A imaginação como função interpretativa: consequências para a educação através da arte
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e62018Resumo
Ao longo da história da filosofia ocidental, a definição do conceito de “imaginação” foi baseada em dimensões como corpo, intuição sensível, percepção, imagens mentais, memória, fantasia, espontaneidade, a combinação de idéias e criatividade. Alguns epistemologistas contemporâneos que se referem à filosofia analítica de Kant tentaram recuperar a conceituação da imaginação no campo de o cognitivo. No presente trabalho, percorremos um caminho diferente. Referimo-nos à abordagem psicológica da “imaginação criativa” desenvolvida pelo francês Théodule-Armand Ribot no final do século XIX; e por Lev Vygotsky, que trinta anos depois deu continuidade a muitas das idéias de Ribot. Com base nos postulados de ambos os psicólogos, propomos compreender a imaginação como uma função psíquica que também está subjacente a todo processo de interpretação/compressão. Em função de essa meta, é explorado um paralelo conceitual entre a descrição psicológica do mecanismo da imaginação criativa e a noção semiótica proposta por Umberto Eco de “invenção de funções semióticas”, tentando delinear a complexidade do fenômeno da recepção da arte. A partir dessa perspectiva interdisciplinar, são finalmente exploradas algumas das consequências da teoria desenvolvida para uma educação pela arte.
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