola primária rural e a formação de seus professores (Santa Catarina 1942-1955)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2016v34n1p240Resumo
O artigo tem como foco a análise de discursos produzidos sobre a escola primária rural catarinense e a formação de seus professores, os quais ora exaltavam a excelência de tal escola e formação, ora qualificavam-nas como precárias e deficientes. A partir de fontes de pesquisa, como livros, publicações oficiais, relatórios de órgãos ligados à educação, mensagens de governadores, a análise apoia-se em autores como Quentin Skinner e Pierre Bourdieu, além de Carlos Eduardo Vieira, que sugerem uma atenção especial ao lugar de onde falam os agentes sociais, a suas intenções ao escrever, bem como aos embates relacionados aos discursos produzidos. Produto das formulações de agentes ligados ao campo educacional em situações de interlocução e na atuação pública, os discursos intelectuais estão relacionados ao arcabouço teórico, ideológico e linguístico disponível em seu contexto de produção, são transversalizados por questões, debates, embates aí postos, e estão ligados a projetos e a programas de ação. Os discursos aqui analisados propõem ações e intervenções no campo educacional e apresentam contradições nas avaliações acerca da qualidade da educação catarinense, as quais dependem das variáveis utilizadas para medir tal “qualidade” e estão relacionadas às intenções e aos lugares de onde falam os autores dos discursos.
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