O que os desenhos ejiwajegi/kadiwéu têm a ensinar à educação matemática?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e97927

Palavras-chave:

Equivocidade, Imagem distorcida, Anti-Narciso

Resumo

Este texto dialoga com a antropologia ameríndia de Eduardo Viveiros de Castro em conexão com os “desenhos” Ejiwajegi/Kadiwéu, especificamente a partir do trabalho de Maria Raquel da Cruz Duran (2020) realizado com indígenas de Mato Grosso do Sul, com a obra de Darcy Ribeiro (2019) e alguns cotejamentos autobiográficos. A ontologia dos desenhos Kadiwéu é cambiante, móvel, confrontando nossa ontologia única, própria das populações ocidentais, modernas, capitalistas, patriarcais e excludentes que flertam, no máximo, com uma perspectiva multicultural. Esta mudança ontológica nos coloca importantes inversões e necessidades de um pensamento outro, que comporte uma natureza também outra, própria destes povos e suas ontologias. Este ensaio teórico busca problematizar aproximações e distanciamentos possíveis deste pensamento Perspectivista e Multinaturalista de Vivieros de Castro com outros referenciais já mobilizados por nós em outros trabalhos, tais como o Modelo dos Campos Semânticos de Romulo Lins e os jogos de linguagem e formas de vida de Ludwig Wittgenstein.

 

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Publicado

2024-07-31

Edição

Seção

Edição Especial: Antropologias e Educações Matemáticas: diálogos (im)pertinentes