Os selfies e o corpo tombamento: reflexões a partir de uma autoimagem sonora
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e53039Resumo
O presente artigo faz parte de uma pesquisa-formação que aconteceu na Escola de Arte e Tecnologia Spectaculu, no ano de 2016, com 29 estudantes de Fotografia e Tratamento de Imagem, na disciplina “Olhar”, que possui o objetivo de potencializar suas experiências estéticas. A metodologia de pesquisa-formação (MACEDO, 2000; JOSSO, 2004; SANTOS, 2002) se desempenha de forma criativa, buscando se debruçar sobre a experiência educativa para produção de novos conhecimentos e abordagens. E, nesse encontro, o termo ‘tombamento’ ficou cada vez mais evidente, a partir de um dispositivo usado em sala de aula, chamado ‘Autorretrato Musical’, que se trata de uma autoimagem conectada a uma música. O processo deste dispositivo se divide basicamente em três etapas: desenho de si e escrita de suas redes de formação; falar sobre si e escutar o outro; criação e produção da autoimagem sonora. O objetivo deste artigo, portanto, visa tratar sobre essa experiência, transando relações da noção de ‘tombamento’ com efeitos de presença e sentido debatidos pelo autor contemporâneo Gumbrecht (2010). Conclui-se que o ‘tombamento’ é um manifesto ético-estético em si, ou seja, no próprio corpo da geração contemporânea, composta por uma juventude ‘afrontosa’, que se formou na/com a periferia e a internet, criando novas narrativas e referências para os seus e ganhando novos espaços de ação, que foram apropriados pelas mídias massivas e alvo de muitas críticas. Mas, para vivencia educativa e para pesquisa formativa, o processo de criação de si e a reinvenção das formas de fazer são combustíveis indispensáveis.
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