Algoritmos sinalizados em cálculos de adição e subtração

aritmética de crianças surdas

Autores

  • Silene Pereira Madalena Instituto Nacional de Educação de Surdos
  • Claudia Coelho de Segadas-Vianna

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2022.e82239

Resumo

Este estudo buscou investigar o desempenho de 67 alunos surdos dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, usuários de Libras - Língua Brasileira de Sinais, na realização de cálculos de adição e subtração. Objetivou-se descrever as principais estratégias utilizadas pelos estudantes e identificar erros frequentemente cometidos, relacionando-os às estratégias empregadas. As análises, quantitativas e qualitativas, revelaram que houve progressão acadêmica com a escolaridade e maior dificuldade na resolução dos cálculos de subtração. Identificou-se o uso de formas particulares na resolução de cálculos que podem ser atribuídas à modalidade visuoespacial da Língua de Sinais: algoritmos sinalizados. Essas estratégias são oriundas de uma forma própria de representar, contar e operar com os números, por surdos usuários de Línguas de Sinais, trazendo em si uma característica própria que as distinguem das formas de operar com os dedos, por ouvintes.

Referências

Barbosa, H. (2014) Conceitos matemáticos iniciais e linguagem: um estudo comparativo entre crianças surdas e ouvintes. Educação e Pesquisa, 40 (1), 163-179.

Beller, S. & Bender, A. (2011). Explicating numerical information: when and how fingers support (or hinder) number comprehension and handling. Frontiers in Psychology, 2, 7-10.

Bender, A. & Beller, S. (2011). Fingers as a tool for counting-naturally fixed or culturally flexible. Frontiers in Psychology, 2, 10-13.

Bender, A. & Beller, S. (2012). Nature and culture of finger counting: Diversity and representational effects of an embodied cognitive tool, Cognition, 124(2), 156-182.

Brasil (2012). Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: formação do professor alfabetizador: caderno de apresentação / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 40 p.

Domahs, F., Krinzinger, H., & Willmes, K. (2008). Mind the gap between both hands: Evidence for internal finger-based number representations in children’s mental calculation. Cortex, 44, 359–367.

Domahs, F., Moeller, K., Huber, S., K. Willmes, K. & Nuerk, H-C. (2010) Embodied numerosity: Implicit hand-based representations influence symbolic number processing across cultures. Cognition, 116, 251-266.

D’Ambrósio, U. (2005). Ação Pedagógica e Etnomatemática como marcos conceituais para o ensino da Matemática. In M. A. V. Bicudo, (org.). Educação Matemática. São Paulo: Centauro.

Di Luca, S. & Pesenti, M. (2011). Finger numeral representations: more than just another symbolic code. Frontiers in Psychology, 2, 28-30.

Fayol, M. (1996). A criança e o número: da contagem à resolução de problemas. Porto Alegre: Artes Médicas.

Fuson, K. (1984). More complexities in subtraction. Journal for Research in Mathematics Education, 15(3), 214-225.

Kamii, C., Lewis B. & Kirkland, L. (2001), Fluency in subtraction compared with addition. Journal of Mathematical Behavior, 20, 33 – 42.

Kamii, C. & Housman, L. (2002). Crianças pequenas reinventam a aritmética: implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: Artmed Editora.

Kritzer, K. & Pagliaro, C. (2013). Matemática: um desafio internacional para estudantes surdos, Caderno Cedes, 33 (91), 431-439.

Madalena, S. P. (2017). Investigação da Construção do Número em Libras: estudo com crianças surdas (Tese de Doutorado em Psicologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Michaelis (2015) Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa São Paulo: Melhoramentos. Recuperado de https://michaelis.uol.com.br/

Nunes, T. & Moreno, C. (1998). The signed algorithm and its bugs. Educational Studies in Mathematics, 35(1), 85-92.

Nunes, T. Evans, D., Barros R. & Burman, D. (2013) Promovendo o Sucesso das Crianças Surdas em Matemática: Uma Intervenção Precoce, Cuadernos de Investigación y Formación en Educación Matemática, 11, 263-275.

Rogoff, B. (2005). A natureza cultural do desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed.

Downloads

Publicado

2022-03-30

Edição

Seção

Artigos