Brasil e Uruguai, hegemonia branca e resistência afrodescendente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e99336

Palavras-chave:

Movimentos negros, Racismo, Ações afirmativas

Resumo

Neste artigo são discutidas as experiências do Brasil e do Uruguai sobre as relações e de afrodescendentes e brancos, em especial atenção, na resistência negra. O racismo definiu a estrutura de desigualdade em ambos os países, com acesso ao poder e recursos, tanto materiais como simbólicos, muito diferenciados para brancos e para afrodescendentes. O artigo se propõe a exibir coincidências e particularidades das hierarquias baseadas na racialização dos afrodescendentes em ambas as sociedades latino-americanas. Com uma perspectiva crítica e histórica, aborda as origens da colonização e escravização; o ativismo afrodescendente nos dois países e seus resultados; as transformações ocorridas nos anos 1980 e 1990 e chega a um balanço atual. A discussão levou a uma análise das mudanças nas últimas décadas e a um balanço da inserção de afrodescendentes e de brancos nas políticas e nas estruturas de poder nos dois países. Os complexos processos históricos que analisamos em uma perspectiva comparada apresentam diferenças importantes, mas ao mesmo tempo muitas semelhanças, especialmente quando analisadas por períodos prolongados. Os processos históricos que atuaram e atuam para a racialização das sociedades, mantendo espaços de poder para brancos e de subalternidade para negros e indígenas foram confrontados pelos movimentos afrodescendentes em ambos os país, com resultados positivos nas políticas de promoção de igualdade.

Biografia do Autor

Paulo Vinícius, Universidade Federal do Paraná

Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC, SP, Brasil.

Mónica Elisabeth Olaza, Universidad de la República

Se recibió como socióloga de la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de la República (Udelar) en el año 1989 y 1995 culminó el profesorado de Historia en el Instituto de Profesores Artigas (IPA). Posteriormente (2005) culminó la maestría y luego (2015) el doctorado en Sociología, ambas veces en la Udelar. Es docente de la Facultad de Psicología de la Udelar desde el año 2001 y en la actualidad  es parte del Instituto de Fundamentos y Métodos en Psicología, en el programa lazo sociopsíquico contemporáneo con dedicación total. Además, es miembro de la Red Temática Afrodescendientes de Udelar, de la Red Latinoamericana de Estudios y Experiencias Interculturales (ReLeei) y del Nodo Sur de la Red Internacional de Sociología Clínica. Anteriormente fue docente de la Facultad de Ciencias Sociales y de Enseñanza Media.

 

Referências

ABRAMO, Laís. Reseña: Afrodescendientes y la matriz de la desigualdad social en América Latina: Retos para la inclusión. pp. 127-131 In: CAMPOALEGRE Septien, Rosa (org.) Afrodescendencias : debates y desafíos ante nuevas realidades Ciudad Autónoma deBuenos Aires: CLACSO, 2021. Disponible en https://www.clacso.org/wp-content/uploads/2022/03/Afrodescendencias.pdf

ANDREWS, George. Negros en la nación blanca: historia de los afro-uruguayos 1830-2010. Montevideo, Uruguay: Linardi y Risso, 2010.

BASTIDE, Roger e FERNANDES, Florestan. Brancos e Negros em São Paulo. Ensaio sociológico sôbre aspectos da formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de côr na sociedade paulistana. 3ª edição. São Paulo: Nacional, 1971[1955].

CABELLA, Wanda; NATHAN, Mathías y TENENBAUM, Mariana. La población afrouruguaya en el censo 2011. Montevideo, Uruguay: UDELAR, UM, Programa de Población, Trilce, 2013.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: USP, 1964.

FERREIRA, Luis. Los Tambores del Candombe. Colihue-Sepé: Montevideo. 1997.

FERREIRA, Luis. El Movimiento Negro en Uruguay. (1988-1998). Una versión posible. Avances en Uruguay post-Durban. Ediciones étnicas, Mundo Afro: Montevideo, 2003.

FREGA, Ana, DUFFAU, Nicolás, CHAGAS, Karla y STALLA, Natalia (orgs.). Historia de la población africana y afrodescendiente en Uruguay. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad de la República, Ministerio de Desarrollo Social: Montevideo, 2020.

GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Movimento Negro e Educação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 15, n.6, p. 134-158, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/8rz8S3Dxm9ZLBghPZGKtPjv/?format=pdf&lang=pt acesso em 13/07/2023.

OLAZA, Mónica. La cultura afrouruguaya. Una expresión de multiculturalismo emergente de la relación global-local. Montevideo, Uruguay: Biblioteca Plural CSIC-Universidad de la República, 2008.

OLAZA, Mónica. Mecanismos de equidad racial. Comienzos de la institucionalidad afrodescendiente en Uruguay. Liminales. Escritos sobre psicología y sociedad, 6(11), 53-65, 2017). Disponível em http://revistafacso.ucentral.cl/index.php/liminales/article/view/463

OLAZA, Mónica. Becas de Enseñanza Media y Cuotas para Estudiantes Afrouruguayos. Educação & Sociedade, 43, e263518. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ES.263518 Acesso em 28 mar. 2024.

