Políticas de currículo para a Educação de Jovens e Adultos trabalhadores: sentidos e interesses em disputa na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e93269Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Políticas de currículo, Manutenção da subalternidadeResumo
O currículo é uma arena política atuante no processo de significação que constitui o conhecimento escolar. Por isso, é fundamental o compromisso ético-político de problematizar as políticas de currículo implementadas para a educação da classe trabalhadora. Este artigo tem como objetivo analisar a legislação federal para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), focalizando na Resolução nº 1, de 28 de maio de 2021 (Brasil, 2021), que redefiniu as Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos e, entre outros aspectos, alinhou a EJA à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para isso, foi realizado um estudo bibliográfico e documental sobre as normativas atuais e seus impactos nas políticas de currículo para EJA. O principal referencial teórico-metodológico advém do materialismo histórico, com o pensamento de Marx (2008), Gramsci (2006, 2007), Fernandes (1987) e outros autores. A análise evidenciou que as reformas curriculares em curso colaboram para a reiteração da educação para a subalternidade, ou seja, para a continuidade e a ampliação dos currículos aligeirados, com redução de tempo e de acesso ao conhecimento científico aos jovens e adultos trabalhadores. Reafirma-se a concepção de formação humana integral na perspectiva da emancipação humana, considerando que as políticas de currículo para a EJA precisam problematizar os variados processos de produção social da existência, as expectativas e diferenças dos estudantes, jovens, adultos e idosos da classe trabalhadora, como representantes da diversidade de vozes silenciadas pela desigualdade estrutural da sociedade brasileira.
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