La relation famille-école dans la perception de la gestion scolaire : entre stratégies et négociations pour vivre ensemble

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e70650

Résumé

Cet article a pour objectif de contribuer à l'étude de la relation famille-école, de la gestion et de l'organisation de l’école, tout en indiquant comme agent de cette trame le directeur d'école, avec sa capacité à mobiliser des ressources de sens pratique pour faire face aux tensions et aux conflits quotidiens d'un établissement situé dans un territoire vulnérable. Armés d'une sorte de perspicacité sociologique « spontanée », les directeurs élaborent des stratégies pour sensibiliser les familles aux besoins de l’ordre scolaire. L'article analyse deux de ces stratégies : a) l'utilisation d'une pédagogie du contrôle émotionnel qui implique des conseils et des démonstrations subtiles de respect et de considération envers les étudiants et leurs familles ; b) l'invocation de discours à caractère religieux pour régler les conflits institutionnels, en particulier ceux liés à la discipline. La méthodologie a consisté en l'observation sur le terrain pendant quinze mois et en sept entretiens semi-structurés avec les directeurs et les coordinateurs pédagogiques. On a conclu que les stratégies mobilisées, quoique insuffisantes pour trancher les dissonances entre les domaines scolaire et domestique, mettent en lumière des aspects moins explicites et aussi moins étudiés en ce qui concerne la relation école-famille. En ce sens, de tels aspects nous aident à comprendre comment cette vie commune se constitue au quotidien.

Bibliographies de l'auteur

Priscila Oliveira Coutinho, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG.

Possui doutorado em sociologia (2015) pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ) e estágio doutoral no Centre Max Weber, vinculado ao Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e à École Normale Supérieure de Lyon (ENS- Lyon), sob a orientação de Bernard Lahire. É mestre em ciências sociais (2010) pela Universidade Federal de Juiz de Fora e bacharel em direito pela mesma instituição.

Maria Amália Almeida Cunha, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993), mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997), doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2003,) doutorado sanduíche em Sociologia - Paris X - Nanterre (2001) e pós-doutorado em Educação pela Unicamp (2018). Atualmente é professora associada na Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do OSFE- Observatório Sociológico Família-Escola e do NUPEDE-Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares. Leciona a disciplina sociologia da educação na graduação e e desenvolve pesquisas sobre: Trajetórias escolares, Socialização, Biografias e Histórias de vida como projeto de formação e auto-formação. Dispositivos Pedagógicos de formação: diários, ateliês de projeto, biografias educativas, práticas pedagógicas escolares. 

Guilherme Alcântara, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui doutorado em educação na PUC-Rio, com estágio sanduíche no Observatoire Sociologique du Changement (SciencesPo-Paris). É mestre em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005) e graduado em geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Atua na área da sociologia da educação e suas interfaces com estudos sobre as ações coletivas, o Estado, a gestão e política da educação, a sociologia urbana e a questão das desigualdades sociais e educacionais.

Références

ALCANTARA, Guilherme. A política da Escola: justiças e qualidades no sistema de ensino. Editora Appris: Curitiba, 2017.

BARRÈRE, Anne. Sociologie des chefs d’établissements: les managers de la République. Paris: PUF, 2006.

BATISTA, Antônio Augusto Gomes; CARVALHO-SILVA, Hamilton Harley de. Família, escola, território vulnerável. São Paulo: Cenpec, 2013.

BOURDIEU, Pierre; CHAMBOREDON, Jean-Claude; PASSERON, Jean-Claude. Ofício de sociólogo: metodologia da pesquisa em sociologia. Petrópolis: Vozes, 2010

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

BECKER Howard S. The career of the Chicago public school teacher. American Journal of Sociology, v. 57, 1952, p. 470-477.

BEM, Laura Alonso de; WAGNER, Adriana. Reflexões sobre a construção da parentalidade e o uso de estratégias educativas em famílias de baixo nível socioeconômico. Psicol. estud., vol.11, n.1, 2006, p.63-71.

CAVALCANTI, Alberes da Siqueira. O sagrado e o profano na educação: um estudo do imaginário religioso na escola pública. Revista educação e emancipação. v.6, n.1, jan./jun. 2013.

