A Narrativa do Professor de Matemática e o Desenvolvimento Profissional Docente

Autores

  • Rosi Kelly Regina Marmitt Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Danusa de Lara Bonotto

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2022.e81857

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de pesquisa qualitativa desenvolvida com um grupo de professoras participantes de um programa de extensão. O objetivo consiste em demarcar o processo de escrita realizado por professoras de matemática como um movimento formativo e catalisador de desenvolvimento profissional docente. Para a análise das narrativas produzidas pelas professoras nos diários de formação e de planejamento das atividades de modelagem utilizamos a Análise Textual Discursiva. Estabelecemos uma categoria a priori a qual trata dos saberes docentes e emergiram duas categorias: o processo de escrita e o grupo como um espaço/tempo de desenvolvimento profissional. Neste texto apresentamos discussões acerca da segunda categoria, a qual possui duas subcategorias: 1) o diário como instrumento de reflexão e investigação da prática e do pensamento do professor, visto que sua utilização contribui para o reconhecimento de problemáticas advindas do contexto de trabalho do professor e 2) os desafios enfrentados na produção de narrativas, os quais revelam que o professor de Matemática não possui o hábito de escrever, entretanto, ao tomar consciência desta necessidade projeta o desenvolvimento do processo de escrita para a sua sala de aula. Disso, demarcamos o processo de escrita como um movimento formativo catalisador de desenvolvimento profissional docente.

Referências

Alarcão, I. (2010). Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 8. ed. São Paulo: Cortez.

Andrade, M. C. G. (2005). As inter-relações entre iniciação matemática e alfabetização. In: NACARATO, A. M.; LOPES, C. E. Escritas e Leituras na Educação Matemática. (pp. 143-161). Belo Horizonte: Autêntica.

Biembengut, M. S. (2016). Modelagem na Educação Matemática e na Ciência. São Paulo: Editora Livraria da Física.

Bonotto, D. L. (2017). (Re)configurações do Agir Modelagem na Formação Continuada de Professores de Matemática da Educação Básica. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemática) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Connelly, M.; Clandinin, J. (1995). Relatos de experiencia e investigacion narrativa. In: LARROSA, J. Déjame que te cuente. Barcelona: Editorial Laertes.

Cunha, M. I. Conta-me agora! As narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no Ensino. Revista Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23, n. 1-2, p. 1-10. 1997. DOI: https://doi.org/10.1590/rfe.v23i1-2.59596.

Cunha, R. C. (2012). As narrativas autobiográficas e a aprendizagem da docência: uma proposta de estudo com professores do curso de letras-inglês em início de carreira. In: XVI ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, Unicamp, Campinas.

Domingues, G. S. (2007). Concepções de investigação-ação na formação inicial de professores. Piracicaba.

Fiorentini, D. (2004). A didática e a prática de ensino mediadas pela investigação sobre a prática. In: Romanowski, J.; Martins, P. L. O; Junqueira, S. R. A. (Org) Conhecimento local e conhecimento universal: pesquisa, didática e ação docente. (pp. 243-257). Curitiba, Champagnat.

Fiorentini, D.; Crecci, V. (2013). Desenvolvimento profissional docente: um termo guarda-chuva ou um novo sentido à formação? Formação Docente, Mariana, v. 5, n. 8, p. 11-23, jan./jun. Reportado de: < https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/74>.

Freitas, M. T. M. (2000). Estágio curricular em Matemática na perspectiva de extensão universitária: estudo de uma experiência na UFU. 165f. Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia.

Freitas, M. T. M.; Fiorentini, D. (2007). As possibilidades formativas e investigativas da narrativa em educação matemática. Revista Horizontes — USF, Itatiba, SP, v. 25, n. 1, p.63-71. Reportado de: < https://www.usf.edu.br/publicacoes/edicoes-exibir/75269025/horizontes+volume+25+numero+01+2007.htm>.

García, C. M. (2009) Desenvolvimento Profissional Docente: passado e futuro. Revista de Ciências da Educação. Nº 8. Reportado de: < http://sisifo.ie.ulisboa.pt/index.php/sisifo/article/view/130>.

Gilbert, J. K; Boulter, C. J.; Elmer, R. (2000). Positioning models in science education and in design and technology education. In J. K. Gilbert; C. J. Boulter (Org.). Developing Models in Science Education. (pp. 3-18). Dordrecht: Editora Springer.

Güllich, R. I. C. (2012). O livro didático, o professor e o ensino de ciências: um processo de investigação-formação-ação. Tese (Doutorado em Educação nas Ciências) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí.

Halliday, M. A. K. (1993). Towards a language-based theory of learning. Linguistics and Education, (5), 93-116. Reportado de: < http://lchc.ucsd.edu/mca/Paper/JuneJuly05/HallidayLangBased.pdf>.

Imbernón, F. (2010). Formação Continuada de Professores. Porto Alegre: Artmed.

Justi, R. (2006). La enseñanza de ciencias basada en la elaboración de modelos. Enseñanza de las Ciencias, v. 24, n. 2, p. 173–184. Reportado de: < https://core.ac.uk/download/pdf/13271794.pdf>.

Machado, L. D. (2004) O desafio ético da escrita. Psicologia & Sociedade. Espírito Santo, v. 16, n. 1, p. 146-150. Reportado de: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v16n1/v16n1a12.pdf>.

Megid, M. A. B. A. (2013). A leitura e a escrita na formação de professores. In: NACARATO, A. M.; LOPES, C. E. (Org). Indagações, reflexões e práticas em leituras e escritas na educação matemática. 1ª ed. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras.

Minayo, M. C. S. (2001). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes.

Moraes, R. Galiazzi, M. C. (2011). Análise textual discursiva. 2 ed. Ijuí: Unijuí.

Ponte, J. P. (2017). Investigações matemáticas e investigações na prática profissional. São Paulo: Editora Livraria da Física.

Porlán, R.; Martín, J. (1997). El diário del profesor: um recurso para investigación em el aula. Díada: Sevilla.

Reis, P. R. dos. As narrativas na formação de professores e na investigação em educação. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, ano XIV, v. 15, n. 16, p. 17-34, jan./dez. 2008. DOI: https://doi.org/10.14572/nuances.v15i16.174.

Scheller, M., Bonotto, D. de L., Madruga, Z. E. de F., & Chamoso-Sánchez, J. M. A linguagem científica de professores de matemática em atividade de formação continuada. Zetetike, 28, e020024. 2020. DOI: https://doi.org/10.20396/zet.v28i0.8654144.

Schön, D. (2000). Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed.

Tardif, M. Lessard, C. (2014). O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.

Vigotski, L. S. (2009). Pensamento e Linguagem. 2ª ed. 3ª tiragem. São Paulo: Martins Fortes.

Vigotski, L. S. (2000). A construção do pensamento e da linguagem. 2 ed. São Paulo: Editora Martins Fontes.

Wenzel, J. S. (2013). A Significação Conceitual em Química em Processo Orientado de Escrita e Reescrita e a Ressignificação da Prática Pedagógica. Tese (Doutorado em Educação nas Ciências) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí.

Zabalza, M. A. (1994). Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed.

Zeichner, K.M. (2008). Uma análise crítica sobre a reflexão como conceito estruturante na formação docente. Revista Educação e Sociedade, Campinas, vol. 29, n. 103, p. 535-554. DOI:10.1590/S0101-73302008000200012.

Downloads

Publicado

2022-03-30

Edição

Seção

Artigos