Brasil e Uruguai, hegemonia branca e resistência afrodescendente
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e99336Palavras-chave:
Movimentos negros, Racismo, Ações afirmativasResumo
Neste artigo são discutidas as experiências do Brasil e do Uruguai sobre as relações e de afrodescendentes e brancos, em especial atenção, na resistência negra. O racismo definiu a estrutura de desigualdade em ambos os países, com acesso ao poder e recursos, tanto materiais como simbólicos, muito diferenciados para brancos e para afrodescendentes. O artigo se propõe a exibir coincidências e particularidades das hierarquias baseadas na racialização dos afrodescendentes em ambas as sociedades latino-americanas. Com uma perspectiva crítica e histórica, aborda as origens da colonização e escravização; o ativismo afrodescendente nos dois países e seus resultados; as transformações ocorridas nos anos 1980 e 1990 e chega a um balanço atual. A discussão levou a uma análise das mudanças nas últimas décadas e a um balanço da inserção de afrodescendentes e de brancos nas políticas e nas estruturas de poder nos dois países. Os complexos processos históricos que analisamos em uma perspectiva comparada apresentam diferenças importantes, mas ao mesmo tempo muitas semelhanças, especialmente quando analisadas por períodos prolongados. Os processos históricos que atuaram e atuam para a racialização das sociedades, mantendo espaços de poder para brancos e de subalternidade para negros e indígenas foram confrontados pelos movimentos afrodescendentes em ambos os país, com resultados positivos nas políticas de promoção de igualdade.
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