A Interface entre o movimento lógico-histórico e a organização do ensino do conceito matemático de ângulos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2019.e62982

Resumo

O artigo resulta de uma investigação desenvolvida com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental quanto ao movimento lógico-histórico do conceito de ângulo e está vinculado à disciplina de Estágio Supervisionado II, do curso de licenciatura em Matemática de uma universidade pública de Goiás. Destaca-se como objetivo principal: analisar as possíveis apropriações dos estudantes do sétimo ano quanto o conceito matemático de ângulos a partir do desenvolvimento de atividades de ensino organizadas segundo o movimento lógico-histórico. Atrelado ao desenvolvimento desse conceito tínhamos a ideia de movimento e na busca por respostas de como ocorreu essa apropriação, foi organizado um experimento didático como caminho metodológico da pesquisa. O materialismo histórico dialético, apresenta-se como método de pesquisa que sustentou e mediou todas as escolhas e ações da investigação. Ofertamos aos estudantes um texto com informações sobre o Sistema Solar, além de que foi confeccionado e utilizado com os alunos um transferidor artesanal. Tais ações - exploração do texto e uso do transferidor – serviram para que o conceito de ângulo fosse apreendido como resposta aos avanços históricos humanos.  Concernente a tais escolhas a estrutura de análise é composta de unidade, episódios e flashes. Os resultados dão indícios de que a interface entre a organização do ensino do conceito de ângulo e o movimento lógico-histórico possibilitou a interconexão do conhecimento matemático com a produção de conhecimento humano, conferindo-lhe o caráter formativo do sujeito.

Biografia do Autor

Bruno Silva Silvestre, UFG - Doutorado em Educação em Ciências e Matemática

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática UFG (2018). Mestre em Educação em Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Goiás (2016). Especialista em Educação Matemática UFG (2014). Especialista em Educação Inclusiva com ênfase no Atendimento Educacional Especializado (AEE), FABEC (2013). Concluída graduação, Licenciatura em Matemática - Faculdades Alfredo Nasser (2011). Atualmente está como professor na Secretaria Municipal de Educação (Goiânia), professor no Colégio LASSALE e professor do Ensino Superior (INSTITUTO WALLON)(UNIFAN) . Integrante do GEMat, Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Atividade Matemática. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática, Teoria Histórico Cultural, Ensino Lúdico e Formação de Professores de Matemática.

Maria Marta da Silva, UEG - Universidade Estadual de Goiás

Doutora em Educação Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Goiás, Mestre em Educação Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Goiás, Especialização em Matemática Superior pela Universidade Estadual de Goiás, Licenciatura Plena em Ciências - Habilitação em Matemática pela Faculdade de Educação Ciências e Letras de Quirinópolis Professora efetiva da Universidade Estadual de Goiás, atuando especificadamente na licenciatura em Matemática, professora de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental na Rede Municipal (30 anos). Professora de Matemática do Ensino Médio - Rede Estadual- (por 20 anos). Professora das Especializações: Educação, Ciências e Humanidades e Gestão e Docência na Educação Básica, ambas ofertadas pela Universidade Estadual de Goiás. Coordenadora do CluMat (Clube de Matemática) da Universidade Estadual de Goiás. Coordenadora de Área do Sub Projeto Pibid de Matemática da UEG (Bolsista CAPES). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre a Atividade Matemática (GeMAT- UFG). Linhas de Pesquisa: Formação de professores de Matemática, Organização do Ensino e da aprendizagem de conceitos Matemática, sendo ambos na perspectiva da Teoria Histórico Cultural e Teoria da Atividade.

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2019-12-20

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Artigos