Cisgeneridade: um operador analítico no transfeminismo brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n183266

Palavras-chave:

cisgeneridade, cisnorma, transfeminismo, gênero, cisgênero

Resumo

A noção de cisgeneridade, da maneira como é tematizada pelo transfeminismo brasileiro,
mais do que marcar os sujeitos cuja identidade de gênero coincide com o sexo designado no
nascimento, permite colocar sob análise crítica o funcionamento das normas que produzem a ideia de um sexo natural e estável. Assim, trata-se, sobretudo, de problematizar as formas por meio das quais a cisgeneridade funciona como norma, projetando-se como expressão verdadeira do sexo e organizando o domínio de inteligibilidade do gênero. Neste artigo, veremos como o pensamento transfeminista brasileiro utiliza a cisgeneridade como categoria analítica para discutir os modos como o sexo/gênero são produzidos mediante uma matriz normativa que segmenta as posições de gênero em modalidades dicotômicas de real/artificial, natural/construído

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Biografia do Autor

Ana Paula Silva Hining, Universidade Federal de Santa Catarina

Psicóloga e Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina

Maria Juracy Filgueiras Toneli, Universidade Federal de Santa Catarina

Maria Juracy Filgueiras Toneli é Psicóloga pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorada pela Universidade do Minho (UMinho/PT). É professora titular do Departamento de Psicologia da UFSC, onde leciona e orienta na pós-graduação (PPGP), pesquisadora 1A do CNPq.

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Arquivos adicionais

Publicado

2023-07-12

Como Citar

Hining, A. P. S., & Filgueiras Toneli, M. J. (2023). Cisgeneridade: um operador analítico no transfeminismo brasileiro. Revista Estudos Feministas, 31(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n183266

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