Formação contínua de professores e o trabalho com medida de tempo no encontro nacional de educação matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2022.e82450

Palavras-chave:

Horizonte valorativo. Gênero entrevista pingue-pongue. Círculo de Bakhtin.

Resumo

O objetivo deste artigo é destacar que a relevância da formação contínua na trajetória profissional dos professores requer sua presença em todas as oportunidades de contato que possibilitem seu acesso aos conhecimentos elaborados e produzidos nos processos de significação humana. Para isso, são aqui apresentadas e analisadas ações de ensino de uma atividade de formação desenvolvida durante o XIII Encontro Nacional de Educação Matemática, com professores que ensinam Matemática no Ensino Fundamental.  O conceito de medida de tempo foi coletivamente explorado de modo lúdico e orientado por ações fundamentadas na teoria da atividade e pelos princípios teórico-metodológicos da Atividade Orientadora de Ensino. Os nexos conceituais presentes no conceito de medida de tempo foram trabalhados por meio da proposta de uma situação desencadeadora de aprendizagem, o que tornou possível uma reflexão por parte dos professores relativa à organização do ensino para esse conceito em especial. Concluímos que, se bem estruturados e fundamentados, processos formativos podem e devem ocorrer em todos os espaços que permitam reflexões e análises por parte dos professores a respeito de sua atividade profissional e, com isso, possibilitem colocar em movimento a significação de suas atividades de ensino.

Biografia do Autor

Neusa Maria Marques de Souza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Possui Pós-doutorado na FE/USP/SP em Educação Matemática (2013); doutorado em Educação (Currículo) (2003 )- PUC/SP; mestrado em Educação (1994)-UNESP/Marília-SP; graduação em Matemática Licenciatura - (1984) e em Pedagogia (1988); Atua como Docente colaboradora do programa de Pós Graduação em Educação Matemática (Mestrado e Doutorado) na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com vínculo de Professora Associada II aposentada. Desenvolve pesquisa e orientações de dissertações e teses na vertente da Teoria Histórico-Cultural com ênfase na Teoria da Atividade, área: formação inicial e contínua de professores que ensinam Matemática.

Ana Paula Gladcheff Munhoz, Pesquisador autônomo

Possui habilitação específica do Ensino Médio para o magistério (habilitação profissional plena); graduação em licenciatura em Matemática pelo ICMC/USP, São Carlos (1993); aperfeiçoamento em Ciência da Computação pelo ICMC/USP, São Carlos (1996); mestrado em Ciências da Computação junto à linha de pesquisa "Qualidade de Software Educacional", pelo IME/USP, São Paulo (2001), com a orientação da Prof.a Dra. Dilma Menezes da Silva; doutorado em Educação junto à linha de pesquisa "Ensino de Ciências e Matemática", pela FE/USP, São Paulo (2015), com a orientação do Prof. Dr. Manoel Oriosvaldo de Moura; e pós-doutorado junto à linha de pesquisa "Educação em Ciências e Matemática", pelo CECH/UFSCar, São Carlos (2019), sob a supervisão da Prof.a Dra. Maria do Carmo de Sousa. Tem experiência na área de Educação e atuou nos seguintes temas: formação de professores dos anos iniciais, qualidade de software, instrumento de avaliação da qualidade de software educacional, software educacional de Matemática direcionado ao Ensino Fundamental e desenvolvimento de projetos pedagógicos de cursos para o Ensino Superior. Participou dos projetos de pesquisa "Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da organização do ensino", integrado ao Programa Observatório da Educação e, "Gênese e desenvolvimento da organização do ensino de matemática em um município paulista", no âmbito do programa Melhoria do Ensino Público. É membro do GEPAPe (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividade Pedagógica) e do GEPEAMI (Grupo de Estudos e Pesquisa do Ensino e Aprendizagem da Matemática na Infância).

Anelisa Kisielewski Esteves, Universidade Anhanguera Uniderp

Doutora em Educação e mestre em Educação Matemática, pela UFMS. Graduada em Pedagogia. Professora do Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matem´ática da Universidade Anhanguera Uniderp e da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS.

Amanda Cristina Tedesco Piovezan, Pesquisador autônomo

Possui graduação em Matemática pela Universidade Ibirapuera (2006), em Pedagogia pela Universidade Bandeirantes (2007) e mestrado profissional em Ensino de Astronomia pela IAG/USP (2020). Atua como professora do ensino fundamental II e médio da Prefeitura Municipal de São Paulo desde 2008.

Moisés Alves Fraga, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Possui Licenciatura em Matemática pela Universidade de São Paulo (2011) e mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (2016). Atualmente é doutorando em Educação, docente de Matemática e coordenador de olimpíadas científicas na Escola Santa Marina. Atua, principalmente, nos seguintes temas: Educação Matemática, Teoria Histórico-Cultural, Teoria da Atividade. Estudante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Atividade Pedagógica - GEPAPe.

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Publicado

2022-03-25

Edição

Seção

Dossiê Temático: Pesquisas em Formação de Professores que Ensinam Matemática