Tradução, diálogo, testemunho: primo Levi e seus tradutores
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40n3p75Resumo
A aventura das numerosas traduções de textos do escritor italiano Primo Levi (1919-1987), sobrevivente de Auschwitz, mas também reconhecido como um grande narrador do século XX, aponta para a importância de uma leitura atenta, competente das questões testemunhais e literárias, capaz de se colocar numa dimensão relacional. Se o ato tradutório pode ser abordado como relação entre textos (Meschonnic) - e não apenas entre línguas -, a solução de impasses ou o enriquecimento que advém da soma do original com seu texto traduzido pode se dar também graças a relações pessoais e de intensa escuta entre escritor e tradutor, ou, se quisermos usar uma expressão ao mesmo tempo química e literária, graças às afinidades eletivas instauradas na leitura (e releitura operada por ambos). Interessantes casos das traduções inglesa e alemã do primeiro texto de Levi, Se questo è un uomo (1947/ 2 ed.1958), serão relatados para compor um quadro panorâmico de sucessos e problemáticas, mas também para introduzir a questão específica da tradução brasileira do livro (editora Rocco, 1988), seus limites e potenciais desafios futuros.
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