Como me tornei #dotorainspiração e o brinco de Ewá

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n161683

Resumo

O objetivo deste ensaio é discutir as interfaces entre intelectualidade acadêmica e pública em diálogo com feministas negras e decoloniais. Levando em conta a produção de uma “narrativa na primeira pessoa”, discuto minha própria trajetória como professora universitária, destacando a relevância da construção de projetos científicos baseados na autoimagem de mulheres negras como intelectuais. Em atenção à crítica de Ochy Curiel sobre a imposição de renúncia da “vida social” para alcançar uma carreira bem-sucedida, trago para primeiro plano a importância de discutir o papel da subjetividade e da produção de conhecimentos autodefinidos na vida de mulheres negras. Por fim, reflito sobre os dilemas e possibilidades colocados para a intelectualidade de mulheres negras por meio de experiências vivenciadas nos últimos quatro anos, entre elas a criação do Grupo Intelectuais Negras UFRJ, a participação em programas televisivos e o posto de colunista no Nexo Jornal.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giovana Xavier, Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Dra. em História Social, professora da UFRJ, mãe do Peri, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ, tutora do Programa de Educação Tutorial Conexões de Saberes Diversidade UFRJ, colunista do Nexo Jornal.

Referências

ABREU, Martha; MATTOS, Hebe (Dir. Acadêmica); FERNANDES, Guilherme; CASTRO, Isabel (Dir.). “Memórias do Cativeiro”. In: Coletânea LABHOI UFF Passados Presentes, Niterói, 2007. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=JEw4k8Wpofw.

BOSCO, Francisco. A vítima tem sempre razão? Lutas identitárias e o novo espaço público brasileiro. Rio de Janeiro: Todavia, 2017.

COLLINS, Patricia Hill. “O poder da auto-definição”. In: COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. Nova York/Londres: Routledge, 1990. p. 01-35. (Tradução de Natália Luchini. Seminário “Teoria Feminista”, Cebrap, 2013)

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo, 2019.

CRENSHAW, Kimberlé. “Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color”. Stanford Law Review, Standford, v. 43, n. 6, p. 1241-1299, jul. 1991. Disponível em https://www.jstor.org/stable/1229039?seq=1#page_scan_tab_contents. Acesso em 17/01/2019.

CURIEL, Ochy. “El régimen heterosexual y la nación. Aportes del lesbianismo feminista a la Antropología”. La Manzana de la Discordia, Barcelona, v. 6, n. 2, p. 25-46, 2011. Disponível em https://www.scribd.com/doc/253530888/Karina-Bidaseca-y-Vanesa-Vazquez-Laba-Comps-Feminismos-y-Poscolonialidad-Descolonizando-El-Feminismo-Desde-y-en-America-Latina. Acesso em 30/01/2018.

HARAWAY, Donna. “Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos Pagu, Campinas, v. 5, p. 07-41, 1995. Disponível em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=51046. Acesso em 12/09/2018.

hooks, bell. “Intelectuais Negras”. Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 464-478, 1995. (Dossiê Mulheres Negras) Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16465/15035. Acesso em 08/11/2019.

KILOMBA, Grada. “Descolonizando o conhecimento: uma palestra performance”. Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, 06/03/2016. Disponível em http://www.goethe.de/mmo/priv/15259710-STANDARD.pdf. Acesso em 12/09/2018.

LIMA, Betina Stefanello; BRAGA, Maria Lucia de Santana; TAVARES, Isabel. “Participação das mulheres nas ciências e tecnologias: entre espaços ocupados e lacunas”. Revista Gênero, Niterói, v. 16, n. 1, p. 11-31, 2015. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistagenero/article/view/31222/18311.

LUGONES, María. “Hacia um feminismo descolonial”. La Manzana de la Discordia, Barcelona, v. 6, n. 2, p. 105-119, jul./dez. 2011. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em 29/07/2018.

PARMAR, Pratibha. “Feminismo negro: la política como articulación”. In: JABARDO, Mercedes (Ed.). Feminismos Negros: Una Antología. Madrid: Traficantes de Sueños, 2012. p. 245-267. Disponível em https://www.traficantes.net/sites/default/files/pdfs/Feminismos%20negros-TdS.pdf. Acesso em 30/01/2018.

MURRAY, Pauli. Song in a Weary Throat: An American Pilgrimage. New York: Harper and Row, 1987.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

SILVA, Joselina. “Doutoras Negras: o que dizem os indicadores oficiais”. Perspectiva, Florianópolis, v. 28, n. 1, p. 19-36, jan./jun. 2010. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-795X.2010v28n1p19/17811. Acesso em 17/01/2019.

VANINI, Eduardo. “FRONT; ‘Dotora’ Inspiração”. O Globo, 08/04/2018.

XAVIER, Giovana. “Conceição Evaristo: abrindo novos parágrafos na história do Brasil”. Nexo Jornal, São Paulo, 14/05/2018. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/Conceição-Evaristo-abrindo-novos-parágrafos-na-história-do-Brasil. Acesso em 10/10/2019.

XAVIER, Giovana. “O dia em que Rui Barbosa sorriu (ou chorou?)”. Medium @pretadotora, 09/06/2014. Disponível em https://medium.com/pretadotora/o-dia-em-que-rui-barbosa-sorriu-ou-chorou-f819a3864533?source=rss-------1. Acesso em 07/11/2019.

XAVIER, Giovana. “Como me tornei historiadora e a vida entre livros e sala de aula”. Nexo Jornal, São Paulo, 16/10/2017. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/profissoes/2017/10/16/Como-me-tornei-historiadora.-E-a-vida-entre-livros-e-salas-de-aula. Acesso em 07/11/2019.

Downloads

Publicado

2021-07-21

Como Citar

Xavier, G. (2021). Como me tornei #dotorainspiração e o brinco de Ewá. Revista Estudos Feministas, 29(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n161683

Edição

Seção

Ponto de Vista