DAS, Veena. Ethics as the expression of life as a whole. Disponível em: https://www.academia.edu/14431568/Ethics_as_the_Expression_of_Life_as_a_Whole. Acesso em: 2 mar. 2019.

DAS, Veena. Voces de Ninõs. Violencia, Cuerpo y Lenguage. México, Fondo de Cultura Económica, 2016.

DAS, Veena. Ordinary Ethics: the perils and pleasures of everyday life. 37p. Disponível em: https://www.academia.edu/1241779/Das_Ordinary_Ethics. Acesso em: 2 mar. 2019.

FRANCO, Cristina Perales. Abordagem Etnográfica à Convivência na escola. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 43, n.3, 2018, p.887-907, jul./set. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362018000300887&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

GIULIANI, F. La valeur des mauvais parents. Bien faire institutionnel, dépréciation sociale et reconnaissance locale. In Y. Bonny & L. Demailly (Org.). L'institution plurielle. Villeneuve d'Ascq : Presses universitaires du Septentrion, 2012. p. 83-103. LAHIRE, Bernard. Sucesso Escolar nos meios populares: as razões do improvável. São Paulo: Editora Ática, 1997.

LÓPEZ, Nestor. A escola e o bairro. Reflexões sobre o caráter territorial dos processos educacionais nas cidades. In: QUEIROZ RIBEIRO, Luiz César de; KAZTMAN, Ruben. A Cidade contra a Escola? segregação urbana e desigualdades educacionais na América Latina. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2008.

MILLET, Mathias; THIN, Daniel. Ruptures scolaires- l'école à l'épreuve de la question sociale. Paris: PUF, 2005.

MURY, Rita de Cássia X. e LELIS, Isabel A. M. Profissionalização docente em uma escola privada de setores populares: seguindo o fio de Ariadne. Educação em Revista Belo Horizonte v.32 n.01 p. 35-54 Janeiro-Março 2016.

NOGUEIRA, Maria Alice. No fio da navalha: a (nova) classe média brasileira e sua opção pela escola particular. In: Romanelli, G. et al. (Orgs.). Família e Escola: novas perspectivas de análise. Petrópolis: Vozes, 2013.

PAIXÃO, Lea Pinheiro. Compreendendo a escola na perspectiva das famílias. In: MÜLLER, Maria Lúcia Rodrigues; PAIXÃO, Lea Pinheiro (Org.). Educação, Diferenças e Desigualdades. Cuiabá: Ed. UFMT , 2006.

PAIXÃO, Léa P. Sociologia da educação e prática docente. In: DAYRELL, J. et al. (Orgs.). Família, escola e juventude: olhares cruzados- Brasil-Portugal. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2012.

SILVA, Rodrigo de Castro Dias. Gestos exemplares: sobre alguns modos de apreensão gestual da exemplaridade. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016.

TAYLOR, Charles. As Fontes do Self – A construção da identidade moderna. Tradução: Adail Ubirajara Sobral e Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Loyola, 1997. THIN, Daniel. Para uma análise das relações entre famílias populares e escola: confrontação entre duas lógicas socializadoras. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 32, maio/ago. 2006.

WERNECK, Alexandre. Sociologia da Moral, Agência Social e Criatividade. In: A.Werneck e L. R.Cardoso de Oliveira (orgs.). Pensando Bem: Estudos de Sociologia e Antropologia da Moral. Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2014b, pp. 25-48.

VIANNA, Adriana. Introdução. In: VIANNA, Adriana. O fazer e o desfazer dos direitos: experiências etnográficas sobre política, administração e moralidades. Rio de Janeiro: E-papers, 2013.

VINCENT, Guy, LAHIRE, Bernard e THIN, Daniel. Sobre a história e a teoria da forma escolar. Educação em Revista, Belo Horizonte, n.33, jun. 2001.

ZANTEN, Agnès van. École de la périphérie: scolarité et ségrégation en banlieu. Paris: PUF, 2001.

ZANTEN, Agnès van. et al. Quand l’école se mobilise: les dynamiques professionnelles dans les établissements de banlieue. Paris: La Dispute, 2002.

Publiée

2021-11-08

Comment citer

Coutinho, P. O., Cunha, M. A. A., & Alcântara, G. (2021). La relation famille-école dans la perception de la gestion scolaire : entre stratégies et négociations pour vivre ensemble. Perspectiva, 39(4), 1–16. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e70650