Doutoras professoras negras: o que nos dizem os indicadores oficiais

Autores

  • Joselina da Silva

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2010v28n1p19

Resumo

Este texto se propõe a fazer uma análise sobre a participação das mulheres negras com doutorado ou mais e atuantes no ensino universitário, até o ano de 2005. Apoiamo-nos nos indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que aponta um total de 63.234 docentes na educação universitária, dos quais apenas 251 são negras. Segundo Bordi e Bautista (2007), há um número significativamente inferior de mulheres nos campos de representações de poder, no âmbito universitário, uma vez que o desempenho individual não constitui a principal chave responsável por permitir a ascensão na carreira. O trabalho de Kiss, Barrios e Álvarez (2007) acrescenta que o acesso àquele mundo inclui também as relações de poder mediadas pelas de gênero. Num dos esparsos estudos brasileiros sobre o tema, Carvalho (2007) nos fala do ambiente inóspito para os afro-brasileiros quando logram ingressar na qualidade de docentes. Assim, podemos pensar que o íntimo número de doutoras negras é uma consequência da conjunção de fatores como o sexismo e o racismo. Nosso intento é, portanto, demonstrar as acentuadas disparidades quando observamos a atuação das variáveis raça e gênero, notadamente no âmbito da Educação Superior brasileira.

Biografia do Autor

Joselina da Silva

Doutora em Ciências Sociais pela UERJ. Professora adjunta da UFC (campus Cariri).Coordenadora do N’BLAC – Núcleo Brasileiro, Latino-Americano e Caribenho de Estudos em Relações Raciais, Gênero e Movimentos Sociais, certificado pelo CNPq. Bolsista de Produtividade em Pesquisa Funcap/BPI. Principal publicação: O Movimento Negro Brasileiro: escritos sobre os sentidos de democracia e justiça social no Brasil (Org.) Belo Horizonte: Nandyala, 2009. Tem atuado como assistente nesta pesquisa, neste projeto, o mestrando Reginaldo Ferreira Domingos (Faced/UFC). A normalização ficou a cargo das alunas Nicácia Lina do Carmo e Kyara Vasques Silva (Biblioteconomia/UFC – Cariri).

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Publicado

2010-06-03

Como Citar

da Silva, J. (2010). Doutoras professoras negras: o que nos dizem os indicadores oficiais. Perspectiva, 28(1), 19–36. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2010v28n1p19