(Im)pertinências na formação indisciplinar de professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e97336

Palavras-chave:

Filosofia da Diferença, Educação Superior, Decolonialidade

Resumo

Esta comunicação apresenta alguns resultados parciais da pesquisa intitulada “A opção decolonial em Educação Matemática: problematizando a formação inicial de professores” é financiada pela chamada de projetos universais CNPq/MCTI/FNDCT nº 18/2021 (2022-2025) orientado pela pergunta: O que pode a opção decolonial nos cursos de formação de professores [que ensinam Matemática]? O objetivo principal que orienta este projeto interinstitucional é tensionar os modos de organização disciplinar do currículo na formação de professores [que ensinam Matemática] a partir da problematização de práticas socioculturais[matemáticas] não hegemônicas. Metodologicamente os movimentos dos pesquisadores são sincrônicos, porém estes problematizam o desencantamento epistêmico aos conceitos modernos e eurocentrados, enraizados nas categorias de conceitos gregos e latinos e nas experiências e subjetividades formadas dessas bases, por diferentes caminhos, seja por meio da terapia desconstrucionista ou a Cartografia. As repostas à pergunta principal do projeto são oriundas das produções dos participantes de um curso de extensão e de disciplinas de pós-graduação ministradas pelas autoras do texto. Os resultados parciais apontam para a potência transgressiva da opção decolonial na formação inicial de professores.

Biografia do Autor

Michela Tuchapesk da Silva , Universidade de São Paulo

Docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e do Programa de Pós-Graduação em Educação na área de concentração Educação Científica, Matemática e Tecnológica. Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (2001), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004), doutorado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2014) e pós-doutorado na Universidade Federal de São Carlos (2016). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: educação matemática, formação de professores de matemática, processos de subjetivação, autonomia e cuidado de si na perspectiva foucaultiana, cartografia e tendências na relação escola-família-matemática. (Texto informado pelo autor)

Carolina Tamayo, Universidade Federal de Minas Gerais

Licenciada em Matemática pela Universidad de Antioquia -Colômbia- (2010). Mestre em Educação pela Universidad de Antioquia (2012). Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2017). Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Integrante do Grupo de Pesquisa e Estudo inSURgir da UFMG e do Grupo de Pesquisa "Educação, Linguagem e Práticas Culturais" da Universidade Estadual de Campinas. Coordenadora do Doutorado Latino-Americano em Educação: Políticas Públicas e Profissão Docente da UFMG. Professora em nível de mestrado e doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Conhecimento e Inclusão Social da UFMG. As linhas de pesquisa: Etnomatemática; Educação Matemática e Diversidade e Cultura e, Filosofia da Educação Matemática. Atualmente coordenadora da habilitação em Matemática do Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas e docente nas Licenciatura em Matemática, Pedagogia e Educação do Campo. Os principais autores de referência que constituem o campo de diálogo para o desenvolvimento das investigações são: Ludwig Wittgenstein e Jacques Derrida. Coordenadora para América do Sul da Red Internacional de Etnomatemática. Membro do Comitê Editorial da Revista Latinoamericana de Etnomatemática

Elizabeth Gomes Souza, Universidade Federal do Pará

Professora Adjunta do Instituto de Educação Matemática e Científica - UFPA. Doutora em Ensino, Filosofia e História das Ciências (2012) pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana. É mestre em Educaçao Matemática (Abril-2007) pela Universidade Federal do Pará, onde graduou-se em Licenciatura Plena em Matemática (2004). Vice-líder do Grupo de Pesquisa em Modelagem Matemática-(GEMM-UFPA). Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas-IEMCI_UFPA. Pesquisa sobre práticas matemáticas decoloniais, modelagem matemática e filosofia da linguagem e suas implicações éticas, politicas, conceituais, estéticas, ambientais, jurídicas, sociais, econômicas, etc., para o campo da Educação ( Matemática). Coordena o Grupo de Trabalho de Modelagem Matemática da Sociedade Brasileira de Educação Matemática da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM)-Brasil (2022-2024).

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Publicado

2024-07-31

Edição

Seção

Edição Especial: Antropologias e Educações Matemáticas: diálogos (im)pertinentes