A imaginação como função interpretativa: consequências para a educação através da arte
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e62018Resumo
Ao longo da história da filosofia ocidental, a definição do conceito de “imaginação” foi baseada em dimensões como corpo, intuição sensível, percepção, imagens mentais, memória, fantasia, espontaneidade, a combinação de idéias e criatividade. Alguns epistemologistas contemporâneos que se referem à filosofia analítica de Kant tentaram recuperar a conceituação da imaginação no campo de o cognitivo. No presente trabalho, percorremos um caminho diferente. Referimo-nos à abordagem psicológica da “imaginação criativa” desenvolvida pelo francês Théodule-Armand Ribot no final do século XIX; e por Lev Vygotsky, que trinta anos depois deu continuidade a muitas das idéias de Ribot. Com base nos postulados de ambos os psicólogos, propomos compreender a imaginação como uma função psíquica que também está subjacente a todo processo de interpretação/compressão. Em função de essa meta, é explorado um paralelo conceitual entre a descrição psicológica do mecanismo da imaginação criativa e a noção semiótica proposta por Umberto Eco de “invenção de funções semióticas”, tentando delinear a complexidade do fenômeno da recepção da arte. A partir dessa perspectiva interdisciplinar, são finalmente exploradas algumas das consequências da teoria desenvolvida para uma educação pela arte.
Referências
ADDISON, Joseph. Los placeres de la imaginación y otros ensayos de The Spectator. Madrid: Antonio Machado Libros, 1991.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 2010.
DAVIDOV, Vassíli V.; SLOBÓDCHIKOV, Víctor I. La enseñanza que Desarrolla en la escuela del Desarrollo. En: La educación y la enseñanza: una mirada al futuro. Moscú: Editorial Progreso, 1991. p. 118-144.
DEL RÍO, Pablo. El arte es a la vida lo que el vino es a la uva. La aproximación sociocultural a la educación artística. Cultura y Educación, Madrid, v. 16, n. 1-2, p. 43-64, 2004.
DESCARTES, René. Meditaciones metafísicas con objeciones y respuestas. Madrid: Alfaguara, 1977.
ECO, Umberto. Tratado de semiótica general. Barcelona: Editorial Lumen, 1988.
EFLAND, Arthur. Imaginação na cognição: o propósito da arte. In: BARBOSA, Ana Mae (Org.). Arte/Educação Contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2008. p. 318-345.
EFLAND, Arthur. Una historia de la educación del arte. Tendencias intelectuales y sociales en la enseñanza de las artes visuales. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 2002.
EFLAND, Arthur; FREEDMAN, Kerry; STUH, Patricia. La educación en el arte posmoderno. Barcelona: Paidós Ibérica, 2003.
EISNER, Elliot. Educar la Visión Artística. Paidos Ibérica, 1995.
GADAMER, Hans-Georg. La actualidad de lo bello. El arte como juego, símbolo y fiesta. Barcelona: Ediciones Paidós, 1991.
GARDNER, Howard. Educación artística y desarrollo humano. Barcelona: Ediciones Paidós, 1994.
HOBBES, Thomas. Leviatán. Madrid: Editora Nacional, 1979.
HOUSEN, Abigail. El ojo del observador: investigación, teoría y práctica. Presentado en la conferencia Aesthetic and Art Education: a Transdisciplinary Approach, Lisboa, Portugal, 27-29 de septiembre de 1999. Disponible en: http://www.vue.org
HOUSEN, Abigail. The Eye of the Beholder: measuring the aesthetic development. 1983. 666 f. (Ed. D. Thesis) – Harvard Graduate School of Education, Cambridge, 1983.
HUME, David. Tratado de la naturaleza humana. Parte 1. Madrid: Editora Nacional, 1977.
JAKOBSON, Roman. Lingüística y poética. En: ARAÚJO, Nara.; DELGADO, Teresa. (Org.). Textos de teorías y crítica literarias (Del formalismo a los estudios postcoloniales). Universidad de La Habana, Universidad Autónoma Metropolitana de México, 2003. p. 187-211.
JOHNSON, Mark. The body in the mind: the bodily basis of meaning, imagination and reason. Chicago: Chicago University Press, 1987.
KANT, Immanuel. Crítica del juicio. Madrid: Librerías de Francisco Iravedra, Antonio Novo, 1876.
KANT, Immanuel. Crítica de la razón pura. Madrid: Alfaguara, 1988
LE BRETON, David. Antropología del cuerpo y modernidad. Buenos Aires: Nueva Visión, 2002.
PARSONS, Michael. Compreender a Arte. Uma abordagem à experiência estética do ponto de vista do desenvolvimento cognitivo. Lisboa: Editorial Presença, 1992.
PARSONS, Michael. Dos repertórios às ferramentas: ideias como ferramentas para a compreensão das obras de arte. In: FRÓIS, João Pedro (Org.). Educação estética e artística: abordagens transdisciplinares. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011. p. 171-191.
PEIRCE, Charles S. La ciencia de la semiótica. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión, 1974.
RIBOT, Théodule-Armand. Ensayo acerca de la imaginación creadora. Madrid: Librería de Victoriano Suárez, Librería de Fernando Fe, 1901.
IAVELBERG, Rosa. Arte/educação modernista e pós-modernista: fluxos na sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2017.
ROSSI, Maria H. W. A estética no ensino das artes visuais. Educação e Realidade, v. 30, n. 2, p. 49-69, jul./dez. 2005.
ROSSI, Maria H. W. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto Alegre: Mediação, 2003.
VYGOTSKY, Lev. S. El instrumento y el signo en el desarrollo del niño. Madrid: Fundación Infancia y Aprendizaje, 2007.
VYGOTSKY, Lev. La imaginación y el arte en la infancia, Madrid: Editorial Akal, 1986.
VYGOTSKY, Lev. Pensamiento y lenguaje: teoría del desarrollo cultural de las funciones psíquicas. Buenos Aires: Ediciones Fausto, 1995.
VYGOTSKY, Lev. Psicologia Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003.
WINNER, Ellen; GOLDSTEIN, Thalia; VINCENT-LANCRIN, Stéfhan. ¿El arte por el arte? Resumen. OECD Publishing, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.
This journal provides open access to all of it content on the principle that making research freely available to the public supports a greater global exchange of knowledge. Such access is associated with increased readership and increased citation of an author's work. For more information on this approach, see the Public Knowledge Project, which has designed this system to improve the scholarly and public quality of research, and which freely distributes the journal system as well as other software to support the open access publishing of scholarly resources. The names and email addresses entered in this journal site will be used exclusively for the stated purposes of this journal and will not be made available for any other purpose or to any other party.
The Perspectiva allow the author(s) yo hold the copyright without restrictions as well as publishing rights. If the paper will be republished later in another format, the author(s) should inform that it has originally been published as article in Perspectiva Journal and quote the complete references.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional