O poder do sangue: a enfermidade e vulnerabilidade espiritual no Sul da Guiana
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n395248Palavras-chave:
Doença, Espíritos, Menstruação, Pessoa genderizada, EscolaridadeResumo
Neste artigo, a autora coloca a literatura existente sobre pessoa genderizada e espaço, e as relações entre os fluidos corporais e o mundo espiritual, em diálogo com um relato etnográfico específico sobre a enfermidade (The sickness) no Sul da Guiana. A enfermidade é uma doença espiritual que atinge meninas ameríndias vivendo em dormitórios de internatos na Guiana e manifesta-se sob ataques violentos repetidos. Ao explorar as reações dos membros da comunidade e dos pais da menina a essa enfermidade incomum, e também como eles vinculam-na ao poder do sangue menstrual, o artigo lida com a pessoa genderizada e a transformação, e o que significa para uma jovem mulher ameríndia atingir a maioridade em face da rápida mudança social.
Downloads
Referências
BUTT COLSON, Audrey. “Itoto (Kanaima) as Death and Anti-Structure”. In: RIVAL, Laura M.; WHITEHEAD, Neil L.. Beyond the Visible and the Material: The Amerindianization of Society in the Work of Peter Rivière. Oxford: Oxford University Press, 2001. p. 221-234.
BELAUNDE, Luisa E.; BUENO, I. R. “A força dos pensamentos, o fedor do sangue. Hematologia e gênero na Amazônia”. Revista de antropologia, São Paulo, v. 49, n. 1, p. 205-243, 2006.
BELAUNDE, Luisa E.. “’Looking after your woman’: Contraception amongst the Airopai (Secoya) of western Amazonia”. Anthropology & medicine, v. 4, n. 2, p. 131-144, 1997.
CONKLIN, Beth A. “Women’s Blood, Warriors’ Blood, and the Conquest of Vitality in Amazonia”. In: GREGOR, Thomas A.; TUZIN, Donald. Gender in Amazonia and Melanesia. Berkeley, Los Angeles, London: University of California Press, 2001. p. 141-174.
DESCOLA, Philippe. “The Genres of Gender: Local Models and Global Paradigms in the Comparison of Amazonia an Melanesia”. In: GREGOR, Thomas A.; TUZIN, Donald. Gender in Amazonia and Melanesia. Berkeley, Los Angeles, London: University of California Press, 2001. p. 91-114.
FISHER, William H. “Age-Based Genders among the Kayapo”. In: GREGOR, Thomas A.; TUZIN, Donald. Gender in Amazonia and Melanesia. Berkeley, Los Angeles, London: University of California Press, 2001. p. 115-140.
GOW, Peter. “The Perverse Child: Desire in a Native Amazonian Subsistence Economy”. Man, N.S., v. 24, n. 4, p. 567-82, 1989.
KENSINGER, Ken. How Real People Ought to Live. Prospect Heights, IL: Waveland Press Inc., 1995.
LAGROU, Elsje Maria. “Homesickness and the Cashinahua Self: A Reflection on the Embodied Condition of Relatedness”. In: OVERING Joanna; PASSES, Alan. Anthropology of Love and Anger. The Aesthetics of Conviviality in Native Amazonia. London, New York: Routledge, 2000. p. 152-169.
MCCALLUM, Cecilia. Gender and Sociality in Amazonia: How Real People Are Made. New York: Berg, 2001.
MENTORE, George. Of Passionate Curves and Desirable Cadences. Lincoln and London: University of Nebraska Press, 2005.
MENTORE, Laura. “The Intersubjective Life of Cassava among the Waiwai”. Anthropology and Humanism, v. 37, n. 2, p. 146-155, 2012.
GUYANA CHRONICLE. Moruka mystery illness seems to have gone away. 2009/07/15. Retrieved from http://guyanachronicle.com/2009/07/15/moruka-mystery-illness-seems-to-have-gone-away.
MURPHY, Yolanda; MURPHY, Robert F. Women of the Forest. New York and London: Colombia University Press, 1974.
OVERING-KAPLAN, Joanna. The Piaroa, a People of the Orinoco Basin: A Study in Kinship and Marriage. Oxford: Clarendon Press, 1975.
RIVAL, Laura. “Introduction: What Constitutes a Human Body in Native Amazonia?”. Tipiti: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, v. 3, n. 2, p. 105-110, 2005.
RIVAL, Laura. “Formal Schooling and the Production of Modern Citizens in the Ecuadorian Amazon”. In: LEVINSON, Bradley; FOLEY, Douglas E.; HOLLAND, Doris. The Cultural Production of the Educated Person. Albany, NY: State University of New York Press, 1996. p. 153-169.
RIVIÈRE, Peter. Individual and Society in Guiana. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.
RUBENSTEIN, Steven L.. “Fieldwork and the Erotic Economy on the Colonial Frontier”. Signs: Journal of Women in Culture and Society, v. 29, n. 4, p. 1041-1071, 2004.
SANTOS-GRANERO, Fernando. “Beinghood and people-making in native Amazonia: A constructional approach with a perspectival coda”. HAU journal of ethnographic theory, v. 2, n. 1, p. 181-211. 2012.
SANTOS-GRANERO, Fernando. “Hybrid Bodyscapes: A Visual History of Yanesha Patterns of Cultural Change”. Current Anthropology, v. 50, n. 4, p. 477-512, 2009.
SISKIND, Janet. To Hunt in the Morning. London: Oxford University Press, 1973.
VILAÇA, Aparecida. “Cultural Change as a Body Metamorphoses”. In: FAUSTO, Carlos; HECKENBERGER, Michael. Time and Memory in Indigenous Amazonia: Anthropological Perspectives. Gainesville: University Press of Florida, 1999. p 169-193.
WHITEHEAD, Neil L.. Dark Shamans: Kanaima and the Poetics of Violent Death. Durham and London: Duke University Press, 2002.
WHITEHEAD, Peter J. P. “A Disciplina do Desenho: Quadros Etnográficos Holandeses do Brasil Setecentista”. Revista do Museu Paulista, Nova Série, v. XXXIII, 1988, p. 267-289.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Estudos Feministas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.
