Paisagens humanas e sociedades ecológicas: narrativas socioafetivas sobre seres, saberes e fazeres
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e96912Palavras-chave:
Paisagens humanas, Sociedades ecológicas, Mapeamento culturalResumo
Este artigo aborda seres, saberes e fazeres, entendendo-os como espaços natural, cultural e sobrenatural ou espiritual. Diante disso, trazemos as narrativas de mulheres trabalhadoras - Louceiras do Maruanum, as quais fazem peças cerâmicas. Contemplamos nesse artigo as narrativas sobre a retirada do barro, por percebermos uma entidade mística trazida nas falas dessas mulheres sobre a “mãe do barro”, divindade feminina e protetora tanto do barro quanto do local na floresta. Adotamos como objetivo investigar, nas narrativas de mulheres trabalhadoras, da Comunidade Quilombola Santa Luzia do Maruanum, possibilidades de apresentar a simbiose entre os seres, saberes e fazeres como acréscimo da cultura e como oportunidade de diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento. Tomamos a Etnografia Crítica como abordagem metodológica, enfatizando a relação dos espaços socioambientais e a cultura, o que gera locais de representatividade e de pertencimento socioafetivos. Percorremos caminhos interdisciplinares e focamos autores como Latour, Descola, Viveiros de Castro, Mesquita, Seemann, entre outros. As discussões permeiam o conceito de humanscapes, cultural mapping e de sociedades ecológicas como paisagens significativas entre seres, saberes e fazeres nas aproximações com a etnomatemática e como espaços natural, cultural e espiritual.
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