A importância de uma boa construção discursiva por parte do professor [de matemática] para a atuação do intérprete de Libras em salas de aula inclusivas.
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2023.e93517Palavras-chave:
Matemática, Surdo, Visual, Libras, Intérprete educacional, LinguagemResumo
Este ensaio busca problematizar o enunciado de que o surdo é um sujeito visual no campo da Educação Matemática, bem como a propagada necessidade do uso de recursos visuais para o ensino e aprendizagem de matemática de estudantes surdos. Assim, a partir de um deslocamento de pensamento, defendemos que uma perspectiva da filosofia da linguagem de inspiração wittgeinsteiniana, antes de qualquer pedagogia, tem muito a contribuir com questões de ensino e aprendizagem (de estudantes surdos e não-surdos). Nossa argumentação é que a preocupação e o investimento no que estamos chamando de uma boa construção discursiva por parte do professor (seja ele surdo ou não-surdo) é condição fundamental para todo e qualquer processo educativo (de estudantes surdos e não-surdos). E é isso, por sua vez, que poderá favorecer a atuação do intérprete educacional, dando condições a uma boa construção discursiva em Libras.
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