OLAZA, Mónica. Hacia un Uruguay Intercultural: Ley 19.122 y Educación. Perspectivas Afro 3/1 2023: 153-170. 2023 a. Disponível em: https://doi.org/10.32997/pa-2023-4426 Acesso em 28 mar. 2024.

OLAZA, Mónica. Afro-Uruguayans: Implementation of Law No. 19122 in the Workplace. Du Bois Review: Social Science Research on Race, 1–20. 2023b. Disponível em https://doi.org/10.1017/S1742058X23000139 Acesso em 28 mar. 2024.

OLAZA, Mónica, STALLA, Natalia Y SILVA, Eugenia. Acciones Afirmativas para Afrodescendientes en el Area Laboral Privada en Uruguay. Revista Perspectivas de Políticas Públicas vol. 13 No26: 346-375. 2024. https://revistas.unla.edu.ar/perspectivas/article/view/5081/2390 acceso julio 2024.

OCORÓ Loango, Anny e SILVA, Paulo Vinicius Baptista. Igualdade racial e ações afirmativas na Argentina e no Brasil. Educação & Sociedade. V. 43, p. 1-19, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/CgRTS9W8tLdXJPfWXQPNkcF/ acesso em 13 ago. 2023.

OLIVERA, Tomás. Raíces Afro-Uruguayas. Mundo Afro: Montevideo, 1971.

OLIVEIRA; Rita; SILVA; Paulo Vinicius Baptista; SANTOS; Adilson; FILICE, Renisia; CARVALHO Lilian A.; FURLANETTO, Ediclea e GRUPP, Gabriela. Pesquisa sobre a implementação de cotas raciais nas universidades federais. Brasília: DPU / ABPN, 2022. Disponível em: https://abpn.org.br/relatorio-pesquisa-sobre-a-implementacao-da-politica-de-cotas-raciais- nas-universidades-federais/ acesso em 13 jun. 2023.

ORGANIZACIÓN DE LAS NACIONES UNIDAS (ONU) Informe Final: Mujeres, Territorio y Pandemia. Impactos de la Covid-19 en la vida y territorios de mujeres campesinas, indígenas, afro y migrantes en América Latina. UNESCO. RELeEI. 2022. Disponível em:

https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000382482?posInSet=1&queryId=43a6556d-3901-4970-a51f-920a69d67483 Acesso em 28 mar. 2024.

PELFORT, Jorge. Abolición de la Esclavitud en el Uruguay. Ediciones de la Plaza: Montevideo, 1996.

RAMA, Carlos. M. Los Afro-uruguayos. El Siglo Ilustrado: Montevideo, 1969.

RODRÍGUEZ, Romero. Mbundo, malungo a mundele: historia del movimiento afrouruguayo y sus alternativas de desarrollo. Montevideo, Uruguay: Rosebud Ediciones, 2006.

SILVA, Paulo Vinicius Baptista e ROSEMBERG, Fulvia. Negros y blancos en los "media" brasileños: el discurso racista y las prácticas de resistência. In: Van DIJK, Teun (Org.). Racismo y discurso en América Latina. Barcelona: Gedisa, 2007.

SILVA, Paulo Vinicius Baptista da; MARÇAL, José Antonio e ESPEJO Trigo, Rosa A. Políticas de Ação Afirmativa no Brasil: Educação e Políticas Públicas. In: KOMINEK, Andrea M. V.; VANALI, Ana Crhistina (Orgs.). Roteiros Temáticos da Diáspora. Caminhos para o enfrentamento do racismo. Porto Alegre: Editora Fi, 2018, p. 159-188. Disponível em: https://3c290742-53df-4d6f-b12f6b135a606bc7.filesusr.com/ugd/48d206_fba37fc4183949f386000306c687d779.pdf acesso em 23/04/2022 Acesso em 16 jan. 2023.

SILVA, Paulo Vinicius Baptista da. A retórica sobre 'democracia racial' e as estratégias de mordaça e censura nas escolas. In: Larissa Ramina. (Org.). Lawfare: guerra jurídica e retrocesso democrático. Curitiba: Íthala, 2022, v. 4, p. 219-232.

SILVA, Paulo Vinicius Baptista da e ROCHA, Neli Gomes. Atualizando políticas afirmativas e pensamento afro-diaspórico no desafio contracolonial - Editorial. Revista ABPN, v. 1, p. 1-7, 2023. Disponível em https://abpnrevista.org.br/site/article/view/1699/1465; Acesso em 28 mar. 2024

SILVA, Paulo Vinicius Baptista da e ROCHA, Neli Gomes. Políticas de promoção de igualdade racial em foco - Editorial. Revista ABPN, v. 1, p. 1-8, 2024. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/site/article/view/1711/1468; Acesso em 28 mar. 2024.

SUBRAHMANYAM, Sanjay. Mondi Connessi: la storia oltre l’eurocentrismo. Roma: Caroccí, 2014.

TOURAINE, Alain. El Regreso del Actor. EUDEBA: Buenos Aires, 1987.

TOURAINE, Alain. ¿Podremos vivir juntos? FCE: Buenos Aires, 1997.

Publicado

2024-10-15

Como Citar

Vinícius, P., & Olaza, M. E. (2024). Brasil e Uruguai, hegemonia branca e resistência afrodescendente. Perspectiva, 42(3), 1–16. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e99336

Edição

Seção

Dossiê Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas na América Latina e Caribe