Cisgeneridade: um operador analítico no transfeminismo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n183266Palavras-chave:
cisgeneridade, cisnorma, transfeminismo, gênero, cisgêneroResumo
A noção de cisgeneridade, da maneira como é tematizada pelo transfeminismo brasileiro,
mais do que marcar os sujeitos cuja identidade de gênero coincide com o sexo designado no
nascimento, permite colocar sob análise crítica o funcionamento das normas que produzem a ideia de um sexo natural e estável. Assim, trata-se, sobretudo, de problematizar as formas por meio das quais a cisgeneridade funciona como norma, projetando-se como expressão verdadeira do sexo e organizando o domínio de inteligibilidade do gênero. Neste artigo, veremos como o pensamento transfeminista brasileiro utiliza a cisgeneridade como categoria analítica para discutir os modos como o sexo/gênero são produzidos mediante uma matriz normativa que segmenta as posições de gênero em modalidades dicotômicas de real/artificial, natural/construído
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